Wednesday, October 28, 2009

Fulgurante


Foi a entrada da nova Ministra da Segurança Social, Helena André, ex-sindicalista e desprovida ao momento das declarações, de assessor de imprensa e relações públicas, lançou para meditação a seguinte pérola: "A ideia de que há muita burocracia na função pública não se confirma".
É verdade que o nível de burocracia nos últimos anos tem vindo a ser desagravado por muitas medidas governamentais, mas sabemos, que existe um caminho que deve continuar a ser percorrido. Vamos dar o benefício da dúvida à nova ministra e esperar que ela compreenda que, declarações em política, por mais inocentes que sejam os seus propósitos, estão sujeitas à devida extrapolação (pode a ministra aconselhar-se junto do ex-ministro Pinho sobre esta matéria).

Ainda sobre comunicação.

Devia ser incluído nos programas escolares (tão cedo quanto possível) aulas dedicadas à eficácia da comunicação. Não falo de gramática, construção frásica ou correcta utilização de figuras de estilo. Julgo ser importante formar as pessoas no sentido de conseguirem explicar o que quer que seja com um grau mínimo de desenvoltura. Quem trabalha directamente com clientes todos os dias sabe do que falo; muitas pessoas para descreverem um problema ou solicitar/cancelar um novo serviço fazem um esforço hercúleo para levar até ao fim uma tarefa, que supostamente, devia ser simples.

Ao contrário do que se diz, não acho que nas relações humanas exista falta de comunicação. Existe sim, excesso de comunicação, normalmente, por falta de capacidade de sintetização. E depois, há pessoas que gostam de falar mais que os outros, qual é o problema? Nenhum, se estiver num café sábado à tarde a beber um Trinaranjus. Mas tendo em conta o problema estrutural de baixa produtividade que temos, o entupimento crónico em centenas de serviços, tem que ser pensado, evitado e os respectivos comportamentos alterados. Comunicação QB. Aulas de comunicação nas escolas! Como é que vamos ser melhores que os outros sem aprendermos as bases?

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