Wednesday, April 14, 2010

PEC-Man


O PEC anunciado pelo Governo há algumas semanas baseia-se entre todos os apertos já conhecidos, num crescimento virtual. E é precisamente virtual porque existe apenas nos documentos apresentados. Sem crise, sem Wall Street, sem Lehman Brothers, sem credit default swaps, BPN's ou BPP's, o crescimento de Portugal na última década nunca passou dos 2%. Como tal, não será agora, por obra e graça do Espírito Santo, que a economia irá crescer a um ritmo superior.

E sem esse crescimento é impossível fazer o que quer que seja, permanecendo eternamente o problema das finanças públicas em Portugal e sendo solicitada invariavelmente, a intervenção da classe média através de impostos e consequente redução do seu poder de compra.

Quer isto tudo dizer, no próximo orçamento de Estado, para além das medidas já conhecidas, seremos presenteados com "medidas adicionais" que visarão com toda a certeza a estabilidade do estado social e a garantia que os mais fracos continuarão a ser defendidos e protegidos.

Sobre o País e as suas habituais controvérsias: os mesmos que criticam o Estado de forma vigorosa, são os que mais rapidamente defendem a sua intervenção. Ou são hipócritas, ou não compreendem que a presença do Estado tem como consequência os habituais episódios rocambolescos que nos vão chegando todas as semanas. Menos Estado, mais dinheiro no bolso.

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