Tuesday, January 19, 2010

Deixar o sentido


O posicionamento (em termos brutos) de cada partido político, pode ser considerado o território que cada um ocupa na mente das pessoas. Assim, e simplificando o nosso trabalho mental, a esquerda moderada pertence ao PS, PCP e Bloco dominam a extrema esquerda, o PSD a direita moderada (com tiques socialistas) e o CDS a direita conservadora. Mais ou menos isto.

Um dos problemas actuais desta definição é a incapacidade dos diferentes governos, tomarem as decisões que são indispensáveis, em lugar das decisões relacionadas com o posicionamento que detêm (as famosas bandeiras dos partidos). A realidade é que por vezes, é necessário governar mais à direita e outras vezes, mais à esquerda. Décadas depois do século vinte nos ter ensinado que o absolutismo nenhum propósito serve, para além de milhões de mortos, é no relativismo das decisões - em alternativa às benditas bandeiras - e em função das circunstâncias que a governação deve tomar as rédeas. Não é navegar à vista, mas com um plano traçado, que se vá adaptando à volatilidade dos tempos.

Depois da segunda grande guerra, as massas desistiram de se envolver na política, não por medo ou ignorância, mas muito provavelmente por falta de estímulo. As ideologias absolutas do século passado, apesar de extremistas, tinham algo para oferecer às pessoas: um plano, um futuro, uma ideia, algo que inspirava as pessoas. E não falo só do fascismo europeu. O American way é também uma forma absoluta de ver a realidade, mais que isso, é um estilo de vida, um plano para a vida, que impulsiona e motiva os indivíduos a alcançarem os seus objectivos, melhor ainda, a terem objectivos.

A pergunta para os políticos de hoje deve ser: qual é o plano?

1 comment:

Unknown said...

Precisamos de líderes, no seu real sentido da palavra. Sem eles andamos à deriva, e os propósitos colectivos deixam de ser entendidos como um todo e ficam à mercê da sobrevivência individual.

Até quando esta intolerância e arrogância dos partidos ? Enojado só de fazer a pergunta...

bah