Existe uma mania nos opinadores portugueses, de arrasar tudo aquilo que não vá de encontro aos seus gostos pessoais. Apesar de não ter nenhum registo que me permita afirmar esta verdade como universal, um recente encadeamento de episódios permitem-me falar sobre a matéria.
Clara Ferreira Alves na sua coluna do Expresso desta semana diz que é "coleccionadora de cidades" e que as prefere à grande natureza por a última ser "vagamente opressiva".
Luísa Castelo Branco noutra qualquer publicação diz que prefere a praia de inverno por uma série de razões. De verão é só miúdos, nuns sítios a água é gelada e noutros é tão quente que parece sopa. Portanto, de inverno é que é.
Miguel Sousa Tavares, todas as semanas sem excepção frisa os seus pontos de vista, arrasando outros. O governo aplica a lei do tabaco em restaurantes mas não faz nada sobre as crianças que fazem barulho nos mesmo locais (!).
Há mais exemplos. A minha pergunta é esta: porque é que para expor uma opinião é necessário arrasar o campo contrário? Se gosta de cidades, tudo bem, há quem goste de campo. Se gosta de praia de inverno, tudo bem, mas será que o número estrondoso de pessoas que vão à praia no verão são dementes para não perceber que no inverno é melhor? E as crianças, antes dos cigarros, já pertenciam a este mundo, e ao que parece, precisam de se alimentar como as outras pessoas.
Que argumentos são estes? Servem apenas um propósito absolutista, quase ditatorial de opinião, para reforçar um determinado ponto de vista. Teremos que ser tão acutilantes perante o mundo para justificar as nossas manias?
Saturday, September 12, 2009
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