Friday, November 28, 2008

O Elefante

De Saramago, com direito a estreia mundial no Brasil. Não é sobre livro que me vou debruçar mas antes perante o fenómeno anti-Saramago que teima em não desaparecer. O homem falou mal de Portugal, é comunista e calça o 40. À parte de tudo isto é um fenomenal escritor, e por amor da santa, elevou o nome do país à qualidade indiscutível de produtor de um Nobel.

Dito isto, não entendo como é que ouço e leio gente a falar de Saramago única e exclusivamente sobre as suas posições políticas. As palavras que existem sobre a adaptação do seu livro ao cinema (Blindness) são de puro enxovalhamento e gozo juvenil. Acho que não li uma única linha sobre o simples facto (independentemente da qualidade do filme) de uma adaptação (premiada em Cannes!) ter tido como génese um livro escrito por um português.

Lembro-me de ter ouvido num programa, lá está, para um público juvenil, numa entrevista em jeito de brincadeira a Lobo Antunes, em que o último quando comparado com Saramago, insinua que ganhar um Nobel, não é nada por aí além. Claro, ganhar um nobel. Costumo fazer isso todas as quintas antes de ir almoçar.

Saturday, November 22, 2008

Verdade ou Mentira


Ora bem.. Antes de mais devo dizer que tendo em conta o que tinha lido sobre sua excelência o Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro de seu nome, a minha opinião sobre este cidadão era de profundo respeito. "Fazer mais com menos" foi o seu claim aquando da tomada de posse. O país precisa efectivamente de gente assim: pouca conversa, pouca lamuria e mais acção. Pensei eu: "Vamos lá dar o benefício da dúvida ao homem."

No OE2009 lá se decidiu que o seu Ministério iria receber menos verba; lá decidiu também o Ministro mandar o seu claim até Carcavelos e vai de debitar declarações ao Expresso sobre o caso. Que ia receber menos, que assim é díficil, bla bla bla

O pior estava para vir; antes de continuar, e esta é a grande diferença entre ter um emprego de exposição pública no sector público e no sector privado. Um vendedor que comunique a um potencial cliente que "fará mais com menos" e passado alguns meses der o dito por não dito, vê essa relação comercial comprometida. As pessoas sérias se não forem escravas da sua palavra vêm a sua carreira e o seu futuro por um estreito canudo. Os políticos, uma classe cada vez mais enxovalhada, são mestres na dissimulação e no faz de conta, e que com credibilidade ou sem credibilidade, continuam a receber ordenado.

Mas para Pinto Ribeiro, não chegou a contradição da tomada de posse para a entrevista. Teve a especial lata, de em pleno Parlamento, quando confrontado por deputados da oposição sobre as suas declarações ao Expresso, dizer que não senhor, as declarações citadas pelo semanário eram "do domínio do difamatório, calunioso", "absoluta mentira" e "falsidade."
Mais! Se alguém estivesse interessado poderia fornecer um CD a comprovar todo o conteúdo da gravação por forma a provar a sua alegada inocência.

Eis que, os tempos em que vivemos, vertiginosos em termos de informação, permitiram ao deputado Pedro Mota Soares (CDS), através do seu portátil - um Magalhães quem sabe - ouvir no site do Expresso o conteúdo integral da entrevista e chegada a sua vez de falar de dizer ao Ministro que "as suas declarações estão, e bem, reflectidas no texto jornalístico."

O que é que passou pela cabeça deste homem, sabendo que o orgão de comunicação em causa detinha a gravação da entrevista em questão, podendo facilmente provar tudo o que foi dito? A prova cabal (infelizmente não é novidade para ninguém) que de políticos - pelo menos desta geração - pouco podemos esperar. O pior é que a coisa é transversal: do PS temos este caso, já tivémos Manuel Pinho e o "fim da crise", Sócrates e os 150.000 postos de trabalho, no PSD os incontornáveis Pedro Santana Lopes, Menezes, Jardim e recentemente Ferreira Leite também ajudam à festa. No CDS Paulo Portas com o seu "quem te ouvir falar ninguém te leva preso" look e as suas cowboyadas avec Moderna, passando pelo desenfreado apoio do PCP a essa deliciosa organização de seu nome FARC e terminando num BE de "melhores salários", "mais emprego", "mais saúde", "melhor educação" e "ganza mais barata" sem indicar uma única vez como chegar lá sem levar o país à falência.

Citando o meu amável sogro: "Seita dum ladrão."

Thursday, November 20, 2008

Educação, Leite, Obama e por ai abaixo

Por mais que leia, por mais que estrafegue informação sobre o tema educação, no fim sobra o mesmo: os professores têm que ser avaliados através de um sistema simples e que não lhes roube tempo para aquilo a que se têm que dedicar genuinamente - ensinar. Do lado dos sindicatos falta uma resposta mais cabal e responsável (e que tal proporem outro modelo?) e da parte do ministério mais flexibilidade ou mais empenho na procura de uma solução menos asfixiante no que às montanhas de papel diz respeito.

Manuela Ferreira Leite: começou pelo emprego em Cabo Verde e na Ucrânia, passeou depois pelo critério de escolha das notícias e rematou fulgurante nos seis meses de interrupção democrática. Não há muito para dizer, servia na perfeição para um excerto do famoso programa da Euronews "No comments"

Obama! Lá ganhou a partida, parabéns também a Mccain pelo bom desportivismo com que encarou a derrota; o novo presidente colocou as expectactivas do mundo inteiro numa fasquia bem alta, esperemos que a queda não seja maior que a ascensão e que toda a "Change" que nos venderam a bom porto nos leve.

O por aí abaixo ficou reservado ao prognóstico da economia: já soou o alarme por todo o lado, aos poucos os gigantes vão lançando sinais de debilidade, pelo nosso quadradinho o BPN à vida foi (lembram-se de Passos Coelho a pedir a privatização da CGD há uns meses atrás?) e o BPP ao que parece já foi buscar 750 milhõezecos para estabilizar o leme do navio. O desemprego já aumentou 0,4% e não me parece que a eminente retração vá ajudar à coisa.

"Buckle your seatbelt Dorothy; Kansas is going Bye-Bye"

Ponto Final

Nas minhas dissertações sobre Pereira Coutinho; faz-me lembrar aquelas ex-namoradas "que não valem mesmo a pena." Diferença abismal que com Coutinho não houve sexo ou coisa que o valha.

Tuesday, November 18, 2008

Fumar ou Não Fumar

Sunday, November 2, 2008

A continuação do tiro.. e do melro

Esta semana no Expresso, a habitual crónica de sua senhoria o inabalável Coutinho não foi por mim encontrada, pelo que suponho, não terá sido publicada.

No seu site, já não consta o estapafúrdio texto que na semana passada foi no Expresso divulgado e pelo autor deste blog devidamente escalpelizado. Esta semana, Miguel Sousa Tavares - também no Expresso - apesar de não referir nomes, critica também a peregrina ideia de que a culpa da actual crise se deve ao facto do estado ter obrigado alguns bancos a emprestar dinheiro a grupos de risco como algumas minorias étnicas.

Será que Pereira Coutinho pediu "voluntariamente" uma licença sem vencimento? Ou foi até aos "States" pedir ajuda a uma igreja pentecostal para que interceda a favor de Mcain?

Vamos aguardar pelos próximos capítulos. Não deixa de ser interessante não haver nenhuma nota por parte do Expresso sobre este súbito desaparecimento da crónica de Coutinho.