Cavaco num dos seus meticulosos e estudados discursos, falou ao País (sedento por acção numa vida política regra geral acefálica) sobre o Estatuto dos Açores. Em Agosto recordem-se, tivemos igualmente um discurso rodeado de suspense sobre o mesmo tema. Disse Cavaco ontem, entre muitas coisas, que estavam em causa as relações entre órgãos de soberania, que os dois artigos limitavam os poderes presidenciais e dos próprios deputados e que teria feito tudo para que isto não acontecesse.
Parte deste discurso pseudo paternalista-responsável não é verdadeiro. Não fez tudo. Podia ter enviado a lei para o Tribunal Constitucional (TC) como fez com o novo Código de Trabalho no âmbito da alteração do período experimental de 90 para 180 dias e que o TC em rigor, declarou inconstitucional. Se tem esta ferramenta ao seu dispor porque carga de água não enviou a lei para o TC? Todos os constitucionalistas da praça já declararam os artigos como não estando de acordo com a Constituição. Bastaria ao PR enviar a lei para fiscalização, os artigos seriam considerados inconstitucionais, e teria o PS que expurgar estes artigos da lei. De novo, não o fez porquê? Política. Quis por algum motivo vitimizar-se, e de certa forma ter desculpa para entrar em conflito com o Governo nos próximos meses, em ano de, recordo e sublinho, eleições. Não passa de jogo político.
De jogo político não passa também a posição do PS nesta matéria, pois a aprovação do Estatuto na Assembleia é resultado de um acordo entre Sócrates e César, onde o último só se recandidataria caso o PS aprovasse o Estatuto. César ganhou as eleições e o Estatuto foi aprovado.
O PSD no meio de toda a jogatana, foi para variar, o grande perdedor. O seu líder de bancada - Monsieur Rangel - que começa a somar erros (veio defender a falta de 30 deputados numa votação em plenário recentemente) atrás de erros. O PSD depois de na última votação se abster, vem agora criticar o PS porque abriu uma guerra contra o Presidente da República. Expliquem então se eram assim tanto a favor de um clima de paz e amor entre Governo e PR porque não expressaram a sua opinião na votação, votando contra? O que é que significa a abstenção do PSD? Significa simplesmente, que o PSD, em absoluta deriva e delírio (Santana para Lisboa de novo?), a única coisa que tem conseguido fazer é capitalizar o BE e o PCP enquanto alternativas ao PS.
Tuesday, December 30, 2008
Gaza
E a sua faixa cada vez mais estreita. Israel, uma nação nascida com o intrínseco medo de perder o seu território e rodeada de países árabes, ataca impiedosamente a Palestina. Os episódios não são novos, e mais uma vez, todos são da opinião que a retaliação israelita é manifestamente exagerada. Os EUA, apoiam evidentemente o seu único parceiro da região, e os países árabes com o petróleo em baixa e reféns das suas negociatas com o Ocidente pouco mais fazem do que enviar ajuda humanitária. Previsões?
Israel irá continuar o ataque e inclusive passar para o modo de ataque terrestre. Irá recuar entretanto assim que um país islâmico ameaçar de forma beligerante a posição de Israel. Com a entrada de Obama em cena entretanto, espera-se uma mediação mais diplomática e um subsequente reposicionamento israelita. Considero difícil uma anexação total da Palestina por parte de Israel, mas a verdade é que lentamente, Israel consegue mais território, e esta nova intervenção será também disso exemplo.
Israel irá continuar o ataque e inclusive passar para o modo de ataque terrestre. Irá recuar entretanto assim que um país islâmico ameaçar de forma beligerante a posição de Israel. Com a entrada de Obama em cena entretanto, espera-se uma mediação mais diplomática e um subsequente reposicionamento israelita. Considero difícil uma anexação total da Palestina por parte de Israel, mas a verdade é que lentamente, Israel consegue mais território, e esta nova intervenção será também disso exemplo.
Saturday, December 27, 2008
Camões
Que terá dito e escrito: "Jamais haverá ano novo, se continuarmos a copiar os erros dos anos velhos." Disse isto o homem que passou pelas agruras da vida, ficou sem um olho, e mesmo assim descreveu o amor como ninguém - o tal fogo que arde sem se ver.
Vem aí 2009, e circulam já nos media os habituais highlights de 2008 e prognósticos para 2009. Na sobrecarregada sociedade em que vivemos, onde o número de palavras num hipermercado é superior ao vocabulário de um indivíduo que acaba uma licenciatura - 12000 e 8000 palavras respectivamente - era possível destacar uma série de acontecimentos relevantes a nível nacional e internacional, por uma questão de brevidade e santa paciência destacarei um por área e com subsequente previsão para 2009 (se o Marcelo falha eu também tenho direito de arriscar previsões):
- Política: ano dominado por algumas reformas levadas a cabo pelo nosso Engenheiro; umas melhores, outras piores, de qualquer forma é justo dizer que comparando com as últimas três legislaturas já não se via ninguém a governar assim há algum tempo, isto é, levando as reformas até ao fim e concretizando na medida do possível alguns pontos do programa eleitoral. Longe da perfeição é certo, mas o suficiente para deixar a quilómetros-luz um confuso e conflituoso PSD, um albanês CDS, um avulso BE e um ridículo PCP. Temos eleições para o ano (legislativas, autárquicas e europeias), e a pergunta de 1 milhão de euros é se o PS consegue a maioria absoluta; o meu humilde palpite é que sim, vai conseguir. Porquê? Com o deplorável estado em que a economia se encontra aquilo que em ano de eleições se apelidaria de medidas eleitoralistas de esquerda vão ser vistas como medidas contra a crise e que no nosso país, que - e bem - à conta de rigoroso controlo orçamental tem agora oportunidade de encarar a crise com maior folga (défice actual de 2,2% quando o limite imposto pelo pacto de estabilidade é 3%).
- Economia: A reboque da crise mundial também Portugal já está a sofrer as consequências do abrandamento que se sente em todo o mundo; já soaram os alarmes no sector automóvel e têxtil, e ao que parece, a coisa não fica por aqui. Apesar de tudo, as previsões da OCDE vão para uma taxa de desemprego em 2009 a rondar os 8% (actualmente encontra-se nos 7,7%), o que apesar de não serem boas notícias, não são também as piores - aqui mesmo ao lado em Espanha a mesma taxa já ronda uns preocupantes 12%. 2009 não vai ser nada fácil, é uma realidade, mas julgo que outros países estarão muito mais expostos à crise do que Portugal; é evidente que os sectores mais ligados à exportação irão sofrer um revés maior, contudo este sector (e infelizmente para nós devo dizer), apesar de importantíssimo não representa uma fatia significativa do tecido produtivo de riqueza no país. Contamos para já com preços mais baixos, combustível e rendas mais baratas; o drama prende-se precisamente com o abrandamento económico que levará algumas empresas à falência e ao consequente e perigoso desemprego.
No que à banca diz respeito, lá se confirmaram as conversas de café: gestores do BCP compraram acções do próprio banco através de sociedades offshore, o BPN foi nacionalizado (por motivos criminais e não de crise) e o BPP de Rendeiro (já conhecido como o "portuguese Madoff"), que no dia em que lançou o seu livro onde explicava as suas fórmulas de sucesso viu-se afastado da administração do BPP pelos motivos que já todos conhecemos. Tudo bons rapazes, portanto.
- Educação: este foi o ano de todas as touradas a bem dizer. Greves, suspensões, abaixo-assinados, gritos e manifestações. A avaliação (a meu ver imprescindível), com alguns remendos vai acabar por seguir o seu tortuoso caminho e em 2009 a ministra depois de eleições será - para seu próprio alívio - remodelada. A avaliação é parte do caminho, espero que 2009 traga novas ideias para a educação, um dos, senão "o" problema chave para o desenvolvimento de um país, que com limitados recursos naturais e altamente dependente a vários níveis do exterior, precisa de mão-de-obra altamente qualificada para fazer face aos problemas que vamos encontrar. Quando conseguirmos produzir cidadãos dignos desse nome, passamos dos benditos 1% de crescimento para a média europeia. A mudança aqui não tem que ser só com reformas governamentais, mas também com uma reforma da sociedade civil, altamente responsável pela educação (ou falta dela) dos seus filhos.
- Justiça: continuou este ano no habitual ritmo arrasta-pés que já é característico. Não consigo prever mudanças para 2009, na medida em que os mesmo responsáveis pelas respectivas áreas se irão manter nos cargos que ocupam, sendo este um claro caso em que se não mudam as caras, não muda o sistema. Ludibriando a populaça com o jargão da justiça, sindicatos e governo vão adiando as decisões e as reformas. Que diferenças é que o amigo leitor sentiu no âmbito da famigerada reforma do mapa judiciário? Exactamente.
- Internacional: Barack Obama sem sombra de dúvida. Nem Martin Luther King por esta esperava se vivo fosse. Um sinal que os EUA são "A" democracia. O atentado em Bombaim foi outro marco de 2008, bem como o falhanço do Tratado de Lisboa e a mais uma vez adiada Europa por que todos clamam mas que ninguém consegue unir. 2009 será o ano de eleições em muitos países (Alemanha por exemplo), e claro está, marcado pelas medidas que os governos irão tomar em função da crise. É uma questão de tempo até a confiança voltar aos mercados e é minha modesta opinião que no final de 2009 já se farão prognósticos - ainda que modestos - positivos para 2010. Ninguém vai olhar a meios para ajudar os contribuintes (que têm andado a pagar as brincadeiras da alta finança) e podemos contar com défices a subir por aí acima. Virá depois a inflação, mas cada problema a seu tempo. Muito se espera da América e de Obama; a nível económico, e como é habitual nos EUA, será provavelmente a primeira nação a recuperar do choque e a liderar a luta contra a crise. O Médio Oriente, sempre explosivo, continuará na sua atribulada rota. Iraque e Afeganistão são para continuar em 2009, economias emergentes como a China e a Índia, com milhões de milhões de habitantes e muito dependentes das exportações terão dificuldades acrescidas. Destaque também para o Dubai e as suas imperiais construções. Teremos migrações dos centros financeiros para novas paragens? Esta não arrisco.
Vem aí 2009, e circulam já nos media os habituais highlights de 2008 e prognósticos para 2009. Na sobrecarregada sociedade em que vivemos, onde o número de palavras num hipermercado é superior ao vocabulário de um indivíduo que acaba uma licenciatura - 12000 e 8000 palavras respectivamente - era possível destacar uma série de acontecimentos relevantes a nível nacional e internacional, por uma questão de brevidade e santa paciência destacarei um por área e com subsequente previsão para 2009 (se o Marcelo falha eu também tenho direito de arriscar previsões):
- Política: ano dominado por algumas reformas levadas a cabo pelo nosso Engenheiro; umas melhores, outras piores, de qualquer forma é justo dizer que comparando com as últimas três legislaturas já não se via ninguém a governar assim há algum tempo, isto é, levando as reformas até ao fim e concretizando na medida do possível alguns pontos do programa eleitoral. Longe da perfeição é certo, mas o suficiente para deixar a quilómetros-luz um confuso e conflituoso PSD, um albanês CDS, um avulso BE e um ridículo PCP. Temos eleições para o ano (legislativas, autárquicas e europeias), e a pergunta de 1 milhão de euros é se o PS consegue a maioria absoluta; o meu humilde palpite é que sim, vai conseguir. Porquê? Com o deplorável estado em que a economia se encontra aquilo que em ano de eleições se apelidaria de medidas eleitoralistas de esquerda vão ser vistas como medidas contra a crise e que no nosso país, que - e bem - à conta de rigoroso controlo orçamental tem agora oportunidade de encarar a crise com maior folga (défice actual de 2,2% quando o limite imposto pelo pacto de estabilidade é 3%).
- Economia: A reboque da crise mundial também Portugal já está a sofrer as consequências do abrandamento que se sente em todo o mundo; já soaram os alarmes no sector automóvel e têxtil, e ao que parece, a coisa não fica por aqui. Apesar de tudo, as previsões da OCDE vão para uma taxa de desemprego em 2009 a rondar os 8% (actualmente encontra-se nos 7,7%), o que apesar de não serem boas notícias, não são também as piores - aqui mesmo ao lado em Espanha a mesma taxa já ronda uns preocupantes 12%. 2009 não vai ser nada fácil, é uma realidade, mas julgo que outros países estarão muito mais expostos à crise do que Portugal; é evidente que os sectores mais ligados à exportação irão sofrer um revés maior, contudo este sector (e infelizmente para nós devo dizer), apesar de importantíssimo não representa uma fatia significativa do tecido produtivo de riqueza no país. Contamos para já com preços mais baixos, combustível e rendas mais baratas; o drama prende-se precisamente com o abrandamento económico que levará algumas empresas à falência e ao consequente e perigoso desemprego.
No que à banca diz respeito, lá se confirmaram as conversas de café: gestores do BCP compraram acções do próprio banco através de sociedades offshore, o BPN foi nacionalizado (por motivos criminais e não de crise) e o BPP de Rendeiro (já conhecido como o "portuguese Madoff"), que no dia em que lançou o seu livro onde explicava as suas fórmulas de sucesso viu-se afastado da administração do BPP pelos motivos que já todos conhecemos. Tudo bons rapazes, portanto.
- Educação: este foi o ano de todas as touradas a bem dizer. Greves, suspensões, abaixo-assinados, gritos e manifestações. A avaliação (a meu ver imprescindível), com alguns remendos vai acabar por seguir o seu tortuoso caminho e em 2009 a ministra depois de eleições será - para seu próprio alívio - remodelada. A avaliação é parte do caminho, espero que 2009 traga novas ideias para a educação, um dos, senão "o" problema chave para o desenvolvimento de um país, que com limitados recursos naturais e altamente dependente a vários níveis do exterior, precisa de mão-de-obra altamente qualificada para fazer face aos problemas que vamos encontrar. Quando conseguirmos produzir cidadãos dignos desse nome, passamos dos benditos 1% de crescimento para a média europeia. A mudança aqui não tem que ser só com reformas governamentais, mas também com uma reforma da sociedade civil, altamente responsável pela educação (ou falta dela) dos seus filhos.
- Justiça: continuou este ano no habitual ritmo arrasta-pés que já é característico. Não consigo prever mudanças para 2009, na medida em que os mesmo responsáveis pelas respectivas áreas se irão manter nos cargos que ocupam, sendo este um claro caso em que se não mudam as caras, não muda o sistema. Ludibriando a populaça com o jargão da justiça, sindicatos e governo vão adiando as decisões e as reformas. Que diferenças é que o amigo leitor sentiu no âmbito da famigerada reforma do mapa judiciário? Exactamente.
- Internacional: Barack Obama sem sombra de dúvida. Nem Martin Luther King por esta esperava se vivo fosse. Um sinal que os EUA são "A" democracia. O atentado em Bombaim foi outro marco de 2008, bem como o falhanço do Tratado de Lisboa e a mais uma vez adiada Europa por que todos clamam mas que ninguém consegue unir. 2009 será o ano de eleições em muitos países (Alemanha por exemplo), e claro está, marcado pelas medidas que os governos irão tomar em função da crise. É uma questão de tempo até a confiança voltar aos mercados e é minha modesta opinião que no final de 2009 já se farão prognósticos - ainda que modestos - positivos para 2010. Ninguém vai olhar a meios para ajudar os contribuintes (que têm andado a pagar as brincadeiras da alta finança) e podemos contar com défices a subir por aí acima. Virá depois a inflação, mas cada problema a seu tempo. Muito se espera da América e de Obama; a nível económico, e como é habitual nos EUA, será provavelmente a primeira nação a recuperar do choque e a liderar a luta contra a crise. O Médio Oriente, sempre explosivo, continuará na sua atribulada rota. Iraque e Afeganistão são para continuar em 2009, economias emergentes como a China e a Índia, com milhões de milhões de habitantes e muito dependentes das exportações terão dificuldades acrescidas. Destaque também para o Dubai e as suas imperiais construções. Teremos migrações dos centros financeiros para novas paragens? Esta não arrisco.
Wednesday, December 24, 2008
Azeredo Azeredo, quem tem...
O título por si só é sugestivo, mas na medida em que me refiro a sua digníssima excelência o Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação - Azeredo Lopes - corro o sério risco de ser processado e ver o meu blog transferido para um qualquer paraíso fiscal.
Escrevo sobre esta ilustre figura depois de na entrevista dada ao Expresso, ter nesse âmbito declarado que:
- "Não sou muito dado a olhar para trás e a fazer juízos de arrependimento."
- "Nunca desconfiamos sempre de alguém não ser pressionado porque ou é tolo ou não percebe o que lhe estão a fazer"
- "Enquanto andava à espadeirada"
Aprender com os erros?
A pressão é normal, deixai-os andar.
Espadeirada? Tal como suspeitava, isto para o homem é uma guerra aberta.
Mas há mais pormenores interessantes. Não é que o homem que deveria velar pela transparência e equidade nos meios de comunicação social, quando solicitou a entrevista ao Expresso fez questão de escolher o jornalista? Exactamente, diz que se recusava a ser entrevistado pelo jornalista X. Pergunta de 2 euros e meio: porque é que se mantém gente desta estirpe neste tipo de cargos?
Escrevo sobre esta ilustre figura depois de na entrevista dada ao Expresso, ter nesse âmbito declarado que:
- "Não sou muito dado a olhar para trás e a fazer juízos de arrependimento."
- "Nunca desconfiamos sempre de alguém não ser pressionado porque ou é tolo ou não percebe o que lhe estão a fazer"
- "Enquanto andava à espadeirada"
Aprender com os erros?
A pressão é normal, deixai-os andar.
Espadeirada? Tal como suspeitava, isto para o homem é uma guerra aberta.
Mas há mais pormenores interessantes. Não é que o homem que deveria velar pela transparência e equidade nos meios de comunicação social, quando solicitou a entrevista ao Expresso fez questão de escolher o jornalista? Exactamente, diz que se recusava a ser entrevistado pelo jornalista X. Pergunta de 2 euros e meio: porque é que se mantém gente desta estirpe neste tipo de cargos?
A Alegre Treta
Depois de ver a entrevista de Alegre na semana passada a uma conclusão cheguei: a montanha, para variar, pariu um rato. Alegre diz que está fora de hipótese fazer parte de um governo, pois não foi para isso que foi talhado. Um partido novo é respondido com um quase Não. Serve portanto Alegre como instrumento temporário de Louçã e da comunicação social que assim vai vendendo mais um pouquinho.
Muita parra, o resto já se sabe.
Muita parra, o resto já se sabe.
Kissinger O Mago
E as suas sábias palavras: "Any economic system, but especially a market economy, produces winners and losers. If the gap between them becomes too great, the losers will organise themselves politically and seek to recast the existing system - within nations and between them."
Grécia?
Grécia?
O mercado, o mercado, o mercado
"You can´t regulate your way out of a recession, but you can regulate your way into one", terá dito Boris Johnson, o Mayor de Londres.
Não posso deixar de achar uma certa piada a este tipo de afirmações, pois tendo em conta o actual estado psicótico dos mercados financeiros, e das graves consequências desse mesmo estado repercutidas actualmente na economia real (que estão ainda por avaliar), possa ainda alguém vir a terreiro defender a desregulação! Estamos nesta crise em grande parte por falta de regulação e vem um arauto de Londres salvar-nos da perdição avisando sobre o perigo que é a excessiva regulação do mercado. Enfim.
Não posso deixar de achar uma certa piada a este tipo de afirmações, pois tendo em conta o actual estado psicótico dos mercados financeiros, e das graves consequências desse mesmo estado repercutidas actualmente na economia real (que estão ainda por avaliar), possa ainda alguém vir a terreiro defender a desregulação! Estamos nesta crise em grande parte por falta de regulação e vem um arauto de Londres salvar-nos da perdição avisando sobre o perigo que é a excessiva regulação do mercado. Enfim.
A Viagem do Elefante
Já lido, confesso que não foi o que mais gostei no que a saramaguês diz respeito, mas não deixa de ter um tom mais divertido que o habitual, acompanhado da habitual crítica religiosa que é deste escritor característica. Uma breve passagem: "Basta que recordemos a peremptória afirmação daquele famoso jesus de galileia que, nos seus melhores tempos, se gabou de ser capaz de destruir e reconstruir o templo entre a manhã e a noite de um único dia. Ignora-se se foi por ter chegado à sensata conclusão de que o trabalho não merecia a pena, considerando que se algo se vai destruir para construí-lo outra vez, melhor será deixar tudo como estava antes."
Friday, December 19, 2008
Repeat
Vejo e ouço os comentadores políticos a afirmar quase em uníssono que Santana Lopes tem fortes hipóteses de ganhar a CML. Fico perplexo com a ideia, e a única razão que consigo atribuir a uma hipotética vitória é um profundo alheamento dos eleitores de Lisboa daquilo que se passou com Santana Lopes nos últimos anos.
Os casos em catadupa com o PSD em Lisboa estão - julgo eu - frescos nas nossas memórias. Surge agora outro, de novo, produto do PSD: Vítor Santos, aka Bibi do Benfica (!), adquire terrenos situados entre a Av. Infante Santo e o Bairro da Lapa em Lisboa. Técnicos da autarquia aconselharam o promotor a fazer uma operação de loteamento tendo em conta o impacto que o dito empreendimento teria na área. Estas operações de loteamento obrigam os promotores a gastar dinheiro, ou seja, oferecer retribuções em espécie ou dinheiro ao domínio público municipal. Margarida Magalhães, agora acusada pelo MP, poupou Bibi a tais prejuízos e acabou depois por aprovar o projecto de arquitectura. Aquando do reinado de Santana Lopes sai o deferimento da licença para construção, que segundo a vereadora Eduarda Napoleão era referente a "escavações". Bibi decide então propor uma operação de loteamento à Benfica, onde no fim do processo a CML ainda teria que lhe pagar 357 mil euros!
O processo está em suspenso até se chegar a alguma conclusão. E isto é o que se sabe, quantos casos destes houve sem que nada soubesse-mos?
Queremos mesmo isto de novo?
Os casos em catadupa com o PSD em Lisboa estão - julgo eu - frescos nas nossas memórias. Surge agora outro, de novo, produto do PSD: Vítor Santos, aka Bibi do Benfica (!), adquire terrenos situados entre a Av. Infante Santo e o Bairro da Lapa em Lisboa. Técnicos da autarquia aconselharam o promotor a fazer uma operação de loteamento tendo em conta o impacto que o dito empreendimento teria na área. Estas operações de loteamento obrigam os promotores a gastar dinheiro, ou seja, oferecer retribuções em espécie ou dinheiro ao domínio público municipal. Margarida Magalhães, agora acusada pelo MP, poupou Bibi a tais prejuízos e acabou depois por aprovar o projecto de arquitectura. Aquando do reinado de Santana Lopes sai o deferimento da licença para construção, que segundo a vereadora Eduarda Napoleão era referente a "escavações". Bibi decide então propor uma operação de loteamento à Benfica, onde no fim do processo a CML ainda teria que lhe pagar 357 mil euros!
O processo está em suspenso até se chegar a alguma conclusão. E isto é o que se sabe, quantos casos destes houve sem que nada soubesse-mos?
Queremos mesmo isto de novo?
Thursday, December 18, 2008
Tuesday, December 16, 2008
A Alegre Esquerda
Muito se tem falado, a par da crise, da colagem de Manuel Alegre a figuras da esquerda e extrema-esquerda, leia-se, marxistas, trotskistas e outros artistas, dignos de tal título.
Saliva a extrema-esquerda com a crise do capitalismo. O Marx é que tinha razão, este modelo não funciona, o Benfica vai ser campeão, e outras barbaridades.
Analisando: este modelo efectivamente não funciona. Mas, e receio ter más notícias para a esquerdite, o modelo marxista, comunista, trotskista ou whatever ista NÃO funciona. É verdade que o capitalismo entregue a si próprio conduz ao colapso, mas mesmo assim tem uma primordial diferença em relação ao comunismo, seja ele de que espécie for: o comunismo entregue a si próprio, ou entregue a alguém, nunca funciona. É o sistema que independentemente das mãos em que for exercido ou da parte do globo em que for aplicado, pura e simplesmente, NÃO funciona.
Alegre, numa altura de aperto, cola-se à esquerda, porque é absolutamente contra as políticas de direita de Sócrates. Voltamos à velha pergunta de 1 milhão de euros: como? Alegre diz que é perfeitamente possível governar o país com políticas exclusivas de esquerda. Aguardamos pacientemente e suspeito que para sempre da sua fórmula mágica.
Wednesday, December 10, 2008
Happyness
Já dizia o outro "is just around the corner."
Na Markteer deste mês a nota editorial é sobre.. felicidade. Gostei imenso, parece-me a mim que tira uma perfeita fotografia ao actual estado dos portugueses em geral e dá como receita a felicidade enquanto eixo de mobilização para o País. Passo a transcrever partes do texto que considero relevantes: "[...]Mas, e a felicidade? Mede-se? Qual o nível de felicidade do cidadão comum nos tempos actuais? Afinal, a organização social económica e política, só existem como forma de melhor se atingirem objectivos comuns de bem-estar e de felicidade. Mas será que a felicidade, em si, será um objectivo prosseguido por aqueles responsáveis? Pensamos que não.[...]
Um desafio que se poderia/deveria colocar era o de se pensar num programa político, económico e social que visasse "a felicidade" como mote principal. Talvez a proposta não pareça nova, mas sim a abordagem sê-lo-á.[...]
Parece assim que, para além do que foi referido, talvez tenhamos a necessidade de uma terapia social de choque que enfatize as nossas realizações e feitos, saliente o que temos de bom enquanto nação e características comportamentais, aumentando o nosso grau de auto-estima e felicidade... talvez a criação do Ministério da Felicidade!"
Parece um tiro um pouco distante, mas é a meu ver, a SAÍDA, talvez única, para Portugal conseguir dar definitivamente o salto que precisa de dar. Bom, disto e de políticos como deve ser. Mas tendo em conta que os políticos agem muitas das vezes de acordo com as vontades do povo mais do que se pensa, um povo pró-activo e mais motivado produziria políticos de igual calibre.
Na Markteer deste mês a nota editorial é sobre.. felicidade. Gostei imenso, parece-me a mim que tira uma perfeita fotografia ao actual estado dos portugueses em geral e dá como receita a felicidade enquanto eixo de mobilização para o País. Passo a transcrever partes do texto que considero relevantes: "[...]Mas, e a felicidade? Mede-se? Qual o nível de felicidade do cidadão comum nos tempos actuais? Afinal, a organização social económica e política, só existem como forma de melhor se atingirem objectivos comuns de bem-estar e de felicidade. Mas será que a felicidade, em si, será um objectivo prosseguido por aqueles responsáveis? Pensamos que não.[...]
Um desafio que se poderia/deveria colocar era o de se pensar num programa político, económico e social que visasse "a felicidade" como mote principal. Talvez a proposta não pareça nova, mas sim a abordagem sê-lo-á.[...]
Parece assim que, para além do que foi referido, talvez tenhamos a necessidade de uma terapia social de choque que enfatize as nossas realizações e feitos, saliente o que temos de bom enquanto nação e características comportamentais, aumentando o nosso grau de auto-estima e felicidade... talvez a criação do Ministério da Felicidade!"
Parece um tiro um pouco distante, mas é a meu ver, a SAÍDA, talvez única, para Portugal conseguir dar definitivamente o salto que precisa de dar. Bom, disto e de políticos como deve ser. Mas tendo em conta que os políticos agem muitas das vezes de acordo com as vontades do povo mais do que se pensa, um povo pró-activo e mais motivado produziria políticos de igual calibre.
Monday, December 8, 2008
Partidarite
Ao que tudo indica o PS irá reenviar o diploma referente ao Estatuto dos Açores inalterado para Belém. Cavaco ver-se-à obrigado a promulgar a coisa, apesar de ter manifestado reservas quanto à constitucionalidade da mesma. Todos os constitucionalistas da praça (os do PS incluídos) dizem que o artigo 114º (que limita os poderes presidenciais ao obrigar o Presidente a ouvir o Governo e a Assembleia Legislativa regionais em caso de dissolução da Assembleia Legislativa regional, coisa que nem sequer acontece cá no rectângulo) não está de acordo com a Constituição.
O PSD irá portanto pedir a fiscalização sucessiva da constitucionalidade no Tribunal Constitucional e daqui a uns tempos o dito artigo é considerado inconstitucional, a lei é revista e a dança segue.
Se já sabem todos que o bendito artigo é inconstitucional para quê avançar cegamente nesta matéria? Por pura carolice, e para num momento de aparente desgaste de Cavaco (thank you very much Monsieur Loureiro) aproveitar politicamente a onda para martelar o PSD.
Para lá da ética, mais uma vez, isto vai dar despesa extra. Uma gota de água argumentarão uns, mas muitas gotas fazem um copo de água. De novo, os partidos são colocados à frente do País.
O PSD irá portanto pedir a fiscalização sucessiva da constitucionalidade no Tribunal Constitucional e daqui a uns tempos o dito artigo é considerado inconstitucional, a lei é revista e a dança segue.
Se já sabem todos que o bendito artigo é inconstitucional para quê avançar cegamente nesta matéria? Por pura carolice, e para num momento de aparente desgaste de Cavaco (thank you very much Monsieur Loureiro) aproveitar politicamente a onda para martelar o PSD.
Para lá da ética, mais uma vez, isto vai dar despesa extra. Uma gota de água argumentarão uns, mas muitas gotas fazem um copo de água. De novo, os partidos são colocados à frente do País.
BESart – Colecção Banco Espírito Santo - O Presente: Uma Dimensão Infinita
Aconselho vivamente a visita a esta exposição ao que parece disponível até 25 de Janeiro 2009 no museu Berardo. A entrada é grátis e as obras que lá dentro podemos observar são uma interessante viagem entre vários mundos e perspectivas. Destaco os artistas que mais me impressionaram: Vik Muniz, Wolfgang Tillmans, Richard Misrach, Matthew Barney, Duane Michals, Sophie Calle, Daniel Blaufuks, Candida Hoffer e Thomas Struth.
Sunday, December 7, 2008
Congresso PCP
Existe um alarido, ou melhor, semi-alarido, sobre o congresso do PCP. A felicidade dos militantes, a rapidez com que arrumaram as cadeirinhas todas no fim do congresso e a alegada subida de popularidade do PCP nesta altura.
Ora bem. Só para relembrar que é este mesmo PCP que apoia a ditadura de Cuba, da Coreia do Norte, que convidou as FARC para o Avante e que continua a apoiar a parvoíce serôdia que é o marxismo-leninismo. Não compreendo como é que tanto tempo depois ainda se discute se a coisa pode ou não resultar. Quantos mortos precisamos mais? E para aqueles que dizem que o comunismo é perfeito só que não funciona em humanos, expliquem-me porque carga de água se havia de aplicar medidas como as que Marx aconselha a tomar no seu Manifesto do Partido Comunista:
- expropriação da propriedade agrária e utilização das rendas agrárias para despesas do estado
- imposto pesado e agressivo
- abolição do direito de herança
- expropriação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes
- centralização do crédito nas mãos do estado, por meio de um banco nacional com capital de estado e monopólio exclusivo
- centralização dos meios de transporte nas mãos do estado
Há mais, duas aproveitam-se nomeadamente o seu conselho sobre o fim do trabalho infantil e a obrigatoriedade do trabalho para todos. Nos itens acima citados, porque raio havíamos de querer uma esquizofrenia de tal ordem?
Ora bem. Só para relembrar que é este mesmo PCP que apoia a ditadura de Cuba, da Coreia do Norte, que convidou as FARC para o Avante e que continua a apoiar a parvoíce serôdia que é o marxismo-leninismo. Não compreendo como é que tanto tempo depois ainda se discute se a coisa pode ou não resultar. Quantos mortos precisamos mais? E para aqueles que dizem que o comunismo é perfeito só que não funciona em humanos, expliquem-me porque carga de água se havia de aplicar medidas como as que Marx aconselha a tomar no seu Manifesto do Partido Comunista:
- expropriação da propriedade agrária e utilização das rendas agrárias para despesas do estado
- imposto pesado e agressivo
- abolição do direito de herança
- expropriação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes
- centralização do crédito nas mãos do estado, por meio de um banco nacional com capital de estado e monopólio exclusivo
- centralização dos meios de transporte nas mãos do estado
Há mais, duas aproveitam-se nomeadamente o seu conselho sobre o fim do trabalho infantil e a obrigatoriedade do trabalho para todos. Nos itens acima citados, porque raio havíamos de querer uma esquizofrenia de tal ordem?
Abstenção
Digam-me os políticos, e em particular os do PSD, qual é a sugestão que têm para combater a abstenção? O porquê da minha pergunta, claro, que disparate, peço desculpa.
O CDS apresentou um projecto que propunha a suspensão e simplificação da avaliação dos professores e que teve 101 votos contra e 80 a favor. Até aqui tudo parece normal. Mas não é. Houve 35 faltas de deputados da oposição, e só do PSD eram 30. Ou seja, caso suas senhorias se tivessem dado ao trabalho de dar um pulo pelo seu local de trabalho esta história dos professores teria outro rumo. Mal ou bem, teria outro rumo.
Faço agora várias sugestões: aos professores e ao seu querido sindicalista Mário Nogueira, 23 vigílias à porta da sede do PSD; a Paulo Rangel (que desvalorizou as faltas dos seus deputados!) que quando se insurgir contra este governo na Assembleia que conte as cabecinhas presentes na bancada, não vá a coisa dar para o torto em caso de votação. E a suas senhorias, os deputados faltosos que tomem vergonha e que se dediquem a outra coisa qualquer. A falta de responsabilidade daqueles que nos representam e são a nossa voz (independentemente do partido que estivermos a falar) deve ser combatida a toda a força e a nossa tolerância perante comportamentos deste tipo deve ser mínima ou nenhuma.
Desta vez, uma vénia a Ferreira Leite que considerou a falha dos deputados como inadmissível e inaceitável.
O CDS apresentou um projecto que propunha a suspensão e simplificação da avaliação dos professores e que teve 101 votos contra e 80 a favor. Até aqui tudo parece normal. Mas não é. Houve 35 faltas de deputados da oposição, e só do PSD eram 30. Ou seja, caso suas senhorias se tivessem dado ao trabalho de dar um pulo pelo seu local de trabalho esta história dos professores teria outro rumo. Mal ou bem, teria outro rumo.
Faço agora várias sugestões: aos professores e ao seu querido sindicalista Mário Nogueira, 23 vigílias à porta da sede do PSD; a Paulo Rangel (que desvalorizou as faltas dos seus deputados!) que quando se insurgir contra este governo na Assembleia que conte as cabecinhas presentes na bancada, não vá a coisa dar para o torto em caso de votação. E a suas senhorias, os deputados faltosos que tomem vergonha e que se dediquem a outra coisa qualquer. A falta de responsabilidade daqueles que nos representam e são a nossa voz (independentemente do partido que estivermos a falar) deve ser combatida a toda a força e a nossa tolerância perante comportamentos deste tipo deve ser mínima ou nenhuma.
Desta vez, uma vénia a Ferreira Leite que considerou a falha dos deputados como inadmissível e inaceitável.
O guarda chuva
Que na verdade nos protege dela, não guarda nada. Venho então por este nobre meio assinalar uma estranho comportamento que tenho vindo a observar por essas ruas fora. Trata-se do dito objecto pendurado na parte traseira da gola dos respectivos casacos e sobretudos. A imagem é desconcertante. Procurei no Google mas não consegui encontrar nada que se pareça.
O motivo mais óbvio para tal aparato julgo ser o facto de não ter que se carregar o objecto na mão enquanto se caminha. Existe claramente um nicho de mercado à espera de ser explorado para os fabricantes de chapéus de chuva, na medida em que é possível tornar este tipo de comportamento em algo mais atractivo, no que à imagem de uma gola de um indivíduo servir de cabide a um chapéu de chuva diz respeito.
O motivo mais óbvio para tal aparato julgo ser o facto de não ter que se carregar o objecto na mão enquanto se caminha. Existe claramente um nicho de mercado à espera de ser explorado para os fabricantes de chapéus de chuva, na medida em que é possível tornar este tipo de comportamento em algo mais atractivo, no que à imagem de uma gola de um indivíduo servir de cabide a um chapéu de chuva diz respeito.
Saturday, December 6, 2008
Podia ser mas não é
Nobre Guedes, esse meteoro que ainda não percebeu bem se já atingiu a velocidade máxima e está em rota de colisão com um planeta por descobrir, decide numa entrevista ao Expresso desta semana dizer mais ou menos isto: que é impreterível uma coligação entre CDS e PSD e que governar em minoria é impossível etc e tal. So far so good. A seguir o jornalista confronta-o com declarações de Nobre Guedes himself sobre a incapacidade do PSD se organizar, na medida em que as lutas internas estão sempre na agenda do dia, ao que Nobre Guedes responde que reafirma o conteúdo dessas afirmações o que não o impede de à mesma sugerir uma coligação entre os dois partidos.
A ideia é boa segundo o meteoro, mas ao mesmo tempo impraticável. Para quê propô-la então?
A ideia é boa segundo o meteoro, mas ao mesmo tempo impraticável. Para quê propô-la então?
Strauss.. o Lévi
E que terá dito: "O mundo começou sem o homem e vai acabar sem ele." Um Al Gore à moda antiga.
Monday, December 1, 2008
Ser Português
Na Visão da semana passada: "A humidade do Atlântico corrói-nos a alma e deixa rastos na literatura, como infiltrações nas casas. Somos estes seres meditabundos, de que falava Melville, com cracas nos dedos e algas nos cabelos, sempre assarapantados por brisas oceânicas, e olhos rasos de maresia."
Friday, November 28, 2008
O Elefante
De Saramago, com direito a estreia mundial no Brasil. Não é sobre livro que me vou debruçar mas antes perante o fenómeno anti-Saramago que teima em não desaparecer. O homem falou mal de Portugal, é comunista e calça o 40. À parte de tudo isto é um fenomenal escritor, e por amor da santa, elevou o nome do país à qualidade indiscutível de produtor de um Nobel.
Dito isto, não entendo como é que ouço e leio gente a falar de Saramago única e exclusivamente sobre as suas posições políticas. As palavras que existem sobre a adaptação do seu livro ao cinema (Blindness) são de puro enxovalhamento e gozo juvenil. Acho que não li uma única linha sobre o simples facto (independentemente da qualidade do filme) de uma adaptação (premiada em Cannes!) ter tido como génese um livro escrito por um português.
Lembro-me de ter ouvido num programa, lá está, para um público juvenil, numa entrevista em jeito de brincadeira a Lobo Antunes, em que o último quando comparado com Saramago, insinua que ganhar um Nobel, não é nada por aí além. Claro, ganhar um nobel. Costumo fazer isso todas as quintas antes de ir almoçar.
Dito isto, não entendo como é que ouço e leio gente a falar de Saramago única e exclusivamente sobre as suas posições políticas. As palavras que existem sobre a adaptação do seu livro ao cinema (Blindness) são de puro enxovalhamento e gozo juvenil. Acho que não li uma única linha sobre o simples facto (independentemente da qualidade do filme) de uma adaptação (premiada em Cannes!) ter tido como génese um livro escrito por um português.
Lembro-me de ter ouvido num programa, lá está, para um público juvenil, numa entrevista em jeito de brincadeira a Lobo Antunes, em que o último quando comparado com Saramago, insinua que ganhar um Nobel, não é nada por aí além. Claro, ganhar um nobel. Costumo fazer isso todas as quintas antes de ir almoçar.
Saturday, November 22, 2008
Verdade ou Mentira
Ora bem.. Antes de mais devo dizer que tendo em conta o que tinha lido sobre sua excelência o Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro de seu nome, a minha opinião sobre este cidadão era de profundo respeito. "Fazer mais com menos" foi o seu claim aquando da tomada de posse. O país precisa efectivamente de gente assim: pouca conversa, pouca lamuria e mais acção. Pensei eu: "Vamos lá dar o benefício da dúvida ao homem."
No OE2009 lá se decidiu que o seu Ministério iria receber menos verba; lá decidiu também o Ministro mandar o seu claim até Carcavelos e vai de debitar declarações ao Expresso sobre o caso. Que ia receber menos, que assim é díficil, bla bla bla
O pior estava para vir; antes de continuar, e esta é a grande diferença entre ter um emprego de exposição pública no sector público e no sector privado. Um vendedor que comunique a um potencial cliente que "fará mais com menos" e passado alguns meses der o dito por não dito, vê essa relação comercial comprometida. As pessoas sérias se não forem escravas da sua palavra vêm a sua carreira e o seu futuro por um estreito canudo. Os políticos, uma classe cada vez mais enxovalhada, são mestres na dissimulação e no faz de conta, e que com credibilidade ou sem credibilidade, continuam a receber ordenado.
Mas para Pinto Ribeiro, não chegou a contradição da tomada de posse para a entrevista. Teve a especial lata, de em pleno Parlamento, quando confrontado por deputados da oposição sobre as suas declarações ao Expresso, dizer que não senhor, as declarações citadas pelo semanário eram "do domínio do difamatório, calunioso", "absoluta mentira" e "falsidade."
Mais! Se alguém estivesse interessado poderia fornecer um CD a comprovar todo o conteúdo da gravação por forma a provar a sua alegada inocência.
Eis que, os tempos em que vivemos, vertiginosos em termos de informação, permitiram ao deputado Pedro Mota Soares (CDS), através do seu portátil - um Magalhães quem sabe - ouvir no site do Expresso o conteúdo integral da entrevista e chegada a sua vez de falar de dizer ao Ministro que "as suas declarações estão, e bem, reflectidas no texto jornalístico."
O que é que passou pela cabeça deste homem, sabendo que o orgão de comunicação em causa detinha a gravação da entrevista em questão, podendo facilmente provar tudo o que foi dito? A prova cabal (infelizmente não é novidade para ninguém) que de políticos - pelo menos desta geração - pouco podemos esperar. O pior é que a coisa é transversal: do PS temos este caso, já tivémos Manuel Pinho e o "fim da crise", Sócrates e os 150.000 postos de trabalho, no PSD os incontornáveis Pedro Santana Lopes, Menezes, Jardim e recentemente Ferreira Leite também ajudam à festa. No CDS Paulo Portas com o seu "quem te ouvir falar ninguém te leva preso" look e as suas cowboyadas avec Moderna, passando pelo desenfreado apoio do PCP a essa deliciosa organização de seu nome FARC e terminando num BE de "melhores salários", "mais emprego", "mais saúde", "melhor educação" e "ganza mais barata" sem indicar uma única vez como chegar lá sem levar o país à falência.
Citando o meu amável sogro: "Seita dum ladrão."
Thursday, November 20, 2008
Educação, Leite, Obama e por ai abaixo
Por mais que leia, por mais que estrafegue informação sobre o tema educação, no fim sobra o mesmo: os professores têm que ser avaliados através de um sistema simples e que não lhes roube tempo para aquilo a que se têm que dedicar genuinamente - ensinar. Do lado dos sindicatos falta uma resposta mais cabal e responsável (e que tal proporem outro modelo?) e da parte do ministério mais flexibilidade ou mais empenho na procura de uma solução menos asfixiante no que às montanhas de papel diz respeito.
Manuela Ferreira Leite: começou pelo emprego em Cabo Verde e na Ucrânia, passeou depois pelo critério de escolha das notícias e rematou fulgurante nos seis meses de interrupção democrática. Não há muito para dizer, servia na perfeição para um excerto do famoso programa da Euronews "No comments"
Obama! Lá ganhou a partida, parabéns também a Mccain pelo bom desportivismo com que encarou a derrota; o novo presidente colocou as expectactivas do mundo inteiro numa fasquia bem alta, esperemos que a queda não seja maior que a ascensão e que toda a "Change" que nos venderam a bom porto nos leve.
O por aí abaixo ficou reservado ao prognóstico da economia: já soou o alarme por todo o lado, aos poucos os gigantes vão lançando sinais de debilidade, pelo nosso quadradinho o BPN à vida foi (lembram-se de Passos Coelho a pedir a privatização da CGD há uns meses atrás?) e o BPP ao que parece já foi buscar 750 milhõezecos para estabilizar o leme do navio. O desemprego já aumentou 0,4% e não me parece que a eminente retração vá ajudar à coisa.
"Buckle your seatbelt Dorothy; Kansas is going Bye-Bye"
Manuela Ferreira Leite: começou pelo emprego em Cabo Verde e na Ucrânia, passeou depois pelo critério de escolha das notícias e rematou fulgurante nos seis meses de interrupção democrática. Não há muito para dizer, servia na perfeição para um excerto do famoso programa da Euronews "No comments"
Obama! Lá ganhou a partida, parabéns também a Mccain pelo bom desportivismo com que encarou a derrota; o novo presidente colocou as expectactivas do mundo inteiro numa fasquia bem alta, esperemos que a queda não seja maior que a ascensão e que toda a "Change" que nos venderam a bom porto nos leve.
O por aí abaixo ficou reservado ao prognóstico da economia: já soou o alarme por todo o lado, aos poucos os gigantes vão lançando sinais de debilidade, pelo nosso quadradinho o BPN à vida foi (lembram-se de Passos Coelho a pedir a privatização da CGD há uns meses atrás?) e o BPP ao que parece já foi buscar 750 milhõezecos para estabilizar o leme do navio. O desemprego já aumentou 0,4% e não me parece que a eminente retração vá ajudar à coisa.
"Buckle your seatbelt Dorothy; Kansas is going Bye-Bye"
Ponto Final
Nas minhas dissertações sobre Pereira Coutinho; faz-me lembrar aquelas ex-namoradas "que não valem mesmo a pena." Diferença abismal que com Coutinho não houve sexo ou coisa que o valha.
Tuesday, November 18, 2008
Sunday, November 2, 2008
A continuação do tiro.. e do melro
Esta semana no Expresso, a habitual crónica de sua senhoria o inabalável Coutinho não foi por mim encontrada, pelo que suponho, não terá sido publicada.
No seu site, já não consta o estapafúrdio texto que na semana passada foi no Expresso divulgado e pelo autor deste blog devidamente escalpelizado. Esta semana, Miguel Sousa Tavares - também no Expresso - apesar de não referir nomes, critica também a peregrina ideia de que a culpa da actual crise se deve ao facto do estado ter obrigado alguns bancos a emprestar dinheiro a grupos de risco como algumas minorias étnicas.
Será que Pereira Coutinho pediu "voluntariamente" uma licença sem vencimento? Ou foi até aos "States" pedir ajuda a uma igreja pentecostal para que interceda a favor de Mcain?
Vamos aguardar pelos próximos capítulos. Não deixa de ser interessante não haver nenhuma nota por parte do Expresso sobre este súbito desaparecimento da crónica de Coutinho.
No seu site, já não consta o estapafúrdio texto que na semana passada foi no Expresso divulgado e pelo autor deste blog devidamente escalpelizado. Esta semana, Miguel Sousa Tavares - também no Expresso - apesar de não referir nomes, critica também a peregrina ideia de que a culpa da actual crise se deve ao facto do estado ter obrigado alguns bancos a emprestar dinheiro a grupos de risco como algumas minorias étnicas.
Será que Pereira Coutinho pediu "voluntariamente" uma licença sem vencimento? Ou foi até aos "States" pedir ajuda a uma igreja pentecostal para que interceda a favor de Mcain?
Vamos aguardar pelos próximos capítulos. Não deixa de ser interessante não haver nenhuma nota por parte do Expresso sobre este súbito desaparecimento da crónica de Coutinho.
Sunday, October 26, 2008
Cada tiro, cada melro
Assim foi com João Pereira Coutinho, habitual escriba do Expresso, que divide a sua crónica em Inferno, Purgatório e Paraíso, mas que esta semana primou por uma escrita a que de forma simpática se pode classificar de facciosa. Conhecido homem da direita e das políticas que dela resultam e que salvam o mundo da perdição, na primeira parte do seu artigo (Inferno) brinda-nos com a seguinte pérola, qual Eça-wannabe do presente século: "NÃO FREQUENTO o Bairro Alto. Seja em Lisboa ou no Rio de Janeiro, favelas não fazem o meu género." Só para que conste o artigo em questão perora sobre uma medida de António Costa, actual presidente da CML, relativa à prevenção de grafittis na zona em questão. O Bairro Alto, uma favela? Que me diga a mim Pereira Coutinho, onde se encontram habitações na alegada favela, a preços de favela? Favela estranha esta, onde o m2 é quase tão elevado quanto o ego de Pereira Coutinho.
Prossegue a novela na secção Purgatório. Note-se antes de mais, semana atrás semana, a azia de Coutinho perante a eminente vitória de Obama nas eleições; não consegue digerir o acontecimento de forma alguma. Acho piada que semanas e semanas a crucificar Obama agora já lance um agradável "Primeiro, que a esquerda vai ter uma desilusão profunda com o Santo Obama (para meu infinito sorriso)." Reposicionamento estratégico. Seja a política mais à esquerda ou à direita, tem sempre como disparar: à esquerda vamos ouvir um "eu avisei", e à direita "bem vos disse esquerda que me ia rir". Qual chico-esperto de 7º ano, no fim o berlinde é sempre dele. Entretanto, relata um episódio de um colega que levou uma t-shirt de Mccain para o trabalho e que alegadamente terá sido olhado de lado por do último ser apoiante. Imaginei-me a mim próprio a levar uma t-shirt de Gordon Brown para o trabalho e a ter provavelmente o escritório inteiro a pensar que o meu cérebro já teve dias melhores. Mas, tudo bem, os cronistas são pagos para ter capacidade de antevisão.
Cereja em cima do bolo: chateado com o facto de o mercado entregue a si próprio se desmoronar, ou seja, bye bye ultra liberalismo, chateia-se com toda a esquerda, Saramago incluído, e culpa 2 milhões de pessoas pertencentes a minorias étnicas dos EUA pela presente crise. Que os bancos foram forçados a dar crédito a estas almas sob pena de lhes serem restringidas algumas benesses e segundo Coutinho "Os bancos, pressionados, limitaram-se a baixar as orelhas e a trilhar a corda bamba. Deu no que deu." Produtos derivados? Taxas de exposição a bens mobiliários de 400%? Bancos falidos com prémios para gestores de topo no valor de 200 milhões de dólares? Economia de casino? Tudo à conta de um estado que obrigou os bancos a emprestar dinheiro a 2 milhões de almas num aquário de 300 milhões? Só mesmo, no Paraíso de Pereira Coutinho.
Wednesday, October 15, 2008
Dinâmico
Assim foi Geir Haarde, primeiro-ministro islandês, que ao se deparar com o seu país próximo da bancarrota e sem ajuda dos amigos ocidentais, acabou por recorrer a um empréstimo russo no valor de aproximadamente 4 biliões de euros; quando confrontado com o tema responde: "When our old friends didn´t help us, we had to find new friends." Ora bem.
Tuesday, October 14, 2008
Visão Global
Tendo em conta a cada vez mais apertada agenda a que me sujeito diariamente, é consequentemente cada vez mais difícil escrever o que quer que seja. Volto então à fórmula escrever tudo sobre vários temas num único post, qual Marcelo Rebelo de Sousa das lides bloguísticas.
Economia..
O tema que nos últimos dias tem dominado por absoluto a actualidade; lucros, prejuízos, intervenções estatais, bancos centrais e injecções, falências, quedas recambolescas e subidas oxigenadas. Em bom português, uma tourada. A culpa? Especuladores, a banca que emprestou dinheiro sem garantias, os produtos financeiros estruturados e altamente complexos criados com a conivência dos reguladores. Os gestores de topo, esses, mesmo das empresas que faliram, ganharam milhões, os resultados são públicos, e afirmam mesmo - como o digníssimo que enviou o Lehman Bros para o galheiro - que tudo foi merecido, tendo em conta que só ganhou porque o banco também ganhou. Repito, uma valente tourada. Até atingir a economia real (se é que não está já a atingir) é um passo.
As crises são cíclicas, isto sempre aconteceu, é a vida, as depurações têm que acontecer. A habitual conversa de especialista. A realidade é que alguém tem que resolver o problema.
A quem se recorre? Aos reguladores financeiros? Aos mercados mobiliários? Aos bancos? Não, não e não. Recorremos ao velhinho e sempre prestável Estado, ou seja, todos nós. E é esta a principal ilacção a tirar desta trapalhada. Disse Marx e com razão (e há-de ser o único ponto de vista que partilho com o cavalheiro em questão): "O capitalismo entregue a si próprio, devorar-se-ia." A falta de controlo e regulação dos mercados e da banca, são a causa principal desta crise. Metam de uma vez por todas na cabeça que a liberalização total de qualquer actividade que implique lucro, dá barraca. A ganância desenfreada acaba por levar a sua avante e no fim o paizinho que emprestou o brinquedo ao menino é obrigado a pô-lo de castigo até o último aprender a lição. Sucedeu a nível mundial com a banca, mas nós próprios, portugueses, temos um óptimo exemplo da total liberalização de um mercado em que a tourada já está há muito instalada: combustíveis. Manuela Ferreira Leite e Carlos Tavares, detentores de poder de decisão à época sobre a matéria, liberalizaram a 100% o referido mercado. Resultado? Todos conhecem as habituais subidas em conformidade com o preço do barril e a não habitual descida aquando da descida do preço do mesmo.
Conclusão: a direita bem pode enfiar a viola no saco com o constante "Menos Estado". Porque a realidade é que a direita NÃO tem mecanismos de resposta para resolver as trapalhadas da liberalização do que quer que seja. A verdade é que, e invariavelmente, tudo o que é 100% liberalizado, mais cedo ou mais tarde, se reconhece, que existem excessos e que o consumidor final é prejudicado; curiosamente, consumidor esse que é constantemente visado aquando dos eternos benefícios suscitados por um mercado absolutamente livre. Não sou a favor do Estado deter a 100% ou sequer em maioria determinado/s mercado/s, mas ficámos todos a conhecer de perto no que é que a responsável liberdade dos interesses privados resulta.
------------------------- // ---------------------------------
Lisboagate..
Desde já digo que fiquei contente por termos um gate. Já houve um Setubalgate e uma Aveiro Connection. Estava na altura da comunicação social premiar a capital com tão digníssimo título.
O que é que há a realçar nesta simpática história; já sabíamos todos que existiam casas atribuídas tendo em conta o clientelismo e o amiguismo. O que não sabia é que os beneficiados vêm para os jornais, com a devida propriedade, reclamar legítimos direitos sobre as ditas casas. Um entorpecido indíviduo ao ser confrontado com o facto de já não morar na casa e dela usufruir um filho seu responde algo como: "Se eu me divorciar outra vez para onde é que vou?" Que bela vida esta, em que a CML garante um apartamento a 90€ mês em caso de divórcio.
Outro sonante caso é o de Baptista Bastos, um ícone dos tempos de Abril, escritor-jornalista paladino da verdade e da justiça, alto defensor dos mais prestigiados valores de ética e ao que parece, detentor de um aluguer no valor mensal de 248 euros, por um apartamento na Estrada da Luz cedida pela CML. Conclusões, tire-as quem quiser.. pela boca morre.. o T1.
Aguardam-se agora reações. António Costa, que não tem culpa no cartório neste caso, que fará? Espero sinceramente mais do que o habitual escudar numa qualquer lei provinciana.
--------------------------//-------------------------------
Teorias...
A desenvolver em breve, porque vejo neste momento que já estou atrasado. Debrucei-me algum tempo sobre o motivo de em Portugal sermos tão pessimistas. Julgo que o problema reside nos provérbios. Depois tento explicar melhor! Abraços, até à próxima.
Economia..
O tema que nos últimos dias tem dominado por absoluto a actualidade; lucros, prejuízos, intervenções estatais, bancos centrais e injecções, falências, quedas recambolescas e subidas oxigenadas. Em bom português, uma tourada. A culpa? Especuladores, a banca que emprestou dinheiro sem garantias, os produtos financeiros estruturados e altamente complexos criados com a conivência dos reguladores. Os gestores de topo, esses, mesmo das empresas que faliram, ganharam milhões, os resultados são públicos, e afirmam mesmo - como o digníssimo que enviou o Lehman Bros para o galheiro - que tudo foi merecido, tendo em conta que só ganhou porque o banco também ganhou. Repito, uma valente tourada. Até atingir a economia real (se é que não está já a atingir) é um passo.
As crises são cíclicas, isto sempre aconteceu, é a vida, as depurações têm que acontecer. A habitual conversa de especialista. A realidade é que alguém tem que resolver o problema.
A quem se recorre? Aos reguladores financeiros? Aos mercados mobiliários? Aos bancos? Não, não e não. Recorremos ao velhinho e sempre prestável Estado, ou seja, todos nós. E é esta a principal ilacção a tirar desta trapalhada. Disse Marx e com razão (e há-de ser o único ponto de vista que partilho com o cavalheiro em questão): "O capitalismo entregue a si próprio, devorar-se-ia." A falta de controlo e regulação dos mercados e da banca, são a causa principal desta crise. Metam de uma vez por todas na cabeça que a liberalização total de qualquer actividade que implique lucro, dá barraca. A ganância desenfreada acaba por levar a sua avante e no fim o paizinho que emprestou o brinquedo ao menino é obrigado a pô-lo de castigo até o último aprender a lição. Sucedeu a nível mundial com a banca, mas nós próprios, portugueses, temos um óptimo exemplo da total liberalização de um mercado em que a tourada já está há muito instalada: combustíveis. Manuela Ferreira Leite e Carlos Tavares, detentores de poder de decisão à época sobre a matéria, liberalizaram a 100% o referido mercado. Resultado? Todos conhecem as habituais subidas em conformidade com o preço do barril e a não habitual descida aquando da descida do preço do mesmo.
Conclusão: a direita bem pode enfiar a viola no saco com o constante "Menos Estado". Porque a realidade é que a direita NÃO tem mecanismos de resposta para resolver as trapalhadas da liberalização do que quer que seja. A verdade é que, e invariavelmente, tudo o que é 100% liberalizado, mais cedo ou mais tarde, se reconhece, que existem excessos e que o consumidor final é prejudicado; curiosamente, consumidor esse que é constantemente visado aquando dos eternos benefícios suscitados por um mercado absolutamente livre. Não sou a favor do Estado deter a 100% ou sequer em maioria determinado/s mercado/s, mas ficámos todos a conhecer de perto no que é que a responsável liberdade dos interesses privados resulta.
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Lisboagate..
Desde já digo que fiquei contente por termos um gate. Já houve um Setubalgate e uma Aveiro Connection. Estava na altura da comunicação social premiar a capital com tão digníssimo título.
O que é que há a realçar nesta simpática história; já sabíamos todos que existiam casas atribuídas tendo em conta o clientelismo e o amiguismo. O que não sabia é que os beneficiados vêm para os jornais, com a devida propriedade, reclamar legítimos direitos sobre as ditas casas. Um entorpecido indíviduo ao ser confrontado com o facto de já não morar na casa e dela usufruir um filho seu responde algo como: "Se eu me divorciar outra vez para onde é que vou?" Que bela vida esta, em que a CML garante um apartamento a 90€ mês em caso de divórcio.
Outro sonante caso é o de Baptista Bastos, um ícone dos tempos de Abril, escritor-jornalista paladino da verdade e da justiça, alto defensor dos mais prestigiados valores de ética e ao que parece, detentor de um aluguer no valor mensal de 248 euros, por um apartamento na Estrada da Luz cedida pela CML. Conclusões, tire-as quem quiser.. pela boca morre.. o T1.
Aguardam-se agora reações. António Costa, que não tem culpa no cartório neste caso, que fará? Espero sinceramente mais do que o habitual escudar numa qualquer lei provinciana.
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Teorias...
A desenvolver em breve, porque vejo neste momento que já estou atrasado. Debrucei-me algum tempo sobre o motivo de em Portugal sermos tão pessimistas. Julgo que o problema reside nos provérbios. Depois tento explicar melhor! Abraços, até à próxima.
Wednesday, September 17, 2008
No we cant
A humanidade tem uma tendência milenar para triunviratos; no PSD encontrei um. Parece que não se dão lá muito bem, mas Manuela Ferreira Leite, num claro esquecimento sobre as caras do seu partido com maior mediatização, referiu hoje que o PSD fica quilómetros atrás do PS no que toca a "dar espectáculo", vulgo show off.
Santana Lopes? Menezes? Passos Coelho (aspirante a)? João Jardim? Mendes Bota? Ângelo Correia? Valentim Loureiro (agora com menos visibilidade e curiosamente a virar-se para o PS)?
Tudo malta recatada, equilibrada e que só fala quando estritamente necessário.
Ah! Marcelo Rebelo de Sousa e os seus gloriosos tempos de líder oposição em que convocava três conferências de imprensa por dia?
Oh Dona Manuela..
Santana Lopes? Menezes? Passos Coelho (aspirante a)? João Jardim? Mendes Bota? Ângelo Correia? Valentim Loureiro (agora com menos visibilidade e curiosamente a virar-se para o PS)?
Tudo malta recatada, equilibrada e que só fala quando estritamente necessário.
Ah! Marcelo Rebelo de Sousa e os seus gloriosos tempos de líder oposição em que convocava três conferências de imprensa por dia?
Oh Dona Manuela..
Tuesday, September 16, 2008
Ying e Yang
Recebido por e-mail, primeiro leia pela ordem habitual (de cima para baixo) e depois ao contrário.
O NOSSO GOVERNO
ANTES DA POSSE
Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
---
DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA
Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
---
DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA
Tuesday, September 9, 2008
Vários..
Muito bem. Primeiro, muito obrigado ao sempre prestável Senos Junior pela habitual colaboração entre os mais chegados no campo do layout de blogs, sites, flyers e por aí abaixo. É a polivalência não-portuguesa no seu melhor. Apesar do rapazinho ser português! :)
Como se pode facilmente verificar pela rara frequência com que um novo post é despejado nesta virtual morada sou obrigado a sintetizar vários assuntos num post e assim será até chegar à reforma e então começar a escrever as minhas memórias. Podemos aplicar o mesmo conceito se algum dia conseguir entrar para um emprego estatal. Com a regra de 2 para 1 a crescer provavelmente de 3 para 1 em 2010 e de quiça 6 para 1 em 2012, não me parece a médio/longo prazo uma hipótese viável. Pensando bem, com o conceito de sustentabilidade da segurança social, os anos de trabalho também vão aumentando portanto, acho que é melhor escrever um diário, ao menos fica logo tudo registado. Já dizia o meu avô "Quando morrer vou deitado." E assim foi, diga-se de passagem, Deus tenha a sua alma.
Actualidade: crime. Entre as minhas breves passagens pelo mundo real (embrenhado no profissional dia e noite) só ouço falar de códigos penais, códigos processo penais, código da vinci, código de barras, código morse e mais houvesse. Sua excelência o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, ao que parece maçon, que celebrizou a abertura da época à caça do ano da graça do Senhor de 2008 com algo como "os cidadãos não pensem que andam por aí a disparar armas, a ser filmados e saem impunes", depois de assaltos no BES, ourives, tribunais (sim, tribunais assaltados, ironia do destino), mercados, bombas de gasolina e ainda o não menos habitual vulgo transeunte ofereceu-nos o caminho da salvação com molduras penais mais graves para quem pratique um assalto com arma. Ouvi hoje que um senhor apresentava queixa na esquadra contra um indíviduo que no preciso momento em que a autoridade dactilografava a dita queixa, o agressor baleou 3 vezes o queixoso. Dentro da esquadra! Foi depois detido e levado para interrogatório. Lembro-me de repente que num hospital, e bem, não é qualquer um que pode entrar pelas urgências a dentro. Porque raio, num sítio cheio de criminosos, onde existem armas de fogo, e honestamente sem ponta de ironia, qualquer pessoa devia sentir-se segura, entra um tipo com uma arma e quase consegue matar um homem lá dentro? Inexplicável e sem comparação que me lembre.
As altas esferas da criminalidade em Portugal dizem em uníssono "É normal, sempre houve, acontece, há-de sempre haver um ou outro que assalta com arma e é solto." Na minha singela opinião é aqui que a coisa falha: na formação da opinião pública. As leis por si só não resolvem as coisas; as alterações aos benditos códigos pelos vistos só complicaram a situação. Os políticos, sempre reféns de votos, até podem praticar políticas e medidas menos populares mas sabem até onde podem ir. Os comentadores que eles tanto desprezam (que irá ser provavelmente o trabalho deles depois de deixarem os respectivos governos) e pouca importância dão ajudam bastante às pseudo-revoltas que grassam por esse Portugal fora.
É evidente que se um filho de um destes especialistas em crime fosse alvejado por um destes amáveis senhores a quem um juíz decidiu dar uma "segunda" oportunidade de reintegração ou a quem os novos códigos ofertaram uma pena suspensa a sua opinião mudaria radicalmente. Não? Lembram-se todos da polémica à volta de Lídia Franco e a respectiva tentativa de violação. Se fosse a Maria Silva, tudo seguia o rumo normal e pálido da vida. Contudo, sonhar com sociedades 100% igualitárias é ridículo; mas pensem suas excelências no topo da vossa erudição que uma arma e uma bala chegam para matar alguém. Julgo que todos os estratos sociais deviam ter esta intransigência perante armas de fogo, e a implacabilidade da lei perante este fenómeno devia ser à la Robespierre.
Enquanto a sociedade civil não se organizar de forma a chamar as coisas pelos nomes, apontar o dedo quando é preciso e não a tudo o que mexe, e quando os formadores de opinião passarem a viver no mundo real pelo menos 2 dias por semana, poderemos então começar a pensar em fiscalizar de forma eficiente o poder político. Para isso temos lá a oposição pensa o caro leitor. Como já reparou, não chega. Enquanto não se sentirem apertados, vamos ter muitos surtos. Hoje criminal, amanhã quem sabe?
Como se pode facilmente verificar pela rara frequência com que um novo post é despejado nesta virtual morada sou obrigado a sintetizar vários assuntos num post e assim será até chegar à reforma e então começar a escrever as minhas memórias. Podemos aplicar o mesmo conceito se algum dia conseguir entrar para um emprego estatal. Com a regra de 2 para 1 a crescer provavelmente de 3 para 1 em 2010 e de quiça 6 para 1 em 2012, não me parece a médio/longo prazo uma hipótese viável. Pensando bem, com o conceito de sustentabilidade da segurança social, os anos de trabalho também vão aumentando portanto, acho que é melhor escrever um diário, ao menos fica logo tudo registado. Já dizia o meu avô "Quando morrer vou deitado." E assim foi, diga-se de passagem, Deus tenha a sua alma.
Actualidade: crime. Entre as minhas breves passagens pelo mundo real (embrenhado no profissional dia e noite) só ouço falar de códigos penais, códigos processo penais, código da vinci, código de barras, código morse e mais houvesse. Sua excelência o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, ao que parece maçon, que celebrizou a abertura da época à caça do ano da graça do Senhor de 2008 com algo como "os cidadãos não pensem que andam por aí a disparar armas, a ser filmados e saem impunes", depois de assaltos no BES, ourives, tribunais (sim, tribunais assaltados, ironia do destino), mercados, bombas de gasolina e ainda o não menos habitual vulgo transeunte ofereceu-nos o caminho da salvação com molduras penais mais graves para quem pratique um assalto com arma. Ouvi hoje que um senhor apresentava queixa na esquadra contra um indíviduo que no preciso momento em que a autoridade dactilografava a dita queixa, o agressor baleou 3 vezes o queixoso. Dentro da esquadra! Foi depois detido e levado para interrogatório. Lembro-me de repente que num hospital, e bem, não é qualquer um que pode entrar pelas urgências a dentro. Porque raio, num sítio cheio de criminosos, onde existem armas de fogo, e honestamente sem ponta de ironia, qualquer pessoa devia sentir-se segura, entra um tipo com uma arma e quase consegue matar um homem lá dentro? Inexplicável e sem comparação que me lembre.
As altas esferas da criminalidade em Portugal dizem em uníssono "É normal, sempre houve, acontece, há-de sempre haver um ou outro que assalta com arma e é solto." Na minha singela opinião é aqui que a coisa falha: na formação da opinião pública. As leis por si só não resolvem as coisas; as alterações aos benditos códigos pelos vistos só complicaram a situação. Os políticos, sempre reféns de votos, até podem praticar políticas e medidas menos populares mas sabem até onde podem ir. Os comentadores que eles tanto desprezam (que irá ser provavelmente o trabalho deles depois de deixarem os respectivos governos) e pouca importância dão ajudam bastante às pseudo-revoltas que grassam por esse Portugal fora.
É evidente que se um filho de um destes especialistas em crime fosse alvejado por um destes amáveis senhores a quem um juíz decidiu dar uma "segunda" oportunidade de reintegração ou a quem os novos códigos ofertaram uma pena suspensa a sua opinião mudaria radicalmente. Não? Lembram-se todos da polémica à volta de Lídia Franco e a respectiva tentativa de violação. Se fosse a Maria Silva, tudo seguia o rumo normal e pálido da vida. Contudo, sonhar com sociedades 100% igualitárias é ridículo; mas pensem suas excelências no topo da vossa erudição que uma arma e uma bala chegam para matar alguém. Julgo que todos os estratos sociais deviam ter esta intransigência perante armas de fogo, e a implacabilidade da lei perante este fenómeno devia ser à la Robespierre.
Enquanto a sociedade civil não se organizar de forma a chamar as coisas pelos nomes, apontar o dedo quando é preciso e não a tudo o que mexe, e quando os formadores de opinião passarem a viver no mundo real pelo menos 2 dias por semana, poderemos então começar a pensar em fiscalizar de forma eficiente o poder político. Para isso temos lá a oposição pensa o caro leitor. Como já reparou, não chega. Enquanto não se sentirem apertados, vamos ter muitos surtos. Hoje criminal, amanhã quem sabe?
Wednesday, July 30, 2008
A Viatura
Guilhermino Rodrigues decide por bem contestar o conceito de remuneração, isto é, acha mal que as despesas com a viatura da empresa pública não sejam contabilizadas no cálculo da remuneração de um gestor público. Ora bem, segundo o DN, sem estas rubricas contabilizadas (viatura, entre outras benesses) a remuneração anual é de 106.000 euros. Se forem tidas em conta, entre ordenados e regalias chegamos quase ao dobro: cerca de 200.000 euros.
Partindo do pressuposto que é o erário público quem acarreta com as ditas regalias a que execrável título não se incluiriam estas despesas no cálculo anual de rendimentos?
Filosofia de ponta
No último Expresso e para o caso, no caderno Economia, na habitual crónica de 5 linhas da 1ª página gentilmente cedidas à senhora da foto, deparo-me com um texto que começa a parecer-me crónico e vai de resto de encontro com a teoria dos partidos/ideologias falhados/as. O comunismo, essa utópica teoria em que alguém com duas garrafas de whisky decidiu formular, e que ainda hoje (também com whisky) alguns decidem seguir, repete a mesma mensagem ano após ano. Podemos até chamar-lhe a teoria da K7, desde que seja devidamente aprovada pela entidade reguladora para o caso - com toda a certeza existirá uma.
Eu ia começar por escrever "a direita", mas para já, vou limitar-me ao PSD. Perora a senhora sobre a eterna questão do paternalismo estatal. Estes senhores ao longo dos anos repetem a mesma ladainha: o peso do Estado sobre os indivíduos e empresas. Peço desculpa, e citando a senhora da foto, as "piquenas" e médias empresas. Falam sempre do mesmo: acabar com as golden-shares, fazer parcerias público-privadas na saúde e na educação e por aí abaixo. Entregar de forma gradual o poderio económico aos privados e numa legislatura estava tudo resolvido. Não fugindo muito à situação é engraçado como toda esta aparente liberdade individual e empresarial se esgota quando estes indivíduos e quiça empresários são homossexuais e deixam portanto de ter direito a constituir família. Adiante.
Que eu me lembre dos anos 80 à presente data os senhores de laranja estiveram 13 anos no poder. Argumentarão suas excelências que nem sempre com maioria absoluta e como tal sujeitos aos devaneios da restante patusqueira partidária. De qualquer maneira, 13 anos é mais que tempo para reformar o que há para reformar sejam quais forem as vossas superiores e indigitáveis teorias políticas que nos vão salvar da perdição.
No meio de tanto barulho e com uma coluna de 1ª página à disposição a única coisa com que nos brindam é o lado B do paternalismo estatal? Parafraseando os senhores da sueca lá do bairro "Quem vem atrás é sempre pior."
Hawai.. quer dizer.. Madeira
Na constante tentativa de fazer com que o desfile de Carnaval se prolongue pelo restante ano, da Madeira chega-nos mais um recambolesco episódio de bolso.
Monday, July 28, 2008
Quinta da Fonte Resort
Desde já aviso que o texto deve ser lido com a devida abertura intelectual e que analogias directas impregnadas de delírios anti-fascistas se dispensam. Eu não apoio ditadura de algum tipo portanto vamos lá ver.
Cada vez com maior frequência ouvimos alguém a reclamar o regresso do saudoso Salazar e das suas benevolentes e eficientes práticas que visam a disciplina, rigor e respeito dos cidadãos pela pátria. Ora bem, adaptando o episódio da Quinta da Fonte para o tempo do senhor em questão, a coisa seria mais ou menos resolvida da seguinte forma: todos os que foram filmados de arma na mão, Caxias com eles. Tendo em conta a ofensiva renda que estes digníssimos habitantes pagam pelos seus apartamentos (4,5 euros/mês) à primeira renda em falta seriam imediatamente retirados quaisquer direitos sobre as referidas habitações incluindo o direito àquela habitação em particular. Vamos agora fingir que no tempo de Salazar a oposição conseguiria fazer transpirar uma reivindicação em favor destes senhores que se esqueceram de pagar a dispendiosa renda que há pouco citei e repito.. 4,5 euros! Citando a alegada oposição "O Governo despejou estes senhores, sem habitação e segundo eles, sem emprego!" À boa maneira salazarenta se diria que ou estes senhores - de boa saúde segundo consta - procuravam emprego e habitação pelos meios próprios e daí faziam vida, caso contrário, Caxias com eles. Resumindo, não havia nem tempo, nem espaço para parasitas.
A verdade é esta: ninguém quer práticas fascistas de volta. O que se reclama é o regresso de algum respeito pelas instituições e pelo cidadão que se mata a trabalhar e vai contribuindo com os seus impostos para o bem estar alheio. A verdade é que se devia punir de forma exemplar pessoas que em nada valorizam aquilo que nós todos, através do Estado português disponibilizamos com os nossos suados rendimentos para que as ditas "minorias" se sintam integradas. Até a porra do altruísmo tem limites!
Um português, da maioria (e é interessante ver que com o passar dos anos, as luzes se viraram tanto para as minorias que eu acho que ninguém quer saber das maiorias), enforcado na bendita Euribor do Sr. Trichet, com dois empregos, três pedidos de ajuda no Banco Alimentar e um agregado familiar desesperado, nada pode fazer a não ser esperar que a situação profissional melhore ou que um tio rico morra. Lembro-me de ler há uns meses um artigo sobre indivíduos/as da classe média que tinham como part-time a venda de droga. Invocavam precisamente situações de divórcio e posteriores complicações no pagamento da prestação mensal ao banco. Esta gente, que ridiculamente, e só por ser uma minoria, paga 4,5 euros por um T2 (cheio de plasmas e playstations), nem droga precisa de ir vender. 5 euros pedidos à porta da CML que lhes atribuiu a habitação são angariados em menos de 10 minutos com uma voz mais ternurenta e/ou com um bebé nos braços. Estamos a falar de profissionais no que diz respeito à atribuição de pensões, reinserções e tudo o que é ajuda estatal. O estado e o poder local nada podem fazer na verdade. Dependem de votos para sobreviverem, fazerem carreira e dinheiro. Os indignados que reclamam Salazares, são os mesmos que em tempo de eleições aplaudem as famigeradas políticas de integração das minorias.
Salazar deixou-nos duas pesadas heranças: o revivalismo e o 25 de Abril. Os dois conceitos combinados são explosivos; o português vive constantemente em torno de "ses" e a lembrar os belos anos que passou não sei onde, a ouvir sabe deus que música e a fumar sabe-se lá o quê. Sempre a olhar para trás. O 25 de Abril, com a liberdade absoluta e renovadora que trouxe impede-nos hoje em dia de tratarmos de alguns assuntos com a brevidade e prontidão que eles exigem. Sob pena, de sermos racistas, xenófobos, salazares de bairro ou Hitlers encapotados. Num programa de seu nome "Eixo do Mal" um dos intervenientes referiu-se aos senhores do Faroeste, perdão, Quinta da Fonte, como ciganos. Foi de imediato corrigido por mais um paladino desta gloriosa nação, Daniel Oliveira de sua graça, pois cigano é um povo relacionado com os egípcios. Estes são romani ou coisa que o valha. A minha sugestão é que comecem a dar às maiorias, e de forma lenta, aquilo que se dá às minorias - importância no detalhe.
Os senhores das Mercedes Vito não querem o T2. Muito bem. Agarrem em alguém da maioria com problemas de Euribor, com dois trabalhos e dificuldade para pôr comida na mesa, paguem-lhes o empréstimo ao banco e desculpem lá a minha maluquice, cobrem-lhes 50 euros por mês de renda! Exacto, esta é a minha proposta. Aumentar de 4,5 para 50 euros mensais a renda destas habitações e atribuir a verba que se gasta em casas para gente que nem 4,5 euros se dá ao luxo de pagar (e que aparentemente ainda querem escolher para onde vão) àqueles que efectivamente trabalham e contribuem para o desenvolvimento da economia e do país. Em suma, dar dinheiro a quem trabalha; boa ideia não? Segundo consta, são 500.000 aqueles que de momento têm 2 trabalhos; consta também que não o fazem por prazer, mas por necessidade. Ora, tendo o país 10 milhões e qualquer coisa habitantes, 500.000 já pode ser considerado uma minoria correcto? Já preenche os requisitos para segundo os critérios de Abril lhes ser atribuída uma verba ou não?
Cada vez com maior frequência ouvimos alguém a reclamar o regresso do saudoso Salazar e das suas benevolentes e eficientes práticas que visam a disciplina, rigor e respeito dos cidadãos pela pátria. Ora bem, adaptando o episódio da Quinta da Fonte para o tempo do senhor em questão, a coisa seria mais ou menos resolvida da seguinte forma: todos os que foram filmados de arma na mão, Caxias com eles. Tendo em conta a ofensiva renda que estes digníssimos habitantes pagam pelos seus apartamentos (4,5 euros/mês) à primeira renda em falta seriam imediatamente retirados quaisquer direitos sobre as referidas habitações incluindo o direito àquela habitação em particular. Vamos agora fingir que no tempo de Salazar a oposição conseguiria fazer transpirar uma reivindicação em favor destes senhores que se esqueceram de pagar a dispendiosa renda que há pouco citei e repito.. 4,5 euros! Citando a alegada oposição "O Governo despejou estes senhores, sem habitação e segundo eles, sem emprego!" À boa maneira salazarenta se diria que ou estes senhores - de boa saúde segundo consta - procuravam emprego e habitação pelos meios próprios e daí faziam vida, caso contrário, Caxias com eles. Resumindo, não havia nem tempo, nem espaço para parasitas.
A verdade é esta: ninguém quer práticas fascistas de volta. O que se reclama é o regresso de algum respeito pelas instituições e pelo cidadão que se mata a trabalhar e vai contribuindo com os seus impostos para o bem estar alheio. A verdade é que se devia punir de forma exemplar pessoas que em nada valorizam aquilo que nós todos, através do Estado português disponibilizamos com os nossos suados rendimentos para que as ditas "minorias" se sintam integradas. Até a porra do altruísmo tem limites!
Um português, da maioria (e é interessante ver que com o passar dos anos, as luzes se viraram tanto para as minorias que eu acho que ninguém quer saber das maiorias), enforcado na bendita Euribor do Sr. Trichet, com dois empregos, três pedidos de ajuda no Banco Alimentar e um agregado familiar desesperado, nada pode fazer a não ser esperar que a situação profissional melhore ou que um tio rico morra. Lembro-me de ler há uns meses um artigo sobre indivíduos/as da classe média que tinham como part-time a venda de droga. Invocavam precisamente situações de divórcio e posteriores complicações no pagamento da prestação mensal ao banco. Esta gente, que ridiculamente, e só por ser uma minoria, paga 4,5 euros por um T2 (cheio de plasmas e playstations), nem droga precisa de ir vender. 5 euros pedidos à porta da CML que lhes atribuiu a habitação são angariados em menos de 10 minutos com uma voz mais ternurenta e/ou com um bebé nos braços. Estamos a falar de profissionais no que diz respeito à atribuição de pensões, reinserções e tudo o que é ajuda estatal. O estado e o poder local nada podem fazer na verdade. Dependem de votos para sobreviverem, fazerem carreira e dinheiro. Os indignados que reclamam Salazares, são os mesmos que em tempo de eleições aplaudem as famigeradas políticas de integração das minorias.
Salazar deixou-nos duas pesadas heranças: o revivalismo e o 25 de Abril. Os dois conceitos combinados são explosivos; o português vive constantemente em torno de "ses" e a lembrar os belos anos que passou não sei onde, a ouvir sabe deus que música e a fumar sabe-se lá o quê. Sempre a olhar para trás. O 25 de Abril, com a liberdade absoluta e renovadora que trouxe impede-nos hoje em dia de tratarmos de alguns assuntos com a brevidade e prontidão que eles exigem. Sob pena, de sermos racistas, xenófobos, salazares de bairro ou Hitlers encapotados. Num programa de seu nome "Eixo do Mal" um dos intervenientes referiu-se aos senhores do Faroeste, perdão, Quinta da Fonte, como ciganos. Foi de imediato corrigido por mais um paladino desta gloriosa nação, Daniel Oliveira de sua graça, pois cigano é um povo relacionado com os egípcios. Estes são romani ou coisa que o valha. A minha sugestão é que comecem a dar às maiorias, e de forma lenta, aquilo que se dá às minorias - importância no detalhe.
Os senhores das Mercedes Vito não querem o T2. Muito bem. Agarrem em alguém da maioria com problemas de Euribor, com dois trabalhos e dificuldade para pôr comida na mesa, paguem-lhes o empréstimo ao banco e desculpem lá a minha maluquice, cobrem-lhes 50 euros por mês de renda! Exacto, esta é a minha proposta. Aumentar de 4,5 para 50 euros mensais a renda destas habitações e atribuir a verba que se gasta em casas para gente que nem 4,5 euros se dá ao luxo de pagar (e que aparentemente ainda querem escolher para onde vão) àqueles que efectivamente trabalham e contribuem para o desenvolvimento da economia e do país. Em suma, dar dinheiro a quem trabalha; boa ideia não? Segundo consta, são 500.000 aqueles que de momento têm 2 trabalhos; consta também que não o fazem por prazer, mas por necessidade. Ora, tendo o país 10 milhões e qualquer coisa habitantes, 500.000 já pode ser considerado uma minoria correcto? Já preenche os requisitos para segundo os critérios de Abril lhes ser atribuída uma verba ou não?
Wednesday, July 23, 2008
Lisboa menina e moça
Ora bem, caríssimos/as..
Sem rodeios, estou absolutamente apaixonado por Lisboa. Nasci nessa bela cidade no ano da graça do senhor de 1982 e por terras de S. Sebastião da Pedreira andei uns 20 anos; decidi por superiores razões ir viver para Aveiro 5 anos da minha singela vida. Diz a minha avó na sua sapiência que só a vida e os anos trazem: "Filho, não há nada como a nossa terra."
Já tinha ouvido isto 62 vezes, só agora entendo a simplicidade esplendorosa da coisa. De facto, não há nada como a minha terra; não quero entrar no exagero "Lisboa é Portugal e o resto é paisagem", mas digo-vos meus amigos, não há nada como isto e não é só a cidade em si. As pessoas, desde as tradicionais, a passar pelos novos "metros" ou pelos descabelados do Bairro Alto, nada têm a ver com tudo o que vi por fora destes limites. Não menosprezando ninguém obviamente. Tenho amigos (poucos) por terras de ovos moles que não troco por nada. Mas companheiros.. Lisboa é aquele abraço. Pergunto-me quase todos os dias onde andava com a cabeça. É aqui que eu pertenço. Definitivamente.
5 anos depois e ao regressar - de noite - atravessei a Av. República até ao Marquês de Pombal; parecia uma criança a ver tudo pela primeira vez. Senti-me ridículo quando dei por mim maravilhado com aquela luz toda. Depois ao longo dos primeiros dias a interagir com as pessoas senti finalmente que se entendia o que dizia; não por motivos de sotaque claro está.. mais ao nível de cumplicidade. Confesso ser algo acelerado por natureza. De Coimbra para cima é motivo para se ficar a olhar para um cidadão com uma desconfiança digna de um agente da PJ. Aqui sou só mais um. Sabe-me tão bem para ser sincero. Se calhar não me adaptei bem não sei.
Lisboa terá as suas coisas más obviamente. Mais crime, mais intrujice (e daí não sei) e por aí fora. Terá também mais oportunidades para quem as procura - a todos os níveis.
Obrigado pela recepção!
Sunday, June 15, 2008
Paralelismos - Parte II
Escrevi o seguinte texto há uns dias atrás em papel e aproveito agora para o reproduzir:
Estou cansado como a merda. Acabo de chegar à cama e parece que é mentira. Estranha expressão/sensação esta. A dada altura do dia só pensava na cama e em ir descansar; quando chego à cama acho que é tudo treta. Paradoxo meio parvo este. Porque é que não somos capazes de aceitar aquilo por que buscámos o dia todo? O mesmo para algumas paixões. Queremos muito, muito aquela rapariga. A dada altura, a paixão é correspondida. "Vivo num sonho, isto até parece mentira." Mas que porra? Não querias a gaja? Ela não está contigo?
Lembro-me agora de um filme em que o jovem actor dizia num tom sapiente "Olhas tanto para trás que não consegues ver o que está à tua frente" Parece-me que o sucesso passa por olhar para o passado nem de uma forma muito insonsa, nem com demasiado sal. Acho até que o homem quando se sente feliz é precisamente em alturas de perfeito, ou quase perfeito equilíbrio. Não me parece que os bem sucedidos sejam aqueles que pura e simplesmente tiveram sorte. São provavelmente os que conseguem manter-se "equilibrados" por um considerável período de tempo. Pegando nesta ideia e observando os eficazes sistemas de produção fabril - considerados embrutecedores - chego à conclusão que são uma resposta ao natural desiquilibrio humano. O mesmo ser humano que quer uma vida cheia de conforto e cifrões na conta é o mesmo que nasce com doses consideráveis de inércia. O patronato será só sedento por dinheiro ou nasceu com outro tipo de programação? Já não sei bem, sinceramente, se foi o capitalismo que criou estas terríveis clivagens tão propagandeadas. E se simplesmente, algumas pessoas não querem trabalhar ou produzir o suficiente? E se essa motivação tiver uma origem genética?
No desporto, por exemplo, criticam-se os altos ordenados, visto que a maior parte dos atletas - em especial os do futebol - têm graus de instrução baixíssimos e níveis de cultura geral a roçar o de algumas galinhas. A verdade é que esta gente levanta o cu da cama às 7h00 todos os dias, correm vários quilómetros, não comem o que lhes apetece e pior ainda, não vão para a cama com a mulher quando bem entendem. O treinador até na sopa manda vejam bem. Outra verdade é que têm índices de produtividade e eficácia altíssimos que de resto se reflectem a breve trecho na conta bancária. Lembro também que a maior parte desta gente se dedica à sua profissão praticamente desde que começou a caminhar.
Os senhores da indústria decidiram então criar sistemas em que as pessoas não precisem de pensar e em que 80% ou mais do lucro obtido se dirija para quem perdeu horas a fio a pensar no tal sistema cruel. Quer deixar de ser explorado? Comece a pensar.
Estou cansado como a merda. Acabo de chegar à cama e parece que é mentira. Estranha expressão/sensação esta. A dada altura do dia só pensava na cama e em ir descansar; quando chego à cama acho que é tudo treta. Paradoxo meio parvo este. Porque é que não somos capazes de aceitar aquilo por que buscámos o dia todo? O mesmo para algumas paixões. Queremos muito, muito aquela rapariga. A dada altura, a paixão é correspondida. "Vivo num sonho, isto até parece mentira." Mas que porra? Não querias a gaja? Ela não está contigo?
Lembro-me agora de um filme em que o jovem actor dizia num tom sapiente "Olhas tanto para trás que não consegues ver o que está à tua frente" Parece-me que o sucesso passa por olhar para o passado nem de uma forma muito insonsa, nem com demasiado sal. Acho até que o homem quando se sente feliz é precisamente em alturas de perfeito, ou quase perfeito equilíbrio. Não me parece que os bem sucedidos sejam aqueles que pura e simplesmente tiveram sorte. São provavelmente os que conseguem manter-se "equilibrados" por um considerável período de tempo. Pegando nesta ideia e observando os eficazes sistemas de produção fabril - considerados embrutecedores - chego à conclusão que são uma resposta ao natural desiquilibrio humano. O mesmo ser humano que quer uma vida cheia de conforto e cifrões na conta é o mesmo que nasce com doses consideráveis de inércia. O patronato será só sedento por dinheiro ou nasceu com outro tipo de programação? Já não sei bem, sinceramente, se foi o capitalismo que criou estas terríveis clivagens tão propagandeadas. E se simplesmente, algumas pessoas não querem trabalhar ou produzir o suficiente? E se essa motivação tiver uma origem genética?
No desporto, por exemplo, criticam-se os altos ordenados, visto que a maior parte dos atletas - em especial os do futebol - têm graus de instrução baixíssimos e níveis de cultura geral a roçar o de algumas galinhas. A verdade é que esta gente levanta o cu da cama às 7h00 todos os dias, correm vários quilómetros, não comem o que lhes apetece e pior ainda, não vão para a cama com a mulher quando bem entendem. O treinador até na sopa manda vejam bem. Outra verdade é que têm índices de produtividade e eficácia altíssimos que de resto se reflectem a breve trecho na conta bancária. Lembro também que a maior parte desta gente se dedica à sua profissão praticamente desde que começou a caminhar.
Os senhores da indústria decidiram então criar sistemas em que as pessoas não precisem de pensar e em que 80% ou mais do lucro obtido se dirija para quem perdeu horas a fio a pensar no tal sistema cruel. Quer deixar de ser explorado? Comece a pensar.
Paralelismos - Parte I
Dizia-me um espanhol há coisa de dois anos, que depois de ver um telejornal em Portugal se fosse português a sua reacção seria dar um tiro na cabeça, tendo em conta a quantidade industrial de desgraça e miséria alheia debitada naquela hora e pouco.
Enquanto escrevo estas linhas ouço ao fundo um telejornal; assaltos à mão armada, os chineses que violam tudo o que é direito humano, o aumento dos combustíveis, o aumento do preço dos alimentos, o subprime, o Trichet e a sua adorada inflação e por aí fora. Penso agora que em Espanha também passarão lá estas notícias. Quis então dizer o amigo espanhol, que ouvindo o mesmo que se ouve por cá às 20h00 a malta não fica com vontade de apertar o gatilho por dá cá aquela palha. Os media limitam-se a vender aquilo que lhes compram. Se ninguém der importância ao ridículo e desnecessário ênfase com que algumas notícias circulam, elas teriam os dias contados. Não me parece que seja mau gosto editorial. Os homens vendem o peixe que lhes compram. Dizem que temos os políticos que merecemos, já que somos "nós" que os "fabricamos".
Pois, digo-vos, que temos também as notícias que merecemos.
Enquanto escrevo estas linhas ouço ao fundo um telejornal; assaltos à mão armada, os chineses que violam tudo o que é direito humano, o aumento dos combustíveis, o aumento do preço dos alimentos, o subprime, o Trichet e a sua adorada inflação e por aí fora. Penso agora que em Espanha também passarão lá estas notícias. Quis então dizer o amigo espanhol, que ouvindo o mesmo que se ouve por cá às 20h00 a malta não fica com vontade de apertar o gatilho por dá cá aquela palha. Os media limitam-se a vender aquilo que lhes compram. Se ninguém der importância ao ridículo e desnecessário ênfase com que algumas notícias circulam, elas teriam os dias contados. Não me parece que seja mau gosto editorial. Os homens vendem o peixe que lhes compram. Dizem que temos os políticos que merecemos, já que somos "nós" que os "fabricamos".
Pois, digo-vos, que temos também as notícias que merecemos.
Sexo e a Cidade
Fui ver o filme com o preconceito que seria apenas mais um episódio, só que desta vez, um pouco mais longo que o habitual e sem grandes mudanças na receita utilizada.
Devo dizer que vi uma vez por outra alguns episódios mas nunca me suscitaram um interesse por aí além. O filme, por outro lado, surpreendeu-me bastante. Conjuga medos, frustrações, ânsias e alegrias que o amor nos dá. Parece um cliché tremendo afirmar isto, mas apesar da aparente simplicidade da coisa, é assim mesmo que o filme é. Relata as maluquices do amor e das relações em várias vertentes com uma naturalidade brutal. Nem tudo é complicado. Quem andou por estas turbulências identifica-se bastante com muito do que por ali se conta. Utiliza alguns temas batidos como a noiva que fica no altar, mas lá está, há mesmo noivas que ficam no altar sem noivo.
Um filme óptimo não só para os amantes da série, mas também para todos os que ainda têm uma visão romântica.. do romance :)
Devo dizer que vi uma vez por outra alguns episódios mas nunca me suscitaram um interesse por aí além. O filme, por outro lado, surpreendeu-me bastante. Conjuga medos, frustrações, ânsias e alegrias que o amor nos dá. Parece um cliché tremendo afirmar isto, mas apesar da aparente simplicidade da coisa, é assim mesmo que o filme é. Relata as maluquices do amor e das relações em várias vertentes com uma naturalidade brutal. Nem tudo é complicado. Quem andou por estas turbulências identifica-se bastante com muito do que por ali se conta. Utiliza alguns temas batidos como a noiva que fica no altar, mas lá está, há mesmo noivas que ficam no altar sem noivo.
Um filme óptimo não só para os amantes da série, mas também para todos os que ainda têm uma visão romântica.. do romance :)
Saturday, June 14, 2008
A luzinha da TV
Ora bem. Há cerca de duas semanas fui confrontado, ou melhor, avisado, por um simpático familiar que se desligar a TV apenas no comando, consequentemente a luz piloto fica ligada e na verdade o dito aparelho continua a consumir electricidade.
É um facto comum, todos sabemos disso, eu deixei o senhor em questão brilhar com tão importante informação, e limitei-me a acenar com a cabeça em jeito de aparente ignorância perante uma matéria tão complexa.
Não me faz confusão que as pessoas não tenham bem noção das consequências do degelo nos pólos, de que uma condução agressiva aumente emissões de tudo e mais alguma coisa ou que fazer escalas em 3 aeroportos diferentes em vez de um também seja prejudicial para o ambiente. Agora, foram precisos 15 anos, 4 El ninos, 2 graus de aumento de temperatura, secas e inundações para termos esta assombrosa realização que a luzinha ligada com a TV "desligada" continua a gastar electricidade. Mais, a realização foi de tal forma fascinante que fazemos questão de a transmitir a todos e mais alguns e sensibilizar tudo o que mexe.
Ainda no tema do ambiente: noto uma natural paranóia com o ambiente nos últimos tempos. As alterações climáticas estão aí e por enquanto só temos este planeta para habitar, portanto, há que cuidar dele. Como em todos os outros temas que visam uma preocupação, a hipocrisia e as duas medidas reinam à farta. Dizem-me escandalizados alguns, que não compreendem como é que nos dias de hoje ainda existem pessoas que não separam o lixo. Estes são os que deixam a luz do corredor acesa, aceleram que nem perdidos nas nossas belas auto-estradas ou que para se deslocarem 100 metros utilizam os famigerados veículos.
Para pregar, para além de pregos, é preciso saber pregá-los.
É um facto comum, todos sabemos disso, eu deixei o senhor em questão brilhar com tão importante informação, e limitei-me a acenar com a cabeça em jeito de aparente ignorância perante uma matéria tão complexa.
Não me faz confusão que as pessoas não tenham bem noção das consequências do degelo nos pólos, de que uma condução agressiva aumente emissões de tudo e mais alguma coisa ou que fazer escalas em 3 aeroportos diferentes em vez de um também seja prejudicial para o ambiente. Agora, foram precisos 15 anos, 4 El ninos, 2 graus de aumento de temperatura, secas e inundações para termos esta assombrosa realização que a luzinha ligada com a TV "desligada" continua a gastar electricidade. Mais, a realização foi de tal forma fascinante que fazemos questão de a transmitir a todos e mais alguns e sensibilizar tudo o que mexe.
Ainda no tema do ambiente: noto uma natural paranóia com o ambiente nos últimos tempos. As alterações climáticas estão aí e por enquanto só temos este planeta para habitar, portanto, há que cuidar dele. Como em todos os outros temas que visam uma preocupação, a hipocrisia e as duas medidas reinam à farta. Dizem-me escandalizados alguns, que não compreendem como é que nos dias de hoje ainda existem pessoas que não separam o lixo. Estes são os que deixam a luz do corredor acesa, aceleram que nem perdidos nas nossas belas auto-estradas ou que para se deslocarem 100 metros utilizam os famigerados veículos.
Para pregar, para além de pregos, é preciso saber pregá-los.
Thursday, May 8, 2008
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