Saturday, November 22, 2008
Verdade ou Mentira
Ora bem.. Antes de mais devo dizer que tendo em conta o que tinha lido sobre sua excelência o Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro de seu nome, a minha opinião sobre este cidadão era de profundo respeito. "Fazer mais com menos" foi o seu claim aquando da tomada de posse. O país precisa efectivamente de gente assim: pouca conversa, pouca lamuria e mais acção. Pensei eu: "Vamos lá dar o benefício da dúvida ao homem."
No OE2009 lá se decidiu que o seu Ministério iria receber menos verba; lá decidiu também o Ministro mandar o seu claim até Carcavelos e vai de debitar declarações ao Expresso sobre o caso. Que ia receber menos, que assim é díficil, bla bla bla
O pior estava para vir; antes de continuar, e esta é a grande diferença entre ter um emprego de exposição pública no sector público e no sector privado. Um vendedor que comunique a um potencial cliente que "fará mais com menos" e passado alguns meses der o dito por não dito, vê essa relação comercial comprometida. As pessoas sérias se não forem escravas da sua palavra vêm a sua carreira e o seu futuro por um estreito canudo. Os políticos, uma classe cada vez mais enxovalhada, são mestres na dissimulação e no faz de conta, e que com credibilidade ou sem credibilidade, continuam a receber ordenado.
Mas para Pinto Ribeiro, não chegou a contradição da tomada de posse para a entrevista. Teve a especial lata, de em pleno Parlamento, quando confrontado por deputados da oposição sobre as suas declarações ao Expresso, dizer que não senhor, as declarações citadas pelo semanário eram "do domínio do difamatório, calunioso", "absoluta mentira" e "falsidade."
Mais! Se alguém estivesse interessado poderia fornecer um CD a comprovar todo o conteúdo da gravação por forma a provar a sua alegada inocência.
Eis que, os tempos em que vivemos, vertiginosos em termos de informação, permitiram ao deputado Pedro Mota Soares (CDS), através do seu portátil - um Magalhães quem sabe - ouvir no site do Expresso o conteúdo integral da entrevista e chegada a sua vez de falar de dizer ao Ministro que "as suas declarações estão, e bem, reflectidas no texto jornalístico."
O que é que passou pela cabeça deste homem, sabendo que o orgão de comunicação em causa detinha a gravação da entrevista em questão, podendo facilmente provar tudo o que foi dito? A prova cabal (infelizmente não é novidade para ninguém) que de políticos - pelo menos desta geração - pouco podemos esperar. O pior é que a coisa é transversal: do PS temos este caso, já tivémos Manuel Pinho e o "fim da crise", Sócrates e os 150.000 postos de trabalho, no PSD os incontornáveis Pedro Santana Lopes, Menezes, Jardim e recentemente Ferreira Leite também ajudam à festa. No CDS Paulo Portas com o seu "quem te ouvir falar ninguém te leva preso" look e as suas cowboyadas avec Moderna, passando pelo desenfreado apoio do PCP a essa deliciosa organização de seu nome FARC e terminando num BE de "melhores salários", "mais emprego", "mais saúde", "melhor educação" e "ganza mais barata" sem indicar uma única vez como chegar lá sem levar o país à falência.
Citando o meu amável sogro: "Seita dum ladrão."
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