Wednesday, July 30, 2008
A Viatura
Guilhermino Rodrigues decide por bem contestar o conceito de remuneração, isto é, acha mal que as despesas com a viatura da empresa pública não sejam contabilizadas no cálculo da remuneração de um gestor público. Ora bem, segundo o DN, sem estas rubricas contabilizadas (viatura, entre outras benesses) a remuneração anual é de 106.000 euros. Se forem tidas em conta, entre ordenados e regalias chegamos quase ao dobro: cerca de 200.000 euros.
Partindo do pressuposto que é o erário público quem acarreta com as ditas regalias a que execrável título não se incluiriam estas despesas no cálculo anual de rendimentos?
Filosofia de ponta
No último Expresso e para o caso, no caderno Economia, na habitual crónica de 5 linhas da 1ª página gentilmente cedidas à senhora da foto, deparo-me com um texto que começa a parecer-me crónico e vai de resto de encontro com a teoria dos partidos/ideologias falhados/as. O comunismo, essa utópica teoria em que alguém com duas garrafas de whisky decidiu formular, e que ainda hoje (também com whisky) alguns decidem seguir, repete a mesma mensagem ano após ano. Podemos até chamar-lhe a teoria da K7, desde que seja devidamente aprovada pela entidade reguladora para o caso - com toda a certeza existirá uma.
Eu ia começar por escrever "a direita", mas para já, vou limitar-me ao PSD. Perora a senhora sobre a eterna questão do paternalismo estatal. Estes senhores ao longo dos anos repetem a mesma ladainha: o peso do Estado sobre os indivíduos e empresas. Peço desculpa, e citando a senhora da foto, as "piquenas" e médias empresas. Falam sempre do mesmo: acabar com as golden-shares, fazer parcerias público-privadas na saúde e na educação e por aí abaixo. Entregar de forma gradual o poderio económico aos privados e numa legislatura estava tudo resolvido. Não fugindo muito à situação é engraçado como toda esta aparente liberdade individual e empresarial se esgota quando estes indivíduos e quiça empresários são homossexuais e deixam portanto de ter direito a constituir família. Adiante.
Que eu me lembre dos anos 80 à presente data os senhores de laranja estiveram 13 anos no poder. Argumentarão suas excelências que nem sempre com maioria absoluta e como tal sujeitos aos devaneios da restante patusqueira partidária. De qualquer maneira, 13 anos é mais que tempo para reformar o que há para reformar sejam quais forem as vossas superiores e indigitáveis teorias políticas que nos vão salvar da perdição.
No meio de tanto barulho e com uma coluna de 1ª página à disposição a única coisa com que nos brindam é o lado B do paternalismo estatal? Parafraseando os senhores da sueca lá do bairro "Quem vem atrás é sempre pior."
Hawai.. quer dizer.. Madeira
Na constante tentativa de fazer com que o desfile de Carnaval se prolongue pelo restante ano, da Madeira chega-nos mais um recambolesco episódio de bolso.
Monday, July 28, 2008
Quinta da Fonte Resort
Desde já aviso que o texto deve ser lido com a devida abertura intelectual e que analogias directas impregnadas de delírios anti-fascistas se dispensam. Eu não apoio ditadura de algum tipo portanto vamos lá ver.
Cada vez com maior frequência ouvimos alguém a reclamar o regresso do saudoso Salazar e das suas benevolentes e eficientes práticas que visam a disciplina, rigor e respeito dos cidadãos pela pátria. Ora bem, adaptando o episódio da Quinta da Fonte para o tempo do senhor em questão, a coisa seria mais ou menos resolvida da seguinte forma: todos os que foram filmados de arma na mão, Caxias com eles. Tendo em conta a ofensiva renda que estes digníssimos habitantes pagam pelos seus apartamentos (4,5 euros/mês) à primeira renda em falta seriam imediatamente retirados quaisquer direitos sobre as referidas habitações incluindo o direito àquela habitação em particular. Vamos agora fingir que no tempo de Salazar a oposição conseguiria fazer transpirar uma reivindicação em favor destes senhores que se esqueceram de pagar a dispendiosa renda que há pouco citei e repito.. 4,5 euros! Citando a alegada oposição "O Governo despejou estes senhores, sem habitação e segundo eles, sem emprego!" À boa maneira salazarenta se diria que ou estes senhores - de boa saúde segundo consta - procuravam emprego e habitação pelos meios próprios e daí faziam vida, caso contrário, Caxias com eles. Resumindo, não havia nem tempo, nem espaço para parasitas.
A verdade é esta: ninguém quer práticas fascistas de volta. O que se reclama é o regresso de algum respeito pelas instituições e pelo cidadão que se mata a trabalhar e vai contribuindo com os seus impostos para o bem estar alheio. A verdade é que se devia punir de forma exemplar pessoas que em nada valorizam aquilo que nós todos, através do Estado português disponibilizamos com os nossos suados rendimentos para que as ditas "minorias" se sintam integradas. Até a porra do altruísmo tem limites!
Um português, da maioria (e é interessante ver que com o passar dos anos, as luzes se viraram tanto para as minorias que eu acho que ninguém quer saber das maiorias), enforcado na bendita Euribor do Sr. Trichet, com dois empregos, três pedidos de ajuda no Banco Alimentar e um agregado familiar desesperado, nada pode fazer a não ser esperar que a situação profissional melhore ou que um tio rico morra. Lembro-me de ler há uns meses um artigo sobre indivíduos/as da classe média que tinham como part-time a venda de droga. Invocavam precisamente situações de divórcio e posteriores complicações no pagamento da prestação mensal ao banco. Esta gente, que ridiculamente, e só por ser uma minoria, paga 4,5 euros por um T2 (cheio de plasmas e playstations), nem droga precisa de ir vender. 5 euros pedidos à porta da CML que lhes atribuiu a habitação são angariados em menos de 10 minutos com uma voz mais ternurenta e/ou com um bebé nos braços. Estamos a falar de profissionais no que diz respeito à atribuição de pensões, reinserções e tudo o que é ajuda estatal. O estado e o poder local nada podem fazer na verdade. Dependem de votos para sobreviverem, fazerem carreira e dinheiro. Os indignados que reclamam Salazares, são os mesmos que em tempo de eleições aplaudem as famigeradas políticas de integração das minorias.
Salazar deixou-nos duas pesadas heranças: o revivalismo e o 25 de Abril. Os dois conceitos combinados são explosivos; o português vive constantemente em torno de "ses" e a lembrar os belos anos que passou não sei onde, a ouvir sabe deus que música e a fumar sabe-se lá o quê. Sempre a olhar para trás. O 25 de Abril, com a liberdade absoluta e renovadora que trouxe impede-nos hoje em dia de tratarmos de alguns assuntos com a brevidade e prontidão que eles exigem. Sob pena, de sermos racistas, xenófobos, salazares de bairro ou Hitlers encapotados. Num programa de seu nome "Eixo do Mal" um dos intervenientes referiu-se aos senhores do Faroeste, perdão, Quinta da Fonte, como ciganos. Foi de imediato corrigido por mais um paladino desta gloriosa nação, Daniel Oliveira de sua graça, pois cigano é um povo relacionado com os egípcios. Estes são romani ou coisa que o valha. A minha sugestão é que comecem a dar às maiorias, e de forma lenta, aquilo que se dá às minorias - importância no detalhe.
Os senhores das Mercedes Vito não querem o T2. Muito bem. Agarrem em alguém da maioria com problemas de Euribor, com dois trabalhos e dificuldade para pôr comida na mesa, paguem-lhes o empréstimo ao banco e desculpem lá a minha maluquice, cobrem-lhes 50 euros por mês de renda! Exacto, esta é a minha proposta. Aumentar de 4,5 para 50 euros mensais a renda destas habitações e atribuir a verba que se gasta em casas para gente que nem 4,5 euros se dá ao luxo de pagar (e que aparentemente ainda querem escolher para onde vão) àqueles que efectivamente trabalham e contribuem para o desenvolvimento da economia e do país. Em suma, dar dinheiro a quem trabalha; boa ideia não? Segundo consta, são 500.000 aqueles que de momento têm 2 trabalhos; consta também que não o fazem por prazer, mas por necessidade. Ora, tendo o país 10 milhões e qualquer coisa habitantes, 500.000 já pode ser considerado uma minoria correcto? Já preenche os requisitos para segundo os critérios de Abril lhes ser atribuída uma verba ou não?
Cada vez com maior frequência ouvimos alguém a reclamar o regresso do saudoso Salazar e das suas benevolentes e eficientes práticas que visam a disciplina, rigor e respeito dos cidadãos pela pátria. Ora bem, adaptando o episódio da Quinta da Fonte para o tempo do senhor em questão, a coisa seria mais ou menos resolvida da seguinte forma: todos os que foram filmados de arma na mão, Caxias com eles. Tendo em conta a ofensiva renda que estes digníssimos habitantes pagam pelos seus apartamentos (4,5 euros/mês) à primeira renda em falta seriam imediatamente retirados quaisquer direitos sobre as referidas habitações incluindo o direito àquela habitação em particular. Vamos agora fingir que no tempo de Salazar a oposição conseguiria fazer transpirar uma reivindicação em favor destes senhores que se esqueceram de pagar a dispendiosa renda que há pouco citei e repito.. 4,5 euros! Citando a alegada oposição "O Governo despejou estes senhores, sem habitação e segundo eles, sem emprego!" À boa maneira salazarenta se diria que ou estes senhores - de boa saúde segundo consta - procuravam emprego e habitação pelos meios próprios e daí faziam vida, caso contrário, Caxias com eles. Resumindo, não havia nem tempo, nem espaço para parasitas.
A verdade é esta: ninguém quer práticas fascistas de volta. O que se reclama é o regresso de algum respeito pelas instituições e pelo cidadão que se mata a trabalhar e vai contribuindo com os seus impostos para o bem estar alheio. A verdade é que se devia punir de forma exemplar pessoas que em nada valorizam aquilo que nós todos, através do Estado português disponibilizamos com os nossos suados rendimentos para que as ditas "minorias" se sintam integradas. Até a porra do altruísmo tem limites!
Um português, da maioria (e é interessante ver que com o passar dos anos, as luzes se viraram tanto para as minorias que eu acho que ninguém quer saber das maiorias), enforcado na bendita Euribor do Sr. Trichet, com dois empregos, três pedidos de ajuda no Banco Alimentar e um agregado familiar desesperado, nada pode fazer a não ser esperar que a situação profissional melhore ou que um tio rico morra. Lembro-me de ler há uns meses um artigo sobre indivíduos/as da classe média que tinham como part-time a venda de droga. Invocavam precisamente situações de divórcio e posteriores complicações no pagamento da prestação mensal ao banco. Esta gente, que ridiculamente, e só por ser uma minoria, paga 4,5 euros por um T2 (cheio de plasmas e playstations), nem droga precisa de ir vender. 5 euros pedidos à porta da CML que lhes atribuiu a habitação são angariados em menos de 10 minutos com uma voz mais ternurenta e/ou com um bebé nos braços. Estamos a falar de profissionais no que diz respeito à atribuição de pensões, reinserções e tudo o que é ajuda estatal. O estado e o poder local nada podem fazer na verdade. Dependem de votos para sobreviverem, fazerem carreira e dinheiro. Os indignados que reclamam Salazares, são os mesmos que em tempo de eleições aplaudem as famigeradas políticas de integração das minorias.
Salazar deixou-nos duas pesadas heranças: o revivalismo e o 25 de Abril. Os dois conceitos combinados são explosivos; o português vive constantemente em torno de "ses" e a lembrar os belos anos que passou não sei onde, a ouvir sabe deus que música e a fumar sabe-se lá o quê. Sempre a olhar para trás. O 25 de Abril, com a liberdade absoluta e renovadora que trouxe impede-nos hoje em dia de tratarmos de alguns assuntos com a brevidade e prontidão que eles exigem. Sob pena, de sermos racistas, xenófobos, salazares de bairro ou Hitlers encapotados. Num programa de seu nome "Eixo do Mal" um dos intervenientes referiu-se aos senhores do Faroeste, perdão, Quinta da Fonte, como ciganos. Foi de imediato corrigido por mais um paladino desta gloriosa nação, Daniel Oliveira de sua graça, pois cigano é um povo relacionado com os egípcios. Estes são romani ou coisa que o valha. A minha sugestão é que comecem a dar às maiorias, e de forma lenta, aquilo que se dá às minorias - importância no detalhe.
Os senhores das Mercedes Vito não querem o T2. Muito bem. Agarrem em alguém da maioria com problemas de Euribor, com dois trabalhos e dificuldade para pôr comida na mesa, paguem-lhes o empréstimo ao banco e desculpem lá a minha maluquice, cobrem-lhes 50 euros por mês de renda! Exacto, esta é a minha proposta. Aumentar de 4,5 para 50 euros mensais a renda destas habitações e atribuir a verba que se gasta em casas para gente que nem 4,5 euros se dá ao luxo de pagar (e que aparentemente ainda querem escolher para onde vão) àqueles que efectivamente trabalham e contribuem para o desenvolvimento da economia e do país. Em suma, dar dinheiro a quem trabalha; boa ideia não? Segundo consta, são 500.000 aqueles que de momento têm 2 trabalhos; consta também que não o fazem por prazer, mas por necessidade. Ora, tendo o país 10 milhões e qualquer coisa habitantes, 500.000 já pode ser considerado uma minoria correcto? Já preenche os requisitos para segundo os critérios de Abril lhes ser atribuída uma verba ou não?
Wednesday, July 23, 2008
Lisboa menina e moça
Ora bem, caríssimos/as..
Sem rodeios, estou absolutamente apaixonado por Lisboa. Nasci nessa bela cidade no ano da graça do senhor de 1982 e por terras de S. Sebastião da Pedreira andei uns 20 anos; decidi por superiores razões ir viver para Aveiro 5 anos da minha singela vida. Diz a minha avó na sua sapiência que só a vida e os anos trazem: "Filho, não há nada como a nossa terra."
Já tinha ouvido isto 62 vezes, só agora entendo a simplicidade esplendorosa da coisa. De facto, não há nada como a minha terra; não quero entrar no exagero "Lisboa é Portugal e o resto é paisagem", mas digo-vos meus amigos, não há nada como isto e não é só a cidade em si. As pessoas, desde as tradicionais, a passar pelos novos "metros" ou pelos descabelados do Bairro Alto, nada têm a ver com tudo o que vi por fora destes limites. Não menosprezando ninguém obviamente. Tenho amigos (poucos) por terras de ovos moles que não troco por nada. Mas companheiros.. Lisboa é aquele abraço. Pergunto-me quase todos os dias onde andava com a cabeça. É aqui que eu pertenço. Definitivamente.
5 anos depois e ao regressar - de noite - atravessei a Av. República até ao Marquês de Pombal; parecia uma criança a ver tudo pela primeira vez. Senti-me ridículo quando dei por mim maravilhado com aquela luz toda. Depois ao longo dos primeiros dias a interagir com as pessoas senti finalmente que se entendia o que dizia; não por motivos de sotaque claro está.. mais ao nível de cumplicidade. Confesso ser algo acelerado por natureza. De Coimbra para cima é motivo para se ficar a olhar para um cidadão com uma desconfiança digna de um agente da PJ. Aqui sou só mais um. Sabe-me tão bem para ser sincero. Se calhar não me adaptei bem não sei.
Lisboa terá as suas coisas más obviamente. Mais crime, mais intrujice (e daí não sei) e por aí fora. Terá também mais oportunidades para quem as procura - a todos os níveis.
Obrigado pela recepção!
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