Saturday, February 28, 2009

CGD, Passos Coelho, Manuel Fino e demais ralé

Não quero minimizar ninguém com o termo ralé, não me ocorreu outra palavra, apresento as formais desculpas pela minha incapacidade no que ao extenso vocabulário - ou falta dele - diz respeito.

Segundo consta, a CGD meteu-se num negócio não proveitoso com o digníssimo Manuel Fino, uma patacoada de acções a um preço que não devia ter sido etc e tal. Reprovável? Sim. De tempos a tempos, a CGD mete-se numas alhadas, por ser banco do Estado. Vêm logo, os wannabee-coveiros da CGD em tudo o que é jornal dizer que a CGD é do Estado, que não se pode meter em negócios destes, uma vergonha, o governo, bla bla bla bla

O PSD de Dias Loureiro e Oliveira e Costa fazia bem em não falar muito sobre banca. Só uma ideia que me ocorre, não sei, que acham?

O engraçado é que estes coveiros da Caixa se limitam a criticar. Sabem que é imprescindível para o Estado ter um banco onde a sua influência possa ser exercida, exactamente para conter e aparar os disparates da "mão invisível" (que por falar nisso, desde Setembro de 2007 se tornou muito vísivel). Criticam portanto, mas já não apelam à privatização da Caixa. Greenspan, já veio a terreiro dizer que o melhor mesmo é nacionalizar temporariamente alguns bancos. Despejar dinheiro na banca ou criar os tais bad banks não vai resolver o problema, e estas almas penadas já perceberam isso. Mas nesta réstia pacóvia e autista de privatização, aproveitam cada migalha para tentar enterrar o pouco que nos impede de sermos totalmente engolidos pela iniciativa privada descontrolada.

Leva-me isto ao grande defensor da privatização da Caixa, Pedro Passos Coelho. Deu uma entrevista à Pública, disse que leu um livro de Sartre que aparentemente não existe, Pacheco Pereira fez o favor de chamar a atenção da malta para o erro, um qualquer defensor de Passos disse que afinal há uma Fenomenologia do Sartre, e cá andamos por estas lutas literário-partidárias. O Congresso do PS, decorre alegremente - sem Alegre até ao fecho do post - enquanto este estranho PSD se arrasta (se conseguir) até Outubro (se não se antecipar as legislativas) com uma Manuela de olho em Sócrates e com Pacheco Pereira na tradução e correcção do vasto relicário cultural do PSD.

Friday, February 27, 2009

O Efeito Passivo

Desde que o meu interesse abrange a publicidade tenho estudado alguns autores e naturalmente olhado para o fenómeno publicitário de outra forma. Consegui identificar dois factores predominantes: de um lado, o aparecimento de um consumidor cheio de características novas, camaleónico, difícil de caracterizar e até de compreender sendo a sua natureza altamente volátil. É o consumidor pouco impulsivo, que pesquisa muito, que pega primeiro no teclado antes de pegar na carteira.

Do outro lado da barricada, as marcas. Analisando os últimos 20 anos de publicidade, o denominador comum é o facto indesmentível que a publicidade a dada altura - anos 90 em Portugal - influenciava não só as atitudes do consumidor, mas até as tendências, as modas. Essa era acabou. E a publicidade está condenada a mudar. A bem ou a mal. Quem define agora estas tendências são os camaleões que atrás referia. A estratégia já não pode ser a táctica intrusiva, ou seja, tu tocas guitarra e bebes umas médias à noite da praia eu marca estou lá contigo. Vais comprar o teu primeiro carro, eu sou a marca mais fixe, tens que me comprar a mim. Não, agora há 5 novas variáveis a cada dia que passa. A industrial quantidade de oferta a todos os níveis levou a que este consumidor selectivo se tornasse maniento: é possível no site da Nike personalizar ténis, no da Renault personalizar a cor, as jantes e os estofos, no do IKEA projectar uma sala de estar e por aí fora. Quem escolhe é o consumidor, não é a marca. Isto é irreversível. Há então, que mudar de estratégia, e rápido.

A comunicação tem que ser feita no sentido destes novos consumidores acharem que são eles a escolher a marca, e não a marca a determinar o que é cool e o que não é. Passa por utilizar aquilo que eu chamo o "Efeito Passivo", ou seja, tem que se continuar a assegurar a preferência dos consumidores pela nossa marca, mas a lateralizar as nossas intenções dez vezes mais do que o habitual. Projectar então uma dada personalidade para uma marca baseada no que os gestores querem, é dinheiro queimado. Se o target é "jovem, dinâmico, despreocupado, sem filhos e recém-licenciado" então o produto tem que ter estas características. O consumidor identificar-se-á com aquela marca porque quer, não porque um gestor num 112º andar assim o determina. "Ah, mas isso já nós fazemos" argumentarão os peritos do branding. Não, aquilo que fazem é isto: "o nosso consumidor é jovem, livre, gosta de estar com os amigos, ouve música alternativa, faz piercings e tatuagens". Então toca de fazer campanhas com o consumidor entre amigos, a ouvir uma música do momento e claro com os piercings e as tatuagens incluídas. Isto é meter a marca no meio do consumidor, ou seja, é intrusiva. Se o meio é do consumidor, porque é que a marca se intromete ali no meio, sem mais nem ontem? Eu enquanto consumidor, quero eu a decidir quem é que insiro no meu meio. Não é um anúncio que vai decidir isso por mim.

A solução passa por dizer às pessoas que a marca está presente e a postos para ser chamada, se necessário. É dar o poder de inclusão às pessoas. Fugir a isto e continuar a apostar no mesmo modelo é o caminho para a falência. É mais díficil conceber campanhas com estes pressupostos? É. Passa muito pela internet? Passa. Ainda ninguém entendeu como é que se faz dinheiro a sério com publicidade na internet porque continuam a pensar em influenciar os mercados da mesma forma. Enquanto persistir esta abordagem de intrusão, vão continuar a facturar o mesmo (ou menos). Inclusão e não Intrusão.

Smart

Já que estou numa de automobilismo, continuo a minha saga pela publicidade impressa, desta vez com um campeão de bilheteiras, o Smart.

Este cavalheiro vendeu em 2008 cerca de 3000 unidades. Uma gota no oceano tendo em conta o preço do veículo e o mar de target que existe para o vender.

O que não percebi desta feita foi a publicidade. Consiste num anúncio de fundo cinzento com um desenho da Estátua da Liberdade, outro da Torre de Belém e por último, o desenho de um smart. No texto em baixo, lê-se a explicação para a estranha trilogia "Em 10 anos o smart fortwo transformou-se num símbolo urbano." A única analogia possível é que a estátua da liberdade fica em New York (uma cidade), a torre de Belém em Lisboa (outra cidade) e o Smart serve para trilhar os caminhos das tais cidades. O conceito é então, dizer que cidade é o mesmo que dizer Smart. Qualquer coisa deste género.

Porque é que eu acho que este é um anúncio que entra a 100 e sai a 150? Não sai a 200 porque o Smart não dá tanto. Primeiro, acho desnecessário fazer esta associação. É óbvio que um carro com aquelas características é feito para a cidade. Não é preciso andar 10 anos a martelar na mesma tecla. As pessoas são suficientemente inteligentes para entendar que aquele não é o carro ideal para ir à caça.

Depois a associação mental que não se consegue fazer de maneira nenhuma e que leva a que o anúncio não fique na cabeça nem à lei da bala. A estátua da Liberdade, ironicamente, não é acessível de carro. Para a visitar é preciso ir de barco. E segundo sei, o ferry não é da Daimler (fabricante do Smart). Contudo, e curiosidades à parte, quando vemos a estátua da liberdade, pensamos exactamente, em liberdade e no seu conceito, na América como um bastião desse importante valor para a humanidade, na terra das oportunidades, bla bla bla Quando se pensa em estátua da liberdade não nos vem à cabeça um Smart. Definitivamente.

O mesmo para a Torre de Belém. Pensamos em Descobrimentos, no tempo em que este País foi um País, em glórias e em "mares nunca dantes navegados". Em Smart? Nem por sombras. Não deixa também de ser curioso que a zona da torre de Belém é utilizada normalmente como zona de passeio (a pé!) e de prática de actividades físicas. Vamos lá então associar o Smart (por pouco poluente que seja, polui) a uma zona verde agradável. É um pouco como as expectativas que os pais têm dos filhos: uma coisa é o pai querer que o filho seja médico, outra coisa é o filho conseguir.

A justificação vem nas legendas que ninguém vai ler, porque ninguém se dá ao trabalho de ler um anúncio desconexo: "... tornaram-no num grande amigo do ambiente e do espaço das cidades de todo o mundo." Acham que é mesmo preciso passar a ideia de que o Smart é vendido no mundo inteiro? Criar um conceito à volta disto? Para quê? Segundo o autor do texto, Smart "significa, sobretudo, a referência dos citadinos." Eu sou urbano porque ando de Smart. De novo, é o que a empresa quer que seja e não o que é. A tendência é um jovem urbano assumir a sua personalidade citadina pela roupa que usa, pelos círculos que frequenta, pela bebida que bebe à noite e por querer "estar mais à frente". Ninguém "é muito à frente" porque anda de Smart. Era bom, bem sei, mas assim fosse não tinham 3000 carros vendidos, tinham 9000. O consumidor já não é o carneirinho antigo. É como ele quer, não como as empresas querem. A sociedade vai ser como as pessoas quiserem, não como as marcas querem. Esta é a tendência.

E o mais esquisito, é que raio de ideia é esta de colocar a estátua da liberdade ao lado da torre de Belém? A assinatura do Smart é "open your mind." Peço desculpa, mas não consegui.

Sugestão do blog: já todos perceberam que o Smart é útil para a cidade. Já cumpriram essa missão. Smart significa carro para a cidade na cabeça das pessoas. Parabéns pelo feito. Larguem agora essa história e começem na luta directa pelo jovem consumidor. Polos não vão comprar muitos, descansem (como podem ver pelo meu último post), mas Renault e Opel são bem capazes disso. Passa penso eu, por fazer campanhas que relativizem a questão dos dois lugares por exemplo, com toda a certeza, um entrave no momento da escolha. Por último, uma coisa positiva, o anúncio foi publicado na Time Out Lisboa (entre outras revistas provavelmente) acertando em cheio no alvo em termos de escolha do meio de divulgação.

Volkswagen

E uma campanha para o Polo Play & Go.

O anúncio impresso tem uma rapariga aparentemente aos gritos(?) com uma frase de cada lado "Por um lado: Playstation Portable com GPS" "Por outro: 5 anos de garantia e seguro incluído"

O target serão young adults, sem filhotes, alguns ainda na universidade, utilizadores portanto de Playstation Portable, que até lhes dá jeito os 5 anos de garantia e o seguro, e mais: até dá para pagar a coisa a 75 euros mês. E ainda dão 3000€ pelo automóvel actual com uns asteriscos pelo meio, mas deixemos isso para outras núpcias. Até parece um bom negócio. E era, no tempo em que este target ia aos stands para ser convencido por um vendedor. Ao oferecer uma Playstation, um seguro e uma prestação à medida da carteira do target, pensaram os marketers da Volkswagen que esta sim, era uma oferta irresistível. Existe um problema, chamado internet. As pessoas já não vão ao stand. Pelo menos esta malta. Quem quer comprar um carro, vai ao google, abre uma janela para a Volkwagen, outra para a Renault e outra para a Opel. E a guerra começa aqui, nestas três janelinhas.

Não é pelo preço. O novo Polo está disponível a partir de 14.200€, o novo Clio a partir de 13.950€ e o novo Corsa a partir de 14.010€. Não é portanto, pelo preço que se chega lá.

O novo Opel Corsa teve uma campanha, na minha singela opinião, meio parva. Uns fantoches(será que era isso?) a andarem de Corsa na cidade e a fazer umas trapalhadas. No site, mantêm os ditos fantoches. Julgo que não tenham captado bem a essência do público a quem o carro vai ser vendido, quem é que se vai lembrar de peluches na hora de comprar um carro? De qualquer forma a Opel ficou em segundo lugar neste segmento com 8340 carros vendidos em 2008.

A Renault, diga-se em abono da verdade, é provavelmente a que tem o site mais fraquinho - será que os fabricantes ainda não perceberam a importância da internet enquanto espaço de decisão? Continuam a gastar milhões nos meios tradicionais e a deixar a internet para o lado. Tem havido uma forte evolução, mas pelo que vejo, ainda há muito que andar. De qualquer forma, é de realçar, que foi na minha opinião, nesta batalha quem mais se destacou em termos de conceito com o Clio by Rip Curl. Mesmo que não o comprem, permite às novas gerações que compram um Renault (seja ele que modelo for) não ficar com a sensação que estão a comprar um carro igual ao dos pais. E nem de propósito, a Renault é a líder em Portugal em números de carros vendidos (32970 unidades), e também líder neste segmento que analiso, com 9888 unidades vendidas.

A Volkswagen. O site é dos três, o mais interessante. A sério. A todos os níveis. É portanto, com estranheza que não entendo porque carga de água se vai colocar uma mulher aos gritos num anúncio. Se eu tenho 20 anos, eu quero é 4 miúdas dentro do carro, não quero uma a gritar porque estou a jogar Playstation Portable. No site, interessante volto a repetir, até dá para brincar com o tal conceito do anúncio, "por um lado" e "por outro". Conseguimos vislumbrar a tal menina aos gritos do lado da playstation e a mesma numa pose calma e semi-sedutora do lado da garantia e seguro incluído. Porque não, manter a sensualidade - sim, quem tem carro nestas idade, safa-se melhor do que quem não tem carro - oferecer à mesma a bendita Playstation (que não chega a custar 200 euros by the way), mas colocar o conceito à volta do facto de que quem tem um carro nesta faixa etária, tem uma vantagem em relação à restante ralé. Isto para quem tem vinte e poucos anos conta, e muito. Uma Playstation, 5 anos de garantia e seguro incluído.. Humm.. acho que vou comprar um Clio Rip Curl, jogar menos Playstation, trocar de namorada 5 vezes ao ano e o seguro é o meu pai que o paga portanto.. É mais ou menos isto. Façam os estudos que quiserem, a verdade é que neste segmento a Volkswagen vende 4554 unidades, praticamente metade do que vende a Opel e a Renault. Como vêm não é pelo preço, pelo design também não (pelo menos em termos consideráveis) e muito menos pela marca. É tão fixe, ter um Opel, um Volkswagen ou um Renault (fixe hoje em dia é ter um Smart, mas isso é outra guerra).

Sugestão do blog para a Volkswagen: esqueçam essas teorias de um lado e de outro, porque assim acabam por não ir a lado nenhum. O lado da sensualidade chegava bem. Fazia mais sentido colocar um rapaz a jogar Playstation e a menina a ter toda a paciência do mundo para os seus vícios electrónicos, só porque ele tinha um Polo. "Dão-me o jogo e ela não me chateia? Isto é que é assunto!" É como se estivessem a oferecer um presente envenenado ao potencial cliente. Promessa: oferecemos uma Playstation Portable para a tua namorada ficar histérica. É óbvio que não era isto que tinham em mente. Mas não vejo ninguém a interessar-se por mulheres aos gritos.

88 coisas que eu não sei

Bom, não sei se são 88 ao certo, ainda tenho que ler a revista, mas é este o título da Timeout Lisboa nº 74 (disponível nas bancas). Os bons exemplos também são para realçar. Já tinha comprado a Timeout uma ou duas vezes, e sinceramente, não achei a revista interessante o suficiente para comprá-la de forma regular.

Este título despoleteu em mim, a chamada compra de impulso. A minha reacção ao passar pela banca, como belo português e lisboeta que sou, foi "O quê?! Mas há oitenta e tal coisas que eu não sei sobre Lisboa?! Mas o que é isto?"

Se calhar abro a revista e já sei tudo. Ou não. É este sentimento de dúvida que me deixou irrequieto e me levou a comprar a revista. Até é útil. "Sabes que não sei quê e não sei que mais." São sempre temas interessantes a meio de um café - para quem os bebe. Deixo a review da revista para amanhã ou daqui a umas horas.

Thursday, February 26, 2009

Emails

Sim, emails, no plural.

Reparei numa pesquisa que fiz, que muitas empresas têm vários emails. Calma, não é isso que estão a pensar. Bem sei que é normal a empresa, por exemplo, Via Rápida (transportes imaginemos), ter um geral@viarapida.pt, um comercial@viarapida.pt, um direccao@viarapida.pt e por ai fora. So far, so good.

Mas ao que parece, existe um número considerável de empresas a colocar dois e mais emails de carácter geral em sites de directórios de empresas. Do género, viarapida@gmail.com e viarapida@hotmail.com... Mas que raio de ideia é esta? Será uma espécie de tenhas 91 ou 96 podes ligar sempre porque tenho as redes todas? Como se ter dois emails com o mesmo propósito fosse uma vantagem do que quer que seja. Emails que nem personalizados são ainda por cima! Tendo em conta o brutal espaço disponibilizado de forma gratuita por tantos servidores, para quê esta pancada do email duplo?

Corporate Portugal, vamos embarcar na moda de um único email sim? Vários, só se o email for personalizado, e se a empresa tiver departamentos que justifiquem essa separação.

Inaugurações

Há por aí uma qualquer pseudo-polémica sobre inaugurações. É de um senso comum tão rastejante que o simples facto de ser polémica, torna o assunto em si e os seus intervenientes em algo não menos que ridículo.

Sua Excelência o Ministro das Obras Inúteis, em mais uma inauguração - lá está! - disse de peito feito que não estava ali para uma inauguração e para gastar dinheiro. Estava sim, para informar os portugueses em geral, os autarcas, a abelha maia e uma cigarra que saltou para o palco a meio do discurso, que um novo e glorioso percurso se estreava ao público em todo o seu esplendor . Não preciso de dizer que existem meios infinitamente mais baratos para divulgar a abertura de um troço de estrada.

O que não há, são políticos preocupados com o dinheiro que é de todos; para além de continuarem esquizofrenicamente a fazerem estradas atrás de estradas e a deixarem o investimento no ensino em Alcabideche Sul, ainda fazem uma inauguração em cima do que já gastaram.

Pior, estes são assim, o resto da Assembleia também. Votamos em quem?

Escolas em patrulha

Os países desenvolvidos seguiram mais ou menos este rumo: primeiro haviam ajustes de contas ao pôr-do-sol; a dada altura, os cavalheiros davam dez passos para cada lado e o primeiro a disparar ganhava o duelo. Tivemos depois as milícias vigilantes, organizadas por populares para deter surtos de violência em zonas problemáticas. As sociedades evoluíram em matéria de controlo criminal quer através de legislação, quer através de um contínuo aperfeiçoamento das forças policiais.

Vai sempre haver crime é certo, mas é de consenso geral, que a evolução acima apresentada (de forma sintética diga-se de passagem), foi, entre cada passo, o caminho certo a percorrer com vista ao bem estar geral das populações.

Vejo hoje uma notícia que numa escola em Monte Abraão - Queluz (Escola Ruy Belo ao que parece), os professores organizaram uma espécie de milícia para travar a crescente violência na escola em questão. Acredito que tenham falado com o respectivo Ministério sobre o tema e que tenham recebido uma resposta que em nada resolvia o assunto. Em último caso, vai de formar uma milícia e voltar 100 anos atrás no tempo.

Nos países desenvolvidos que eu atrás referia, também há problemas na escola. Mortes causadas por armas de fogo inclusive. Solução encontrada? Detectores de metais à porta. É radical? Sim. Mas se temos indivíduos a cometer crimes considerados de um "adulto" então essas mesmas pessoas têm que ser tratadas como tal e responsabilizadas de acordo com os actos que cometem independentemente da idade que tenham. Sugestão do blog: activar todos os meios necessários para punir - como deve ser - estes jovens "desintegrados".

Wednesday, February 25, 2009

Campanha Crédito Agrícola Parte II

Nos meus ocupados e apertados dias nunca consigo escrever tudo o que quero, vou-me lembrando aos poucos das coisas. Sim, devia consultar um médico, mas acho que gosto mesmo deste estilo de vida. Adiante.

Imediatamente no dia seguinte ouvi na rádio uma campanha do BES para um produto de poupança; dou os meus parabéns a quem pensou no spot. Trata-se de uma mulher a queixar-se que não tem dinheiro, outra (supostamente um familiar) a dizer que lhe depositou religiosamente 25€ todos os meses na conta, a primeira a ficar contente, e a segunda a dizer que não passa de uma brincadeira. A voz off termina com o habitual o BES é que sabe e tal. É de facto algo inteligente de se fazer, já que numa época de tamanha incerteza que se vive, a única coisa que faz sentido é mesmo poupar. Há que apanhar a onda. Simples.

Ficou por dizer no último post que a publicidade para ser minimamente credível, tem que se apoiar em ideias sólidas. Nenhuma pessoa que tenha visto o anúncio, vai pedir um crédito à habitação ao CA só porque a Silvia Alberto lá "vai"; o motivo é simples: toda a gente tem a percepção (mesmo que assim não seja, o que conta é a percepção e não a realidade) que a Sílvia Alberto não precisa de ir ao Crédito Agrícola para comprar o que quer que seja (casas incluídas). Ou até pode ir, mas não está sentadinha numa mesa com um gestor de conta como no anúncio, e o que conta.. é a percepção. Consumidor 1 Publicidade 0

Por último, fica o conselho de um marinheiro.. Crédito Agrícola. Foram bons os anos que este nome durou, mas está definitivamente na altura de o mudar para outra coisa. Como é que se cativam as novas gerações (no final da campanha vão perceber que pôr miúdos a jogar PSX no anúncio não funciona para o efeito) com o nome Agrícola? Sem desprimor para qualquer agricultor. O nome dessa geração da PSX é também chamada de geração Net. NET! Computadores, I-Pods, I-Phones, sexo virtual, electrónica, plasmas, pens de 2cm com 1GB de música e por aí fora. Its the name, stupid!

Monday, February 23, 2009

Campanha Crédito Agrícola

Na sequência da viagem efectuada pelo reino da publicidade, não levou muito tempo ao blogue, encontrar não conformidades nesta área.

Analisemos então esta nova campanha do CA. Lamento, mas não encontrei o vídeo em parte alguma pela que suas senhorias terão que ver o spot na TV ou onde conseguirem. Consiste basicamente na lindíssima Sílvia Alberto a dizer que o CA tem solução em matéria de crédito à habitação para toda a gente: jovens solteiros a jogar playstation e a comer pipocas, young adults em início de vida e casais realizados profissionalmente que já compram a casa com piscina. Ou seja, para todos. A ideia, terá vindo de qualquer brilhante mente paga a peso de ouro, que argumentará que os níveis de notoriedade têm subido (era melhor, com o dinheiro que gastam em prime-time) and so on. E as vendas? Têm subido?

A campanha é lançada num momento em que todo o mundo, repito todo, sabe que a culpa da presenta caldeirada económica se deveu em considerável parte, ao incumprimento no pagamento da prestação da habitação. Eu sou consumidor, vou então enfiar-me num empréstimo de 30 anos sem saber o que vai acontecer. Argumentam as mentes ofuscantes que se tem que contrariar a maré. E que tal, comunicar produtos de poupança, esses indicadores sim, têm crescido muito mais que os do crédito à habitação?

Mas mesmo partindo do pressuposto que se tinha imperetrivelmente que comunicar crédito à habitação, porque carga de água se comunica dos 20 aos 50? Publicidade para três gerações! Vamos embora! Prá frente é que é Lisboa! E quem é que a jogar playstation e a comer pipocas, vai no seu (pouco) juízo comprar uma casa? "Sugerir novos hábitos de consumo"

Yeah right.

Thursday, February 19, 2009

The Zoo in Madison Avenue

Retirado do livro "The Fall of Advertising and The Rise of PR" de Al e Laura Ries; crítica sobre o uso excessivo e obrigatório de criatividade nas agências de publicidade.

"Like artists in search of recognition, advertising people are quick to jump on the latest creative fad. A few years ago, animals were all the rage on Madison Avenue. One of the first advertisers to raid the zoo was Energizer, wich did bunnies.
And the animal parade was on. Coca-Cola did polar bear. Budweiser did ants, frogs, ferrets, beavers and finally lizards. Budweiser´s sibling Bud Ice went looking for an animal of its own to sponsor, so they asked themselves, who is most likely to drink an ice beer? You guessed it, penguins. So Bud Ice did penguins.
The Postal Service did eagles. Merril Lynch did bulls. Taco Bell did Chihuahuas. Allstate did deer. Dreyfus did lions. Yahoo! did dolphins. American Tourister did gorillas. E*Trade did chimpanzees. La-Z-Boy did raccoons. Cadillac did ducks. Range Rover did elephants. BMW did turtles. Turtles? The ultimate driving machine is a turtle? Top speed, two miles a day.

A recent two-page advertisement for the Saturn Vue sport-utility vehicle managed to squeeze in twenty-three different animals. Are animals in advertising good or bad? Like every question in marketing, the correct answer is always the same: it all depends. It all depends on what you are promoting. If you are promoting a zoo, animals are probably a good idea. If you are promoting an automobile, probably not.
But the creative mind thinks differently. If nobody else is using animals to promote an automobile, then animals might be a good idea. And to be really creative, the automobile advertising has to incorporate an animal that no one else is using. Hence turtles for BMW.

The zoo parade is likely to continue. More than four thousand species of mammals are available, ranging from the shrew, which weighs seven-hundredths of an ounce, to the whale, wich weighs up to 140 tons. The whale, is of course, taken by Pacific Life, but the shrew is still available if you´re still interested."

Tuesday, February 17, 2009

Mix

De vários assuntos, o tempo para variar tem sido escasso.

A crise, que continua na mesma como a lesma; vamos ver se o pacote Obama resolve o que quer que seja. Opinião pessoal: continuar a despejar dinheiro nos bancos por despejar não vai resolver nada. A crise nas suas várias vertentes, tem a meu ver a sua pior face na confiança: dos mercados financeiro e real, das empresas e do anónimo consumidor. É essa confiança que tem que ser restabelecida. De pouco vale injectar milhões aqui e ali se no dia seguinte temos notícias de milhares de desempregados, e índices económicos de praticamente todo o mundo a fazer bungee-jumping sem bungee.

Um aspecto interessante; verifica-se, ainda hoje, uma certa corrente anti-internet, ou seja, que não passou de uma bolha e que nunca se há-de fazer muito dinheiro com aquilo. Houve muita especulação é verdade, mas nos EUA, epicentro do terramoto financeiro, a Google - que amavelmente cede o servidor ao vosso escriba para escrever estas trapalhadas - apresentou resultados positivos ao contrário de muita boa gente.

Em Portugal, em vez de discutirmos o que fazer para sair o mais depressa possível de crise (se bem que a nós resta-nos infelizmente esperar que os países que importam as nossas mercadorias se levantem), discutimos o BPN e o Dias Loureiro, a Manuela Ferreira Leite e as suas execráveis sondagens, Sócrates e o Freeport (agora há por aí um episódio de Pinóquio ao que parece), e de novo pergunto, pela massa intelectual do País? Onde anda? Que soluções apresenta?

Um bom exemplo do que é usar as novas tecnologias para estimular um debate sobre um dado tema vem da Economist. Pode ser visitado, aqui.