Tuesday, December 15, 2009

Open Mind


Ter uma mente aberta é um exercício de elevada complexidade e determinação. Numa primeira observação, ou percepção se quiserem, ter a mente aberta é aceitar as diferenças dos outros. Entendem-se neste plano, as coisas mais básicas e que a nossa simpática e compreensível sociedade teve a amabilidade de nos ensinar: aceitar o facto de algumas pessoas não terem a mesma cor de pele que nós e por esse motivo não as discriminar. O mesmo se aplica a pessoas com deficiências, emigrantes e por aí fora (em resumo, as minorias). A nossa condescendência com estas minorias vai aumentando de acordo com o passar do tempo, ou seja, quanto maior é o nosso nível de convivência e habituação com um dado grupo, maior será a nossa aceitação perante o mesmo (lembre-se da reacção há uns anos, que a maior parte das pessoas tinha, quando via dois homens de mão dada).

E se aceitarmos tudo isto, temos a tal.. open mind? Afinal de contas, somos um motor da sociedade! Não. Somos tolerantes, que é diferente de ter uma mente aberta. Carregamos intrinsecamente toneladas de preconceito connosco. Quantas vezes avaliámos uma pessoa pela roupa que veste? Pelos acessórios que tem no carro? Pela música que ouve? Pelo penteado? Por ser gordo? A precipitação dos nossos julgamentos superficiais são precisamente a origem da falta de tolerância. Mais, quando formamos uma percepção superficial sobre alguém ou alguma coisa, de imediato formamos crenças que suportem esta percepção. Um maluco para ser maluco, consegue sempre apresentar razões para o ser.

Viver sem preconceito é utópico, ter a mente aberta é possível, implicando contudo, um exercício diário, passível de se tornar, digamos, inquietante. A expressão separar águas não fica neste caso, muito longe do seu sentido estritamente literal.

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