E por aí fora e mais houvesse. É este o debate político em Portugal; o governo faz uma declaração. A oposição critica essa declaração. O cidadão critica ambas as declarações. Fim de ciclo.
Países com economias robustas e rendimentos per capita consideráveis: o governo faz uma declaração; a oposição critica nuns casos, está de acordo noutros. Caso não esteja de acordo refere os pontos que discorda e apresenta alternativas; as alternativas não entram em absoluta conformidade com o que o governo pensa. Umas vezes não se tem em consideração o que a oposição pensa, noutras vezes até é útil. O comum cidadão também critica. Mas mais, envia um e-mail a um deputado, ao primeiro-ministro, lê diários e semanários, vota sempre que lhe é solicitado esse dever e sabe do que fala.
Sócrates entrou na ladainha permanente de que o estado precisa de agir, precisa de investir para segurar empregos and so on. Ferreira Leite para além de criticar e não sugerir ponta de corno, manda ela própria as pedras para os seus telhados de vidro. Fala sobre o défice quando foi o PSD que nos deixou com os famosos 6,82% e quando foi no seu glorioso tempo de ministra das Finanças que o país esteve oficialmente em recessão - recordo que à época não havia crise internacional nenhuma. É como digo, se os políticos tivessem a certeza que a maioria das pessoas liam e se informavam nem se atreviam a dizer metade das parvoíces que dizem. De qualquer forma e sobre esta tema, partilho da mesma opinião que Ferreira Leite em matéria de investimento; não se deve investir à toa só para criar postos de trabalho durante dois ou três anos. Tal como não se deve salvar da falência toda e qualquer empresa; se não têm rentabilidade, têm que falir. É assim que funciona o mercado. O problema do estado não é as empresas falirem; é o desemprego. Que retrai ainda mais o consumo e lança um espectro de desespero na sociedade. Mas se as pessoas contarem com apoio estatal no período de desemprego com a garantia de que se comprometem a frequentar acções de formação/especialização para quando reingressarem no mercado de trabalho tenham mais trunfos na mão, este sim, é o melhor favor que o Estado pode fazer pelos seus cidadãos. Lançar dinheiro sobre estradas, pontes e barragens, como já se percebeu, por si só, não funciona.
O efeito Obama também chegou a Portugal, na sua forma mais bacoca; o claim do eng. Sócrates para a sua moção global é "PS: A força da mudança" - power of change - familiar? Perto da Feira Popular o PC tem um outdoor com um sugestivo "Sim, é possível" - yes, we can - também familiar?
Em dois cafés de Lisboa tive a oportunidade de ouvir a mesma esclarecedora posição sobre o comum cidadão acerca da eleição em causa, passo a citar: "Porra, agora é algumas 3 semanas de Obama.."
Boa semana!
Sunday, January 25, 2009
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