Considero o programa do PSD melhor do que o do PS; eu, que já escrevi 70 posts a criticar Ferreira Leite, desta vez, reconheço o mérito do programa do PSD para as próximas legislativas. A grande diferença relativamente ao PS, que infelizmente, não passa para o público em geral, é a de um modelo de semi-direita, onde se pretende direccionar o investimento às PME's e reduzir substancialmente o papel do Estado através de privatizações e da progressiva redução das contribuições para o sistema de saúde, canalizando receitas para outros lados.. ciência talvez?
A grande questão é que não se discute (e julgo que Fernando Madrinha refere também esta questão no Expresso desta semana) os métodos de aplicação das promessas. É assim que normalmente, muitas promessas ficam na gaveta.
Na extrema-esquerda não voto, o PS quer gastar o dinheiro que não há e o PSD para além de não especificar como é que vai fazer as coisas, continua a alimentar o seu aparelho partidário independentemente dos problemas jurídicos que envolvem ilustres nomes das suas listas para deputados.
Dito isto, um voto nulo será o meu contributo para estas eleições.
Sunday, August 30, 2009
Friday, August 28, 2009
Thursday, August 27, 2009
Obamacare
Barack Hussein Obama de seu nome, pretende introduzir no seu país - the land of the free - um sistema de saúde, idêntico ao que existe na maior parte dos países europeus: subsidiado pelo Estado, leia-se, pelos contribuintes. O sistema norte-americano vigente é o de seguros de saúde privados onde só os que têm dinheiro, têm acesso a cuidados de saúde. Apresentada assim a coisa, parece-nos a nós europeus, uma coisa chocante, não tratar dos enfermos só porque não têm dinheiro. Analisemos então ambas as sociedades - europeia e americana - para entender a discrepância e já agora debito a minha laracha para a fogueira.
Grande parte da Europa vive numa espécie de espírito colectivo, espírito esse que se reflecte na organização política de cada país e na própria forma de estar e de pensar dos cidadãos. Os europeus dão como certos o acesso aos cuidados de saúde, à justiça, à educação, ao trabalho e a uma miríade de direitos resultantes de uma história recente, repleta de ditaduras,que originou constituições altamente igualitárias achando-se por bem garantir tudo e mais alguma coisa a todos as pessoas. Sim, a todos, porque perante a lei e a constituição, todos são iguais! Esta forma de organização, em que a política nos diz que as coisas são grátis, origina vários problemas: o primeiro, e mais premente, é a sobrecarga terrível de impostos de que somos alvo. Porque é que acham que se pagam tantos impostos? O dinheiro que o Estado nos cobra serve para quê? Os artistas de café argumentarão que é para estradas, pontes e rotundas. Mas não é bem assim. Mais de metade do orçamento de Estado vai para a Saúde e a Educação. Quanto menos dinheiro o Estado tiver que gastar, menor é a quantidade de impostos que tem que nos cobrar. Se este esforço for suportado pelas empresas através da sua natural actividade económica, sobrará mais espaço para aliviar o comum dos cidadãos no que aos impostos diz respeito.
Segundo problema: como é o Estado que nos possibilita todos estes direitos quando alguma coisa corre mal, a culpa é do Estado e não do individuo. Esta desresponsabilização do cidadão, que em Portugal por exemplo assume níveis preocupantes, leva a que as pessoas cometam erros porque sabem que as consequências desses erros pouco impacto têm na sua vida. A tal sociedade colectivizada europeia, ensinou-nos a ter pena das outras pessoas e a ajudá-las quando elas mais precisam: na doença, no desemprego, na pobreza etc.. O problema é a avaliação de cada situação; um individuo despede-se. O patrão com pena, passa à mesma os papéis para o subsídio de desemprego. O individuo recebe ajuda estatal. É saudável. Despediu-se porque já se levantava às 7h00 todos os dias há um ano e meio. Porque é que tem que ser o individuo trabalhador a suportar estes caprichos?
Terceiro problema: esta ideologia leva também à própria deterioração da qualidade dos políticos. As suas propostas limitam-se a ir de encontro ao que as pessoas querem: mais coisas grátis. E vive-se assim na ilusão de que as coisas são grátis, quando na verdade, alguém tem que as pagar, curiosamente, o individuo saudável e trabalhador.
Vamos agora aos Estados Unidos, uma das principais economias do mundo. O PIB per capita, ou seja, a contribuição média de cada cidadão para a riqueza produzida pelo país, é no caso de Estados Unidos (e de acordo com o CIA World Factbook, dados de 2008) de 47.103$ e no caso da Europa de 38,390$. Segundo a Interbrand, das 100 marcas que mais valem no mundo, 64 são americanas. Porquê?
Primeiro, porque ao contrário da Europa, o background histórico americano baseia-se no empreendedorismo e na capacidade individual de cada um, ou seja, na responsabilização do individuo perante o seu sucesso e as suas falhas. A sociedade entende que se esforçar o suficiente consegue alcançar os seus objectivos. Se não se esforçar, a mão protectora simplesmente não existe.
Segundo, e uma consequência dessa forma de estar responsabilizadora, quando algo corre mal, a culpa não é sempre do Estado. A vida nem sempre corre bem. Nos Estados Unidos, procuram-se soluções práticas para os problemas, não quem é o culpado, ou a cor das cuecas do vizinho. Uma das grandes vantagens de uma sociedade orientada para a individualização é que se olharmos só para o nosso umbigo, conseguimos concentrar-nos nos nossos objectivos e aplicar grande parte da nossa energia naquilo que é realmente importante.
Terceiro: economicamente, se o Estado transmite aos seus cidadãos a mensagem que as coisas não são grátis, como é o caso dos Estados Unidos, consegue curiosamente ajudá-los mais do que a oferecer-lhes o que quer que seja. Se não existe a necessidade de realizar tanta receita é possível não cobrar tantos impostos e ao mesmo tempo orientar o investimento para o que realmente interessa (sabemos que nos últimos anos este investimento tem sido orientado para guerras intestinas no Médio Oriente, mas isso são contas para outro post).
Conclusão: Obama quer incutir uma espécie de socialismo na América. À primeira vista, a ideia de garantir aos que mais precisam, acesso a cuidados de saúde, tem o nosso apoio incondicional. Mas, nada é grátis. Daí toda a revolta, num país que entende que cada um, é responsável pela sua própria factura.
Grande parte da Europa vive numa espécie de espírito colectivo, espírito esse que se reflecte na organização política de cada país e na própria forma de estar e de pensar dos cidadãos. Os europeus dão como certos o acesso aos cuidados de saúde, à justiça, à educação, ao trabalho e a uma miríade de direitos resultantes de uma história recente, repleta de ditaduras,que originou constituições altamente igualitárias achando-se por bem garantir tudo e mais alguma coisa a todos as pessoas. Sim, a todos, porque perante a lei e a constituição, todos são iguais! Esta forma de organização, em que a política nos diz que as coisas são grátis, origina vários problemas: o primeiro, e mais premente, é a sobrecarga terrível de impostos de que somos alvo. Porque é que acham que se pagam tantos impostos? O dinheiro que o Estado nos cobra serve para quê? Os artistas de café argumentarão que é para estradas, pontes e rotundas. Mas não é bem assim. Mais de metade do orçamento de Estado vai para a Saúde e a Educação. Quanto menos dinheiro o Estado tiver que gastar, menor é a quantidade de impostos que tem que nos cobrar. Se este esforço for suportado pelas empresas através da sua natural actividade económica, sobrará mais espaço para aliviar o comum dos cidadãos no que aos impostos diz respeito.
Segundo problema: como é o Estado que nos possibilita todos estes direitos quando alguma coisa corre mal, a culpa é do Estado e não do individuo. Esta desresponsabilização do cidadão, que em Portugal por exemplo assume níveis preocupantes, leva a que as pessoas cometam erros porque sabem que as consequências desses erros pouco impacto têm na sua vida. A tal sociedade colectivizada europeia, ensinou-nos a ter pena das outras pessoas e a ajudá-las quando elas mais precisam: na doença, no desemprego, na pobreza etc.. O problema é a avaliação de cada situação; um individuo despede-se. O patrão com pena, passa à mesma os papéis para o subsídio de desemprego. O individuo recebe ajuda estatal. É saudável. Despediu-se porque já se levantava às 7h00 todos os dias há um ano e meio. Porque é que tem que ser o individuo trabalhador a suportar estes caprichos?
Terceiro problema: esta ideologia leva também à própria deterioração da qualidade dos políticos. As suas propostas limitam-se a ir de encontro ao que as pessoas querem: mais coisas grátis. E vive-se assim na ilusão de que as coisas são grátis, quando na verdade, alguém tem que as pagar, curiosamente, o individuo saudável e trabalhador.
Vamos agora aos Estados Unidos, uma das principais economias do mundo. O PIB per capita, ou seja, a contribuição média de cada cidadão para a riqueza produzida pelo país, é no caso de Estados Unidos (e de acordo com o CIA World Factbook, dados de 2008) de 47.103$ e no caso da Europa de 38,390$. Segundo a Interbrand, das 100 marcas que mais valem no mundo, 64 são americanas. Porquê?
Primeiro, porque ao contrário da Europa, o background histórico americano baseia-se no empreendedorismo e na capacidade individual de cada um, ou seja, na responsabilização do individuo perante o seu sucesso e as suas falhas. A sociedade entende que se esforçar o suficiente consegue alcançar os seus objectivos. Se não se esforçar, a mão protectora simplesmente não existe.
Segundo, e uma consequência dessa forma de estar responsabilizadora, quando algo corre mal, a culpa não é sempre do Estado. A vida nem sempre corre bem. Nos Estados Unidos, procuram-se soluções práticas para os problemas, não quem é o culpado, ou a cor das cuecas do vizinho. Uma das grandes vantagens de uma sociedade orientada para a individualização é que se olharmos só para o nosso umbigo, conseguimos concentrar-nos nos nossos objectivos e aplicar grande parte da nossa energia naquilo que é realmente importante.
Terceiro: economicamente, se o Estado transmite aos seus cidadãos a mensagem que as coisas não são grátis, como é o caso dos Estados Unidos, consegue curiosamente ajudá-los mais do que a oferecer-lhes o que quer que seja. Se não existe a necessidade de realizar tanta receita é possível não cobrar tantos impostos e ao mesmo tempo orientar o investimento para o que realmente interessa (sabemos que nos últimos anos este investimento tem sido orientado para guerras intestinas no Médio Oriente, mas isso são contas para outro post).
Conclusão: Obama quer incutir uma espécie de socialismo na América. À primeira vista, a ideia de garantir aos que mais precisam, acesso a cuidados de saúde, tem o nosso apoio incondicional. Mas, nada é grátis. Daí toda a revolta, num país que entende que cada um, é responsável pela sua própria factura.
Saturday, August 22, 2009
A Falésia
Este episódio, onde tristemente faleceram 5 pessoas, que por sinal, passavam férias no Algarve, é à parte da evidente tragédia, também a tradução da nossa estupidez enquanto povo no que às regras e recomendações diz respeito. Como é sabido, a zona estava identificada como sendo perigosa, mas mesmo assim, as pessoas insistiram em utilizá-la.
O povo português tem uma relação estranha com as autoridades e com as mensagens que as mesmas lhe enviam; obedecemos cegamente ao Dr. Salazar anos a fio, e agora desobedecemos cegamente a todas as entidades conhecidas. Vamos para baixo das falésias, para penhascos praticar pesca (já morreram uns quantos também), bebemos quando conduzimos, aceleramos até não dar mais nas estradas, fazemos ultrapassagens perigosas, em contra-mão ou em curvas, quanto maior o perigo melhor. E fazemos isto tudo porquê? Porque sabemos que as consequências dos nossos actos têm pouca ou nenhuma repercussão. Pagamos umas multas, ou não as pagamos de todo, porque o nosso sistema judicial é uma porta aberta ao chico-espertismo e as coisas vão andando. Se acontecer alguma coisa é fácil: a culpa é do Estado. E se o Estado usar da força para nos proibir de comportarmo-nos como crianças rebeldes podemos sempre chamar os meios de comunicação social que tão facilmente agitam a bandeira do fascismo em qualquer oportunidade.
Existem actualmente dois inimigos públicos em Portugal: a Brigada de Trânsito e a ASAE. Os primeiros são acusados de caça à multa. O problema afigura-se simples: se as pessoas cumprirem as regras não há alegada caça à multa que resista.
A ASAE, imagine-se, cumpre directivas europeias, obrigando alguns costumes (como as bolas de berlim com creme nas praias) a verem um fim, e vem o povo revoltado dizendo que é um exagero este tipo de actuação, e de novo, a ladainha fascista. A verdade é que um qualquer doutor - à boa maneira portuguesa - conseguiu encontrar uma falha na forma como a ASAE foi criada pelo governo e será provavelmente declarada inconstitucional e grande parte dos seus actos poderão provavelmente ser revogados e os visados recompensados pelas suas badalhoquices.
Já alertei que o problema de Portugal é tanto dos governantes como dos governados. Temos uma sociedade civil fraca, que toma decisões fracas. Os erros e as más decisões têm que ser pagas mais cedo ou mais tarde. Algumas vezes e de forma triste.. com a vida.
Não me admira que neste caso nenhum estrangeiro faça parte da lista de vítimas. Estrangeiros dessa longínqua Europa, cumpridora de regras e com níveis de vida dignos de seu nome. Recordando um culto e engraçado comparsa: "A Europa meu amigo.. acaba nos Pirenéus"
O povo português tem uma relação estranha com as autoridades e com as mensagens que as mesmas lhe enviam; obedecemos cegamente ao Dr. Salazar anos a fio, e agora desobedecemos cegamente a todas as entidades conhecidas. Vamos para baixo das falésias, para penhascos praticar pesca (já morreram uns quantos também), bebemos quando conduzimos, aceleramos até não dar mais nas estradas, fazemos ultrapassagens perigosas, em contra-mão ou em curvas, quanto maior o perigo melhor. E fazemos isto tudo porquê? Porque sabemos que as consequências dos nossos actos têm pouca ou nenhuma repercussão. Pagamos umas multas, ou não as pagamos de todo, porque o nosso sistema judicial é uma porta aberta ao chico-espertismo e as coisas vão andando. Se acontecer alguma coisa é fácil: a culpa é do Estado. E se o Estado usar da força para nos proibir de comportarmo-nos como crianças rebeldes podemos sempre chamar os meios de comunicação social que tão facilmente agitam a bandeira do fascismo em qualquer oportunidade.
Existem actualmente dois inimigos públicos em Portugal: a Brigada de Trânsito e a ASAE. Os primeiros são acusados de caça à multa. O problema afigura-se simples: se as pessoas cumprirem as regras não há alegada caça à multa que resista.
A ASAE, imagine-se, cumpre directivas europeias, obrigando alguns costumes (como as bolas de berlim com creme nas praias) a verem um fim, e vem o povo revoltado dizendo que é um exagero este tipo de actuação, e de novo, a ladainha fascista. A verdade é que um qualquer doutor - à boa maneira portuguesa - conseguiu encontrar uma falha na forma como a ASAE foi criada pelo governo e será provavelmente declarada inconstitucional e grande parte dos seus actos poderão provavelmente ser revogados e os visados recompensados pelas suas badalhoquices.
Já alertei que o problema de Portugal é tanto dos governantes como dos governados. Temos uma sociedade civil fraca, que toma decisões fracas. Os erros e as más decisões têm que ser pagas mais cedo ou mais tarde. Algumas vezes e de forma triste.. com a vida.
Não me admira que neste caso nenhum estrangeiro faça parte da lista de vítimas. Estrangeiros dessa longínqua Europa, cumpridora de regras e com níveis de vida dignos de seu nome. Recordando um culto e engraçado comparsa: "A Europa meu amigo.. acaba nos Pirenéus"
Friday, August 21, 2009
Overview
Ferreira Leite depois de ter borrado a pintura com as listas de deputados para as próximas legislativas, continua a sofrer as ondas de choque de um partido que sempre teve dificuldade de se libertar de Cavaco, ou melhor, da sua capacidade de "unificação". Só Durão Barroso, conseguiu - mais ou menos - reunir algum consenso. A questão de António Preto e Helena Lopes da Costa (ambos arguidos em processos) e a exclusão de outros barões já se fizeram sentir em todos os quadrantes laranja. Os barões já se manifestaram: Ângelo Correia, Passos Coelho, Marques Mendes e o eterno Marcelo (em jeito de nota de rodapé, lembrem-se de todos estes nomes e pensem no que é que esta gente conseguiu contribuir para o país ao longo dos seus anos de intervenção).
Em termos eleitorais a questão dos arguidos acabará por ser ignorada pela maior parte dos eleitores. Agora, a confusão do PSD, dificilmente passará despercebida. Marcelo recorde-se e segundo palavras do próprio, foi "imolado" pelo partido quando era líder do mesmo. Ferreira Leite corre o mesmo risco; a última contribuição vem de Pacheco Pereira (cabeça de lista do PSD por Santarém) que segundo o próprio, terá engolido alguns sapos no que à elaboração das listas diz respeito. O blog recomenda a Pacheco Pereira a ingestão de Compensan, ideal para estas ocasiões.
Em termos eleitorais a questão dos arguidos acabará por ser ignorada pela maior parte dos eleitores. Agora, a confusão do PSD, dificilmente passará despercebida. Marcelo recorde-se e segundo palavras do próprio, foi "imolado" pelo partido quando era líder do mesmo. Ferreira Leite corre o mesmo risco; a última contribuição vem de Pacheco Pereira (cabeça de lista do PSD por Santarém) que segundo o próprio, terá engolido alguns sapos no que à elaboração das listas diz respeito. O blog recomenda a Pacheco Pereira a ingestão de Compensan, ideal para estas ocasiões.
Monday, August 17, 2009
O Alibi
Tal como o chui evidenciado no post anterior, venho hoje salientar mais uma pérola da tradução nacional, o álibi.
Em nenhuma conversa com nenhum amigo, conhecido, o que quer que fosse, com álcool ou sem ele, me lembro de alguém proferir semelhante palavra. Porquê o álibi então? Este percebe-se melhor que o chui, já que a palavra álibi é muito utilizada nos hollywood movies, oh yeah.
Não consegui encontrar motivos válidos para tal coisa ser utilizada nas legendas dos filmes. Tal como o chui. Perplexo.. perplexo..
Boas férias
Em nenhuma conversa com nenhum amigo, conhecido, o que quer que fosse, com álcool ou sem ele, me lembro de alguém proferir semelhante palavra. Porquê o álibi então? Este percebe-se melhor que o chui, já que a palavra álibi é muito utilizada nos hollywood movies, oh yeah.
Não consegui encontrar motivos válidos para tal coisa ser utilizada nas legendas dos filmes. Tal como o chui. Perplexo.. perplexo..
Boas férias
Thursday, August 6, 2009
Chui
Se bem se lembram, durante largos anos, em muitas séries televisivas e filmes de Hollywood a palavra polícia (agente de autoridade) era traduzida para português através da palavra chui. A moda pegou e recordo-me perfeitamente de ver a dita palavra vezes sem conta na televisão e no cinema.
A pergunta é: já ouviu alguém na rua a dizer chui? "Vem aí os chuis!", "Liguei para os chuis, nunca mais vêm" ou "Viste o chui ali com o radar?"
Experimente dizer Chui. É horrível. Esteticamente é uma palavra estranha. Pelo menos em português. Nem com sotaque brasileiro ou africano soa bem. Mas quem é que teve este despegada ideia de utilizar chui para traduzir "cop"? Graças a Deus a tradução do filme Robocop, não foi Robochui.
Tentei investigar a origem da palavra..
O Ciberdúvidas diz o seguinte: "A palavra chui é «de origem obscura». O Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, diz que é termo coloquial, portanto «informal, familiar». Por sua vez, o Dicionário Eletrônico Houaiss também diz que chui é «de origem obscura», tratando-se de um regionalismo de uso informal em Portugal, Angola e Moçambique. Acrescenta ainda que é de uso «ger[almente] pejorativo»."
Os especialistas também não sabem de onde vem e concordam ambos que a origem é "obscura".. Não me admira. O que é certo é que existe no dicionário, portanto, na peregrina e ínfima hipótese de ouvir alguém na rua a dizer chui.. aguente-se caladinho, que está no dicionário.
A pergunta é: já ouviu alguém na rua a dizer chui? "Vem aí os chuis!", "Liguei para os chuis, nunca mais vêm" ou "Viste o chui ali com o radar?"
Experimente dizer Chui. É horrível. Esteticamente é uma palavra estranha. Pelo menos em português. Nem com sotaque brasileiro ou africano soa bem. Mas quem é que teve este despegada ideia de utilizar chui para traduzir "cop"? Graças a Deus a tradução do filme Robocop, não foi Robochui.
Tentei investigar a origem da palavra..
O Ciberdúvidas diz o seguinte: "A palavra chui é «de origem obscura». O Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, diz que é termo coloquial, portanto «informal, familiar». Por sua vez, o Dicionário Eletrônico Houaiss também diz que chui é «de origem obscura», tratando-se de um regionalismo de uso informal em Portugal, Angola e Moçambique. Acrescenta ainda que é de uso «ger[almente] pejorativo»."
Os especialistas também não sabem de onde vem e concordam ambos que a origem é "obscura".. Não me admira. O que é certo é que existe no dicionário, portanto, na peregrina e ínfima hipótese de ouvir alguém na rua a dizer chui.. aguente-se caladinho, que está no dicionário.
Wednesday, August 5, 2009
Líderes da treta.. e eleitores da treta
O povo português tem uma estranha tendência para gostar de líderes espalhafatosos. João Jardim, Valentim Loureiro, Isaltino Morais ou Fátima Felgueiras são alguns exemplos. Curiosamente todos eleitos com largas margens apesar dos seus duvidosos backgrounds e alguns deles inclusive, com penas de prisão sentenciadas.
O que leva então o povo a votar em gente desta? Creio ter encontrado a resposta: para a populaça o bom líder é aquele que tem alguma capacidade oratória, que consiga dar um ou outro murro na mesa e sacar umas tiradas proverbiais saloias (Jardim é especialista nesta matéria).
Maus políticos, maus eleitores. Uma fórmula simples.
Notinha para Ferreira Leite e a sua política de verdade: António Preto e Helena Lopes da Costa são arguidos num processo referente à CML (canetas de 2000 euros, jantares de 3000 e outras coisas simpáticas); ambos fazem partes da lista para deputados do PSD. João Jardim é cabeça de lista e já afirmou que não vai pôr meio pé que seja no Parlamento. Política de verdade?
O que leva então o povo a votar em gente desta? Creio ter encontrado a resposta: para a populaça o bom líder é aquele que tem alguma capacidade oratória, que consiga dar um ou outro murro na mesa e sacar umas tiradas proverbiais saloias (Jardim é especialista nesta matéria).
Maus políticos, maus eleitores. Uma fórmula simples.
Notinha para Ferreira Leite e a sua política de verdade: António Preto e Helena Lopes da Costa são arguidos num processo referente à CML (canetas de 2000 euros, jantares de 3000 e outras coisas simpáticas); ambos fazem partes da lista para deputados do PSD. João Jardim é cabeça de lista e já afirmou que não vai pôr meio pé que seja no Parlamento. Política de verdade?
Tuesday, August 4, 2009
Positivo e Negativo
Portugal e o seus digníssimos cidadãos são frequentemente caracterizados como um povo pessimista, que acha sempre que vai tudo correr mal e que a luz ao fundo do túnel é coisa para extraterrestres.
Lembro-me de repente, de falar com muitas pessoas sobre o facto da taxa Euribor acabar mais cedo ou mais tarde por vir a cair, e consequentemente o valor pago aos bancos, respeitante à prestação do crédito à habitação. Apesar de não ter tomado nota, arrisco-me a dizer que em cada 10 pessoas com quem falei, 8 disseram algo do género "Baixa, baixa.. Fia-te na virgem"
Aliado a este pessimismo existe um conjunto alargado de provérbios que reflectem e apoiam o sentimento negativo das pessoas.
Este sentimento negativo terá vários factores que o justificam. Neste post vou realçar apenas um: o absolutismo. Um português ou bem que tem tudo, ou bem que tem nada. Portanto, ou não tem carro, ou tem um com todos os extras. Ou é um desgraçado ou é riquíssimo. Esta é a percepção generalizada. Curiosamente a expressão popular 8 ou 80 aplica-se na perfeição.
Recentemente reiniciei a minha vida desportiva, fazendo jogging 3 vezes por semana. Sempre que comentava o facto com alguém, perguntavam-me sempre se tinha algum problema de saúde (!?) e porque é que não corria todos os dias. O absolutismo de novo. Ou tenho uma doença, e tenho que correr para não morrer, ou se não tenho doença, ou bem que corro todos os dias como um homem, ou bem que mais vale estar quieto. Este é o cérebro português a funcionar. Double or nothing.
Por contraposição o cérebro americano funciona num positivismo exacerbado. Arranjam sempre um motivo para ir mais além e alcançar o que querem. Este sentimento generalizado, é uma força dinamizadora para o país em si e para toda a sociedade. Celebrizado por Barack Obama, a filosofia do "yes we can" acompanha os norte-americanos há muito tempo e fazem desse país a potência que é. Como exemplo, deixo-vos a resposta dada num site de internet a um jovem que ia participar na sua primeira corrida e que perguntou como é que seria se por acaso chegasse em último lugar: "You probably won't, but if you do, the crowd often cheers loudest for the last person. Congratulate yourself for beating the thousands in your community who are still in bed."
E para que sosseguem as mentes absolutistas, já corro todos os dias.
Lembro-me de repente, de falar com muitas pessoas sobre o facto da taxa Euribor acabar mais cedo ou mais tarde por vir a cair, e consequentemente o valor pago aos bancos, respeitante à prestação do crédito à habitação. Apesar de não ter tomado nota, arrisco-me a dizer que em cada 10 pessoas com quem falei, 8 disseram algo do género "Baixa, baixa.. Fia-te na virgem"
Aliado a este pessimismo existe um conjunto alargado de provérbios que reflectem e apoiam o sentimento negativo das pessoas.
Este sentimento negativo terá vários factores que o justificam. Neste post vou realçar apenas um: o absolutismo. Um português ou bem que tem tudo, ou bem que tem nada. Portanto, ou não tem carro, ou tem um com todos os extras. Ou é um desgraçado ou é riquíssimo. Esta é a percepção generalizada. Curiosamente a expressão popular 8 ou 80 aplica-se na perfeição.
Recentemente reiniciei a minha vida desportiva, fazendo jogging 3 vezes por semana. Sempre que comentava o facto com alguém, perguntavam-me sempre se tinha algum problema de saúde (!?) e porque é que não corria todos os dias. O absolutismo de novo. Ou tenho uma doença, e tenho que correr para não morrer, ou se não tenho doença, ou bem que corro todos os dias como um homem, ou bem que mais vale estar quieto. Este é o cérebro português a funcionar. Double or nothing.
Por contraposição o cérebro americano funciona num positivismo exacerbado. Arranjam sempre um motivo para ir mais além e alcançar o que querem. Este sentimento generalizado, é uma força dinamizadora para o país em si e para toda a sociedade. Celebrizado por Barack Obama, a filosofia do "yes we can" acompanha os norte-americanos há muito tempo e fazem desse país a potência que é. Como exemplo, deixo-vos a resposta dada num site de internet a um jovem que ia participar na sua primeira corrida e que perguntou como é que seria se por acaso chegasse em último lugar: "You probably won't, but if you do, the crowd often cheers loudest for the last person. Congratulate yourself for beating the thousands in your community who are still in bed."
E para que sosseguem as mentes absolutistas, já corro todos os dias.
Sunday, August 2, 2009
200 euros por baby
A medida mais sonante do programa do PS para as próximas legislativas é a abertura de uma conta bancária com 200 euros, em nome dos azarados que neste quadrado irão nascer. O dinheiro só pode ser levantado quando o dito cujo tiver 18 anos e claro está, por ele próprio. Os pais ou os familiares poderão reforçar essa conta ao longo dos anos, usufruindo de uma interessante taxa de poupança, ao que parece ao fim dos 18 anos os 200 euros passam a 400, uma taxa aproximada de 5% ao ano, que no fundo, não é nada do outro mundo, tendo em conta que só se pode mexer no dinheiro ao fim de 18 anos.
Esta medíocre proposta, que só mostra a falta de ideias que impera no PS, só é igualável pela falta de ideias da oposição. Todos criticaram em uníssono a medida, mas a verdade é que as alternativas propostas não são melhores; a pérola vem do PCP, através de sua alteza Jerónimo de Sousa, que terá proposto em alternativa o aumento de 1 euro (!!!) do abono de família. Estupendo!
Para além da - já mencionada neste blog - falta de exigência da sociedade civil, a incapacidade e o vazio de ideias de todos os partidos políticos resultam num país atrasado relativamente aos outros países europeus.
Nem de propósito no Expresso desta semana vem um dirigente de uma qualquer associação de empreiteiros dignificar e defender a actividade em causa. Para quando a bendita sociedade do conhecimento? Para quando o investimento urgentíssimo em qualificação (decente e com um carácter útil) de recursos humanos? É tempo de gastarmos dinheiro com as pessoas, é a única coisa que este país consegue produzir e ser competitivo. Fazemos mais estradas e pontes, estamos só a adiar o inevitável. Nenhum partido vai apostar nisto nestas legislativas. No programa do PS não encontro nada. Vamos ver os outros. Cheira-me que este ano presenteio suas excelências os dirigentes da Nação com um voto nulo ou branco.
Passar bem.
Esta medíocre proposta, que só mostra a falta de ideias que impera no PS, só é igualável pela falta de ideias da oposição. Todos criticaram em uníssono a medida, mas a verdade é que as alternativas propostas não são melhores; a pérola vem do PCP, através de sua alteza Jerónimo de Sousa, que terá proposto em alternativa o aumento de 1 euro (!!!) do abono de família. Estupendo!
Para além da - já mencionada neste blog - falta de exigência da sociedade civil, a incapacidade e o vazio de ideias de todos os partidos políticos resultam num país atrasado relativamente aos outros países europeus.
Nem de propósito no Expresso desta semana vem um dirigente de uma qualquer associação de empreiteiros dignificar e defender a actividade em causa. Para quando a bendita sociedade do conhecimento? Para quando o investimento urgentíssimo em qualificação (decente e com um carácter útil) de recursos humanos? É tempo de gastarmos dinheiro com as pessoas, é a única coisa que este país consegue produzir e ser competitivo. Fazemos mais estradas e pontes, estamos só a adiar o inevitável. Nenhum partido vai apostar nisto nestas legislativas. No programa do PS não encontro nada. Vamos ver os outros. Cheira-me que este ano presenteio suas excelências os dirigentes da Nação com um voto nulo ou branco.
Passar bem.
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