Saturday, March 13, 2010

A importância das alternativas


Dizia eu a um amigo há pouco tempo, que assim que o PSD se clarificasse a propósito do Congresso que agora decorre e das directas de dia vinte e seis, surgiria finalmente uma alternativa às políticas massivas de investimento público. Ele riu-se e disse-me que era só mais do mesmo, eu que não me entusiasmasse muito.

Daquilo que assimilo das pessoas que não ligam muito a política, mas que votam e fazem portanto parte da escolha dos destinos do País sempre que há eleições, concluo que continuam a votar PS porque simplesmente, não existe alternativa viável, que inspire confiança suficiente e que permita ver às pessoas o que é um futuro melhor. Apregoar por exemplo, que os portugueses merecem a verdade não é suficiente para inspirar confiança nas pessoas. O comum dos mortais, mete os políticos todos no mesmo saco e verdade cavalheiros e donzelas, não é território que possa ser reclamado por qualquer partido. Sejamos honestos naquilo que reclamamos. E inteligentes já agora. Sabe-se que os programas de direita defendem a liberalização do mercado e uma intervenção reduzida do Estado na economia, não esperem ganhar eleições apregoando o fim dos subsídios, mesmo que a intenção seja fazê-lo. Hoje em Portugal, a sociedade viciada em suporte estatal, não está preparada para a passagem da subsidiodependência para a força da iniciativa individual absoluta. E isto não acontece apenas nos estratos sociais com menos educação. Veja-se no campo das artes, o cinema nomeadamente, que clama constantemente subsídios ao Estado, não compreendendo que é na sua independência financeira, ou seja, com base no seu real sucesso e não insuflado por um qualquer apoio financeiro governamental, que reside a solução para a disseminação do seu sucesso.

A minha preocupação: aquele que é apontado como o provável vencedor - Pedro Passos Coelho - tem um discurso altamente liberal, anti-subsídios designadamente como foi o caso do discurso de hoje, o que é de resto natural, o homem é de direita. Contudo, como referi em cima, os que votam, não votam em menos subsídios. Apesar de eu concordar em pleno com uma intervenção menor (consideravelmente menor) do Estado na sociedade, a transição deve ser gradual, sob pena de outra forma, nem sequer se iniciar.

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