O caso das escutas ficará suspenso até Cavaco dizer alguma coisa. Só o fará depois das eleições. Os cronistas do costume exigem em uníssono um esclarecimento de Cavaco e alguns já agitam a bandeira da demissão.
Até à data, desde que o dito email do Público saiu no DN, a consequência directa do escândalo foi a demissão do assessor Fernando Lima, curiosamente, um indivíduo que a imprensa defende em bloco, e que dizem ser impossível o último ter tomado sozinho, a decisão de encomendar uma notícia fosse a que jornal fosse, sem consentimento prévio do Presidente (o que parece de resto, plausível).
Cavaco transmitiu outra mensagem ao demitir Fernando Lima. Demitindo-o sem nenhuma explicação, depreende-se que Lima agiu à revelia do Presidente. Cavavo não é conhecido por ter duas palavras e terá tomado esta decisão com um plano delineado. Portanto, aquilo que todos esperam que Cavaco diga, nada mais será do que explicar que o assessor agiu por conta própria e que já tomou todas as diligências em matéria de vigilância oculta.
Por muito que a imprensa queira, isto não é suficiente nem para derrubar Cavaco nem para pôr em causa a soberania das instituições como alguns pregaram. É grave sem dúvida, mas não sejamos ingénuos ao ponto de pensar que os diferentes governos e presidências não tentam fabricar uma ou outra notícia que os beneficie, ou que prejudique os seus adversários. A comunicação social é um meio imprescindível na formação da opinião pública (mais ainda em países onde a vontade de pensar e de formar opinião própria é limitada), naturalmente, há sempre tentativas de influenciá-la. Cabe a este formador massivo de opinião ser isento e aguentar a pressão política. Enquanto assim for, estamos, para já, salvos.
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