Sunday, June 28, 2009
Música Pimba
Não ouvia música pimba há algum tempo. Inadvertidamente num zapping radiofónico deparo-me com um grande artista do ramo, Adriano Saga de seu nome. O refrão debitava algo do género: "A mulher de agora é um pesadelo, a coisa que eu gosto já não tem cabelo."
Saturday, June 27, 2009
Magalhães..
Há uns anos falava-me um professor universitário (tenho pena de não me recordar do nome) sobre a incapacidade de um evento - ou algo parecido que fosse - como a revolução industrial acontecer em Portugal. Deu um exemplo engraçado e ao mesmo tempo interessante. O senhor era assim mesmo.
Se um indivíduo em Portugal decidir anunciar que descobriu uns sapatos que permitem substituir por completo os automóveis, a primeira reacção da população em geral é "O homem é maluco." Mais, quem decidir ir assistir à demonstração, não vai para ver a novidade, vai para gozar porque tem a certeza que vai correr mal.
É assim que pensamos. Temos esta pré-determinação negativa, este fado miudinho em nós. Por isso, já defendi aqui, o fim do fado. É radical bem sei, mas justifica-se. Banir por completo tudo o que na nossa cultura nos atira para o negativismo. O Magalhães é portanto uma ideia absolutamente contra-natura. Um sucesso, e elogiado por todo o mundo, mas aqui, e como disse Steve Balmer (Microsoft) "Pareço ser a única pessoa neste país entusiasmada com o projecto." Toda a comunicação social fez um esforço tremendo por descobrir falhas, erros, histórias da carochinha e o que mais houvesse de negativo que fosse passível de ligar ao Magalhães. A Exame desta semana faz o dito exame ao Magalhães e põe em causa tudo. É este o tratamento que merecem as nossas bandeiras, portanto, é também merecida a nossa posição na maior parte dos indíces económicos. Chegou até ao pormenor de decobrir que apenas 37% dos componentes eram de facto portugueses. O que é que isso interessa? A percepção generalizada (por esse mundo fora..) é que a ideia é portuguesa, é excelente, e sim, é uma boa forma de alavancar exportações e até de atrair investimento estrangeiro. E qual é o problema de a ideia original ter sido da Intel (Classmate PC)? A Microsoft fez nome sem inventar nada, apenas melhorando o software dos outros. Bill Gates tem menos mérito? Leia-se as reportagens elogiando Gates na imprensa portuguesa. A liberdade de imprensa pós-25 de Abril limitou-se a reproduzir o fado miudinho que tantos carregam, e que alimenta as conversas que nada produzem; será por isso que temos as maiores taxas de estabelecimentos de restauração per capita?
Se um indivíduo em Portugal decidir anunciar que descobriu uns sapatos que permitem substituir por completo os automóveis, a primeira reacção da população em geral é "O homem é maluco." Mais, quem decidir ir assistir à demonstração, não vai para ver a novidade, vai para gozar porque tem a certeza que vai correr mal.
É assim que pensamos. Temos esta pré-determinação negativa, este fado miudinho em nós. Por isso, já defendi aqui, o fim do fado. É radical bem sei, mas justifica-se. Banir por completo tudo o que na nossa cultura nos atira para o negativismo. O Magalhães é portanto uma ideia absolutamente contra-natura. Um sucesso, e elogiado por todo o mundo, mas aqui, e como disse Steve Balmer (Microsoft) "Pareço ser a única pessoa neste país entusiasmada com o projecto." Toda a comunicação social fez um esforço tremendo por descobrir falhas, erros, histórias da carochinha e o que mais houvesse de negativo que fosse passível de ligar ao Magalhães. A Exame desta semana faz o dito exame ao Magalhães e põe em causa tudo. É este o tratamento que merecem as nossas bandeiras, portanto, é também merecida a nossa posição na maior parte dos indíces económicos. Chegou até ao pormenor de decobrir que apenas 37% dos componentes eram de facto portugueses. O que é que isso interessa? A percepção generalizada (por esse mundo fora..) é que a ideia é portuguesa, é excelente, e sim, é uma boa forma de alavancar exportações e até de atrair investimento estrangeiro. E qual é o problema de a ideia original ter sido da Intel (Classmate PC)? A Microsoft fez nome sem inventar nada, apenas melhorando o software dos outros. Bill Gates tem menos mérito? Leia-se as reportagens elogiando Gates na imprensa portuguesa. A liberdade de imprensa pós-25 de Abril limitou-se a reproduzir o fado miudinho que tantos carregam, e que alimenta as conversas que nada produzem; será por isso que temos as maiores taxas de estabelecimentos de restauração per capita?
Thursday, June 25, 2009
PT e Prisa
Para além de toda a cegada já provocada pela manifestação de intenção de compra, não vou para já falar no assunto, prefiro antes salientar uma aparente buzz word do management.. a drive. "A drive de crescimento..", "A drive de vendas..", "A drive do consumidor.."
Depois dos touch points, vem agora a época da drive. Drivem-me daqui para fora.
Depois dos touch points, vem agora a época da drive. Drivem-me daqui para fora.
Wednesday, June 24, 2009
"Torture chamber"
Para quem acha que as discussões dos vizinhos de cima são um exagero porque se ouvem no prédio todo, experimente ser vizinho de uma destas jovens.
Tuesday, June 23, 2009
Bestial e Besta
Sócrates, a sua arrogância e irascibilidade conquistaram inimizades em praticamente todos os quadrantes da sociedade. Recorde-se que para aplicar muitas das reformas que foram aplicadas, o estilo utilizado não podia ser propriamente o "charm and personality".
Não vou enumerar a série de medidas que ao longo destes quatro anos contribuiram para a melhoria e desenvolvimento de muitos sectores; sedentos de sangue, muitos cronistas assinalaram a mudança de atitude de Sócrates depois das eleições europeias com particular gozo. Os cronistas do regime, sim, os que criticam os sucessivos Governos nas publicações do costume, ganham a sua vida assim, criticando seja quem for, portanto são tanto chupistas do regime, como os que se encontram no poleiro. Cheguei a ler no fim-de-semana, que apesar de se ter conseguido baixar o défice, arrisca-se o ministro das Finanças a começar outra legislatura como começou. Ora bem, vejamos o caso dos EUA então. Tem a taxa de desemprego mais alta de há 25 anos. Vamos dizer o quê? Que Obama conseguir colocar o país 25 anos atrás no tempo em matéria de emprego? Ou vamos ser justos e dizer que é consequência de uma crise financeira que surge de 100 em 100 anos?
Nota positiva para a discussão que se tem feito à volta do TGV, que desencadeou uma discussão que teima em não saltar para a sociedade civil: o modelo económico de desenvolvimento. Como disse Roland Berger em entrevista ao Expresso, temos que alterar o modelo actual - assente em obras públicas - para o modelo da sociedade do conhecimento, direccionando o investimento para o ensino, para a justiça e áreas de relevo associadas. São investimentos que demoram tempo a ter resultados vísiveis mas que efectivamente, catapultam os países e tornam-nos mais receptivos a novas ideias, e claro, contribuem decisivamente para o desenvolvimento sustentado. Esperemos por políticos com um discurso à altura nas próximas eleições.
Não vou enumerar a série de medidas que ao longo destes quatro anos contribuiram para a melhoria e desenvolvimento de muitos sectores; sedentos de sangue, muitos cronistas assinalaram a mudança de atitude de Sócrates depois das eleições europeias com particular gozo. Os cronistas do regime, sim, os que criticam os sucessivos Governos nas publicações do costume, ganham a sua vida assim, criticando seja quem for, portanto são tanto chupistas do regime, como os que se encontram no poleiro. Cheguei a ler no fim-de-semana, que apesar de se ter conseguido baixar o défice, arrisca-se o ministro das Finanças a começar outra legislatura como começou. Ora bem, vejamos o caso dos EUA então. Tem a taxa de desemprego mais alta de há 25 anos. Vamos dizer o quê? Que Obama conseguir colocar o país 25 anos atrás no tempo em matéria de emprego? Ou vamos ser justos e dizer que é consequência de uma crise financeira que surge de 100 em 100 anos?
Nota positiva para a discussão que se tem feito à volta do TGV, que desencadeou uma discussão que teima em não saltar para a sociedade civil: o modelo económico de desenvolvimento. Como disse Roland Berger em entrevista ao Expresso, temos que alterar o modelo actual - assente em obras públicas - para o modelo da sociedade do conhecimento, direccionando o investimento para o ensino, para a justiça e áreas de relevo associadas. São investimentos que demoram tempo a ter resultados vísiveis mas que efectivamente, catapultam os países e tornam-nos mais receptivos a novas ideias, e claro, contribuem decisivamente para o desenvolvimento sustentado. Esperemos por políticos com um discurso à altura nas próximas eleições.
Friday, June 19, 2009
Reboque ou Reebok?
Segundo uma notícia no i a Reebok pretende tirar o terceiro lugar à Puma.
Apesar do headline parecer uma história de coragem, trata-se antes de desespero; a Reebok foi comprada pela Adidas, e era o objectivo inicial da Adidas destronar a Nike. Anos volvidos, a Nike continua a liderar o mercado, e o objectivo para a marca Reebok é agora o terceiro lugar em vez do segundo.
As razões apontadas para o fracasso relacionam-se com uma gradual perda de qualidade no fabrico do calçado e por políticas de merchandising mediocres em comparação com aquilo que a Puma ou a Nike faziam e fazem. A presente situação da Reebok são 97 milhões de euros de prejuízos anuais.
Esta situação é um exemplo claro daquilo que foi e ainda é o management: estabelecer objectivos ambiciosos. A fronteira entre ambicioso e estúpido em gestão é muito curta; ténue. Destronar a Nike? Yeah right. As marcas partem do pressuposto que estabelecendo um plano de marketing, e que se se fizer gato e sapato para atingir os objectivos de vendas, notoriedade e a prima a sete, chega-se lá. A Reebok pelos vistos é capaz de vir a precisar de... um reboque. A Adidas por seu lado, em vez de concentrar todas as suas baterias por si só, ou seja, exclusivamente através da marca Adidas, preocupa-se com a Reebok, ou seja, perde tempo e dinheiro com uma marca que já devia ter sido despachada, ou então cingir a sua actuação (como vem referido no artigo) aos mercados que dominava, EUA e UK. Mas a mente gestora não pensa assim: de espada na mão, querem a liderança do mercado a todo o custo, e em vez de racionais, passam a.. ambiciosos.
Apesar do headline parecer uma história de coragem, trata-se antes de desespero; a Reebok foi comprada pela Adidas, e era o objectivo inicial da Adidas destronar a Nike. Anos volvidos, a Nike continua a liderar o mercado, e o objectivo para a marca Reebok é agora o terceiro lugar em vez do segundo.
As razões apontadas para o fracasso relacionam-se com uma gradual perda de qualidade no fabrico do calçado e por políticas de merchandising mediocres em comparação com aquilo que a Puma ou a Nike faziam e fazem. A presente situação da Reebok são 97 milhões de euros de prejuízos anuais.
Esta situação é um exemplo claro daquilo que foi e ainda é o management: estabelecer objectivos ambiciosos. A fronteira entre ambicioso e estúpido em gestão é muito curta; ténue. Destronar a Nike? Yeah right. As marcas partem do pressuposto que estabelecendo um plano de marketing, e que se se fizer gato e sapato para atingir os objectivos de vendas, notoriedade e a prima a sete, chega-se lá. A Reebok pelos vistos é capaz de vir a precisar de... um reboque. A Adidas por seu lado, em vez de concentrar todas as suas baterias por si só, ou seja, exclusivamente através da marca Adidas, preocupa-se com a Reebok, ou seja, perde tempo e dinheiro com uma marca que já devia ter sido despachada, ou então cingir a sua actuação (como vem referido no artigo) aos mercados que dominava, EUA e UK. Mas a mente gestora não pensa assim: de espada na mão, querem a liderança do mercado a todo o custo, e em vez de racionais, passam a.. ambiciosos.
Condenados?
Espero sinceramente que não. Descobri ontem à noite, em escassos dez minutos, que existe um programa na RTP1 dedicado a todos aqueles que ainda não conseguiram contribuir com praticamente nada para a cena política ou para o País. Falo do Corredor do Poder, onde se juntam Ana Drago, Margarida Botelho, Nuno Melo, Marcos Perestrello e Marco António Costa. A fraquissima qualidade do debate levou-me para mais um problema estrutural em Portugal.
Portugal não consegue produzir intelectuais capazes de dinamizar o país. Não por incapacidade mental de quem estuda e se dedica a novas ideias, tendências e valores, mas porque quem tem poder de decisão (médio que seja) corta à partida qualquer iniciativa que considere diferente. A fuga de cérebros não tem a ver com salários; tem a ver com a já referida incapacidade dos decisores de não verem um pouco mais além e com um delapidante sentido generalizado de desincentivar iniciativas originais. A sociedade em Portugal não evoluiu num sentido de acolher inovação. A capacidade que temos para já é de produzir bons jogadores de futebol, que inovam até, como Cristiano Ronaldo e as suas fintas (é inovação em certa medida).
Voltando ao primeiro parágrafo, quando a inovação se ausenta de praticamente todos os quadrantes sobra o parasitismo intelectual, leia-se a crítica sem sugestão, terreno fértil da classe política. O Corredor do Poder, baseia-se em horas de crítica mútua, onde praticamente nenhuma solução é apontada. Eu já sei por exemplo, que o modelo de desenvolvimento económico assente em obras públicas é um erro clamoroso, mas gostava de saber qual a alternativa proposta pelos diferentes espectros políticos. O PSD sugere apoio de natureza diversa às PME's. Mas como? Concretamente fazendo o quê? O CDS.. sei lá. O PCP e o BE, voltam 60 anos atrás no tempo, e sugerem a nacionalização de sectores estratégicos, um modelo que não funcionou em parte alguma do mundo, mas como para além de não inovar, também não estudamos história, conseguimos ser o único país europeu a oferecer 21% de preferência de voto à extrema-esquerda em eleições (europeias é certo, mas não deixam de ser 21%).
As próprias universidades, que têm a obrigação ética de acolher diferentes ideias e conceitos, que papel desempenham hoje em dia? Vejo pela universidade que frequento, onde quase todos os meus colegas têm medo de sugerir temas diferentes, ou aplicar conceitos que de certa forma vão contra a maré, sob pena de verem as suas médias irem cano abaixo. Quem é que quer pagar sabe Deus quanto por uma licenciatura ou um mestrado e não ter sucesso? Inovação.. What else?
Portugal não consegue produzir intelectuais capazes de dinamizar o país. Não por incapacidade mental de quem estuda e se dedica a novas ideias, tendências e valores, mas porque quem tem poder de decisão (médio que seja) corta à partida qualquer iniciativa que considere diferente. A fuga de cérebros não tem a ver com salários; tem a ver com a já referida incapacidade dos decisores de não verem um pouco mais além e com um delapidante sentido generalizado de desincentivar iniciativas originais. A sociedade em Portugal não evoluiu num sentido de acolher inovação. A capacidade que temos para já é de produzir bons jogadores de futebol, que inovam até, como Cristiano Ronaldo e as suas fintas (é inovação em certa medida).
Voltando ao primeiro parágrafo, quando a inovação se ausenta de praticamente todos os quadrantes sobra o parasitismo intelectual, leia-se a crítica sem sugestão, terreno fértil da classe política. O Corredor do Poder, baseia-se em horas de crítica mútua, onde praticamente nenhuma solução é apontada. Eu já sei por exemplo, que o modelo de desenvolvimento económico assente em obras públicas é um erro clamoroso, mas gostava de saber qual a alternativa proposta pelos diferentes espectros políticos. O PSD sugere apoio de natureza diversa às PME's. Mas como? Concretamente fazendo o quê? O CDS.. sei lá. O PCP e o BE, voltam 60 anos atrás no tempo, e sugerem a nacionalização de sectores estratégicos, um modelo que não funcionou em parte alguma do mundo, mas como para além de não inovar, também não estudamos história, conseguimos ser o único país europeu a oferecer 21% de preferência de voto à extrema-esquerda em eleições (europeias é certo, mas não deixam de ser 21%).
As próprias universidades, que têm a obrigação ética de acolher diferentes ideias e conceitos, que papel desempenham hoje em dia? Vejo pela universidade que frequento, onde quase todos os meus colegas têm medo de sugerir temas diferentes, ou aplicar conceitos que de certa forma vão contra a maré, sob pena de verem as suas médias irem cano abaixo. Quem é que quer pagar sabe Deus quanto por uma licenciatura ou um mestrado e não ter sucesso? Inovação.. What else?
Tuesday, June 16, 2009
Publicidade na Internet
No âmbito de uma acesa discussão, decidi escrever umas coisas sobre o tema. Aquilo que defendo resume-se a esta afirmação (minha, por sinal): "O impacto da publicidade na internet está directamente relacionado com o grau de ponderabilidade que o consumidor final atribui a uma decisão de compra, ou seja, quanto maior for esse grau, maior é a importância que uma dada acção tem nesse meio."
Clarificando: a importância de uma acção na internet sobre um detergente, não é a mesma do que a de um ecrã LCD ou de um automóvel. A grande revolução na internet a meu ver é a quantidade de informação disponível; outra é a rapidez e comodidade a que acedemos a essa informação. Em vez de esperarmos pelo boletim metereológico no final do telejornal, consultamos a metereologia em qualquer motor de busca. Faz sentido patrocinar os resultados de metereologia num motor de busca? Sim. E se formos uma marca de detergente? Não. Querer aplicar uma verdade inabalável a uma teia complexa é uma tarefa praticamente impossível (aguardo pacientemente provas em contrário). Basicamente, a luta entre marcas continua a ser a mesma: no momento do consumidor decidir que marca vai escolher, quem conseguir mostrar os trunfos mais fortes, ganha a corrida. Hoje em dia, acredito que para qualquer item superior a 100 euros (uma simples máquina fotográfica digital por exemplo), uma grande franja da população em Portugal utilize a internet para comparar preços e fazer pesquisas relacionadas com o produto que pretende adquirir. Voltando atrás: imagina alguém a pesquisar informação na internet sobre uma pasta de dentes ou sobre um detergente?
Aquando deste argumento surgiram algumas vozes reclamando a existência das plataformas de venda online dos hipers. Recordo que esses espaços destinam-se à distribuição e não à promoção dos produtos propriamente ditos, portanto, não se podem enquadrar numa discussão sobre publicidade.
E agora os números: o bendito detergente Surf e o seu famigerado vídeo na internet (cerca de 25.000 views). Consiste em colocar umas quantas pessoas a dançar no CC Vasco da Gama; por um lado concordo com a iniciativa de uma perspectiva offline, ou seja, parece interessante montar um espectáculo do género a meio da tarde num centro comercial movimentado. Colocar o video na internet? Bom, é grátis e não custa nada. Agora daí a dizer que o impacto é tremendo, vai um passo considerável. As campanhas 'virais' com mais sucesso, adivinhe-se, são de produtos que envolvem um considerável grau de ponderação, ao contrário do nosso amigo Surf. Simple as it.
Vamos aos exemplos:
- T-Mobile e um vídeo que correu literalmente meio mundo, com 14 milhões.. de views, e que serviu de inspiração para o vídeo do Surf. Escolher uma rede de operadora móvel exige consulta a tarifários, telemóveis disponíveis, promoções, etc.. portanto, faz todo o sentido estar na internet com um peso considerável, neste caso.. 14 milhões de razões para estar.
- A Samsung decidiu fazer um interessante video onde ovelhas munidas de LED's (o propósito é convidar os internautas a dirigirem-se ao site da Samsung e pesquisar sobre um LCD com tecnologia LED) dançam ao som de um antigo jogo spectrum. 8 milhões de views.
Existem mais exemplos, todos eles à volta de produtos que exigem uma certa ponderação e pesquisa antes da sua compra, e a internet, pela sua natureza, é com toda a certeza um bom veículo para esse fim.. Mas não para todos os fins. As marcas devem concentrar-se em influenciar o consumidor no momento da pesquisa, ou seja, os produtos de impulso não entram nesta equação virtual.
Clarificando: a importância de uma acção na internet sobre um detergente, não é a mesma do que a de um ecrã LCD ou de um automóvel. A grande revolução na internet a meu ver é a quantidade de informação disponível; outra é a rapidez e comodidade a que acedemos a essa informação. Em vez de esperarmos pelo boletim metereológico no final do telejornal, consultamos a metereologia em qualquer motor de busca. Faz sentido patrocinar os resultados de metereologia num motor de busca? Sim. E se formos uma marca de detergente? Não. Querer aplicar uma verdade inabalável a uma teia complexa é uma tarefa praticamente impossível (aguardo pacientemente provas em contrário). Basicamente, a luta entre marcas continua a ser a mesma: no momento do consumidor decidir que marca vai escolher, quem conseguir mostrar os trunfos mais fortes, ganha a corrida. Hoje em dia, acredito que para qualquer item superior a 100 euros (uma simples máquina fotográfica digital por exemplo), uma grande franja da população em Portugal utilize a internet para comparar preços e fazer pesquisas relacionadas com o produto que pretende adquirir. Voltando atrás: imagina alguém a pesquisar informação na internet sobre uma pasta de dentes ou sobre um detergente?
Aquando deste argumento surgiram algumas vozes reclamando a existência das plataformas de venda online dos hipers. Recordo que esses espaços destinam-se à distribuição e não à promoção dos produtos propriamente ditos, portanto, não se podem enquadrar numa discussão sobre publicidade.
E agora os números: o bendito detergente Surf e o seu famigerado vídeo na internet (cerca de 25.000 views). Consiste em colocar umas quantas pessoas a dançar no CC Vasco da Gama; por um lado concordo com a iniciativa de uma perspectiva offline, ou seja, parece interessante montar um espectáculo do género a meio da tarde num centro comercial movimentado. Colocar o video na internet? Bom, é grátis e não custa nada. Agora daí a dizer que o impacto é tremendo, vai um passo considerável. As campanhas 'virais' com mais sucesso, adivinhe-se, são de produtos que envolvem um considerável grau de ponderação, ao contrário do nosso amigo Surf. Simple as it.
Vamos aos exemplos:
- T-Mobile e um vídeo que correu literalmente meio mundo, com 14 milhões.. de views, e que serviu de inspiração para o vídeo do Surf. Escolher uma rede de operadora móvel exige consulta a tarifários, telemóveis disponíveis, promoções, etc.. portanto, faz todo o sentido estar na internet com um peso considerável, neste caso.. 14 milhões de razões para estar.
- A Samsung decidiu fazer um interessante video onde ovelhas munidas de LED's (o propósito é convidar os internautas a dirigirem-se ao site da Samsung e pesquisar sobre um LCD com tecnologia LED) dançam ao som de um antigo jogo spectrum. 8 milhões de views.
Existem mais exemplos, todos eles à volta de produtos que exigem uma certa ponderação e pesquisa antes da sua compra, e a internet, pela sua natureza, é com toda a certeza um bom veículo para esse fim.. Mas não para todos os fins. As marcas devem concentrar-se em influenciar o consumidor no momento da pesquisa, ou seja, os produtos de impulso não entram nesta equação virtual.
Monday, June 8, 2009
O primeiro ninho..
Portugal e os seus cidadãos são muito dados a expressões peculiares e provérbios. Destas eleições que conclusões se podem tirar?
Que efectivamente o primeiro ninho é para os pardais. Houve uma capitalização de Paulo Rangel, uma figura relativamente nova para os portugueses, sem escândalos de relevo a si associados, e importantíssimo, não se colou a nenhum barão assinalado da política nacional. Tudo isto, a juntar ao habitual cartão amarelo dado nas europeias e uma abstenção grotesca, deram a vitória ao PSD.
Um erro para o PSD. As legislativas que é o que efectivamente interessa, não vão ter Paulo Rangel. Logo, o duelo Manuela vs Sócrates, nem um duelo chega a ser.
De realçar também a consistente subida do Bloco, ocupando lentamente algum espaço à esquerda.
Que efectivamente o primeiro ninho é para os pardais. Houve uma capitalização de Paulo Rangel, uma figura relativamente nova para os portugueses, sem escândalos de relevo a si associados, e importantíssimo, não se colou a nenhum barão assinalado da política nacional. Tudo isto, a juntar ao habitual cartão amarelo dado nas europeias e uma abstenção grotesca, deram a vitória ao PSD.
Um erro para o PSD. As legislativas que é o que efectivamente interessa, não vão ter Paulo Rangel. Logo, o duelo Manuela vs Sócrates, nem um duelo chega a ser.
De realçar também a consistente subida do Bloco, ocupando lentamente algum espaço à esquerda.
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